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Escrito por José Joaquim

No dia de ontem tivemos que responder por dezenas de vezes uma única pergunta, ou seja, o que achávamos da contratação de Vanderlei Luxemburgo pelo Sport.

A resposta para essas também foi única: ¨O futebol brasileiro é como o nosso Brasil atual, apoia o que não presta. Nada mais do que isso¨. Quem o contratou deve ter conhecimento do seu currículo extra campo e o aprovou. 

Por conta desse assunto nos lembramos dos antigos clubes de bairros, que eram dirigidos de forma mais competente do que os do nosso futebol.

No mundo atual os procedimentos dos jovens são bem diferentes do que os adotados por gerações anteriores que tinham outro tipo de lazer, sendo um desses a criação de clubes de suas localidades para os encontros do fim de semana, onde juntavam-se os ricos e pobres, e de todas as raças. Era a essência da democracia.

Hoje a nova geração é a dos produtos eletrônicos, com o WhatsApp como forma de lazer e de deturpação intelectual.

Esses clubes eram organizados, tinham atas, diretoria, um tesoureiro que fazia a arrecadação entre os participantes para as despesas com material esportivo, e das locomoções para os encontros dominicais. Tudo com transparência.

Desses saíram muitos bons jogadores para os times profissionais. Eram os celeiros.

Todos tinham uma reunião semanal na casa de um dos dirigentes, para discutirem o que fariam durante a semana, e a escolha dos adversários para os seus jogos. Não treinavam por falta de tempo por conta das atividades escolares.

Pelo que assistimos no futebol brasileiro, hoje temos a certeza de que esses clubes eram mais organizados do que a maioria dos times profissionais de nosso futebol, que vivem no mundo da lua, com um jeitinho aqui, um jeitinho ali para a cobertura das besteiras produzidas por seus cartolas.

Falta aos dirigentes modernos aquilo que tínhamos nos clubes de bairros- inteligência para administra-los com poucos recursos que eram disponibilizados. Muitas vezes eram dirigidos por pessoas humildes, sem diploma nas mãos, mas que sabiam leva-los com toda a dignidade.

No futebol de hoje impera o improviso e o aleatório com as entidades entregues a torcedores apaixonados travestidos de cartolas. 

Bibiu Carvoeiro dono de uma carvoaria conhecida no seu bairro, dirigia o Colombo do Berardo, com toda a humildade era muito mais competente do que os engravatados de hoje, empresários, advogados, entre outros famosos, que vivem contratando jogadores de vídeos e treinadores que são empurrados pelos agentes bem espertos, que vendem os gatos como lebres. 

Nos lembramos de ¨Seu Djalma¨, funcionário da antiga Mesbla por muitos anos, presidente do Cacique do Zumbi, time de bairro famoso por produzir talentos para o futebol brasileiro, dirigindo-o com competência e seriedade.

Um dos maiores olheiros que conhecemos no meio futebolístico foi Zé 54, com o seu Derby, onde era o presidente e treinador de mão cheia. O seu time era organizado, contava com a participação de jovens do bairro, e produziu muitos talentos e bons doutores da vida.

Presidimos um time de bairro, o Palmeiras da Madalena, que foi uma escola para um futuro desportista, assim como para uma geração que se deu bem na vida, e que ao encontrarmos alguns dos seus participantes sempre relembramos os bons tempos.

Na realidade todos tinham mais preparo de que os atuais dirigentes, que só pensam em seus interesses, e tem nos clubes um setor de promoção pessoal.

Infelizmente o mundo moderno destruiu os campos de peladas por conta das edificações, e com isso foi extinta uma escola que formava dirigentes, olheiros e muitos atletas promissores.

Éramos felizes e não sabíamos.

Comentários   

0 #2 RE: CLUBES DE BAIRROSANTONIO CORREIA 31-05-2017 14:36
JJ: UMA AULA SOBRE FUTEBOL. TUDO QUE ESTÁ ESCRITO É A PURA REALIDADE.
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0 #1 Amadores AparelhadosBeto Castro 31-05-2017 10:47
Só esquecestes de dizer que esses clubes sovaqueiras se tornaram os currais eleitorais dos Centuriões Lagartixas vendidos aos Sírio-Libaneses da 25 de março e arredores em todos os Estados da Federação. Muitos se tornaram clubes de aluguéis para atravessadores picaretas que desempregados se tornaram agenciadores e capitães do mato de crianças e adolescentes indefesos. Este é o maior problema do futebol brasileiro que deteriorou as Federações Estaduais criando estatutos aparelhados por dirigentes servis e subservientes, que se perpetuaram no poder e se organizaram numa organização criminosa de bandidos que apenas homologam tudo que as doze gangues de quatro cidades determinam para a lavagem de dinheiro sujo e aparelhamento das instituições esportivas. Os clubes profissionais tradicionais centenários que deveriam ser os únicos com direito a voto nos colégios eleitorais, sem qualquer influência nos seus próprios destinos, são obrigados a participar de uma estrutura corrompida, anacrônica, arcaica e ultrapassada que aprova a organização de certames deficitários e distribuição de recursos iníqua, injusta e incompatível com a grandeza continental do Brasil. São incompetentes homologando decisões absurdas de dirigentes assalariados dos grandes clubes e federações ainda mais incompetentes e associados ao crime institucionalizado. Uma estrutura completamente apodrecida que financia uma blindagem em todos níveis dos parlamentos para reinar absoluta. A cambada da bola é o ápice da fábrica de bandidos impunes no Congresso Nacional, inclusive corrompendo uma imprensa de cooptados.
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