O futebol paixão foi aos poucos sendo substituído pelo futebol razão. O amadorismo do passado, com seus mecenas, deu lugar a uma participação na indústria que mais cresce no mundo: a do entretenimento, que necessita de mecanismos novos e atualizados.
Um clube de futebol não pode ser mais um brinquedo de alguns dirigentes, ou mesmo uma entidade representada por um pedaço de papel, e cuja documentação vive debaixo do braço de seus donos. Vimos muito disso em nossa vida esportiva.
Para que se tenha um time TOP de linha, disputando espaço nesse esporte, mesmo em tempo das vacas magras, os custos são bem elevados.
Quem paga as despesas? Os seus consumidores, de forma direta ou indireta, quando se associam, pagam os ingressos para os seus jogos, compram camisas e produtos licenciados.
As agremiações que não conseguem obter receitas compatíveis, montam equipes mais frágeis, participam de campeonatos estaduais e de divisões menores, e quando ascendem tem dificuldades de manutenção. As estatísticas comprovam esse fato.
Todo o sistema bate com a lógica do mercado.
Quanto mais torcedores, e quanto mais dinheiro eles tiverem, mais receitas o clube absorverá, e o ciclo continua com maiores investimentos, que produz uma melhor qualidade, e os seus produtos e serviços podem ser cobrados com preços mais elevados.
O futebol precisa de pensadores que entenda desse processo, para observar uma analogia, desde que com maior quantidade de consumidores pagantes, mais receita o clube terá para investir e competir com outros mercados.
Com uma boa equipe, melhores participações nos eventos, e com isso estimula o patrocinador para estampar a marca em suas camisas, com relação custo x benefício, e o retorno no aumento de suas vendas.
O maior número de torcedores está relacionado as cotas da televisão e ao pay-per-view. Quanto maior, mais dinheiro, sendo esta realidade que atua com um membro ativo do mercado. Quem determina é o potencial de mercado e isso faz que um clube de um estado de maior população tenha maiores condições de captação do que os de menor.
Esses são os maiores desafios do mercado que há anos estudamos profundamente, e que obrigam a clubes emergentes como os nossos, com demandas mais reduzidas a se organizarem, trabalharem no incremento maior dos seus consumidores, assim dentro de suas capacidades financeiras formatarem equipes que possam chegar a um patamar mais alto.
No final, o futebol de hoje com o mundo transformado em plano, é mais um componente do mercado, e para sobreviver tem que entendê-lo, necessitando de uma estrutura que não seja debaixo do braço, como um violão do antigo boêmio.
Comentários
0#1RE: A ERA DO FUTEBOL RAZÃO —
CARLOS ALFREDO25-05-2017 18:56
JJ: Pela falta de conhecimento de um assunto como esse é que p futebol brasileiro caminha na contramão. Os dirigentes não tem a menor ideia de que seja a relação com o mercado.
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