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Escrito por José Joaquim

Quando tínhamos craques em nosso Brasil, eles eram conhecidos como Pelé, Coutinho, Zito, Zequinha, Pepe, Didi, Garrincha, Jairzinho, Naninho, Bita, Nado, Tostão, Zico, entre as centenas que desfilavam em nossos estádios que ainda não eram arenas.

Tudo mudou, hoje encontramos Everton Ribeiro, Fabio Santos, Diego Cavalieri, Rodrigo Caio, Leonardo Moura, Ricardo Oliveira, Diego Souza, Leandro Damião, Victor Bueno, Roger Guedes, Paulo Henrique, sempre nomes duplos e bem colocados pelos marqueteiros. Só que na bola esses perdem de 7x1 para os antigos, que só tinham um nome, e assim mesmo na maioria apelidos.

Os apelidos foram eliminados e deram seus lugares a nomes pomposos. Para que se tenha uma ideia, o São Paulo teve um atleta no seu time, que hoje está no exterior, com o nome de Paulo Miranda, que na verdade era Jonatas na certidão, mas teve que mudar para atender um marketing mais positivo.

O interessante é que ele o assimilou, e muitas vezes quando ia assinar um documento coloca-o, no lugar do nome verdadeiro.

Criaram um sistema no futebol, que começa com um ritual antes do início do jogo, quando os jogadores fazem uma rodinha, onde um ¨líder¨ (até massagista já fez esse papel) faz uma preleção motivadora. O narrador chora e o repórter se emociona. Começa a partida, e o futebol não aparece, a bola é maltratada mas algumas artimanhas são apresentadas.

O cai-cai é uma cultura já enraizada, e até os atletas da base estão assim procedendo. Provocam faltas, que as vezes um árbitro menos avisado resolve marca-las, para desespero dos jogadores adversários.

A fantasia em uma falta recebida tem seu gestual. O atleta quando cai, levanta o braço de uma maneira bem estudada, pedindo o atendimento médico.

Tais simulações tornaram-se corriqueiras, e em poucos minutos aquela dor que estava sentindo desaparece, e volta ao campo serelepe sem nenhuma sequela.

Um novo sistema de jogar foi criado pelos treinadores, centrado em uma simulação de contusão, sobretudo do goleiro, quando a equipe adversária encontra-se em um momento de grande pressão. Logo após a sua ¨recuperação¨ está pulando feito uma criança na busca de um pirulito.

Nesse novo modelo, as substituições são comunicadas de forma antecipada aos que serão substituídos, para que caiam no gramado a fim de ganhar tempo, no caso que suas equipes estejam com o placar favorável. 

Os uniformes tornaram-se psicodélicos, com cores que nada tem a ver com as das agremiações, mas que atendem aos marqueteiros que vislumbram grandes receitas com as vendas dos materiais.

Levantar os braços para o céu, ou com os indicadores, solicitando apoio durante o jogo, ou agradecendo os gols marcados tornou-se um modelo tradicional e fundamental nas partidas de futebol.

No final uma entrevista, que contempla um conteúdo cultural digno de uma Academia de Letras, tanto nas perguntas como nas respostas.

Enfim o torcedor volta para casa com o sentimento que assistiu uma peça teatral, onde tudo que aconteceu foi estudado, embora triste por ter acompanhado tantas coisas e não ter presenciado o bom futebol, para o qual pagou ingresso, inclusive sendo burlado, desde que o jogo só teve 50 minutos de bola corrida.

Éramos felizes e não sabíamos.

Comentários   

0 #1 RE: ÉRAMOS FELIZES E NÃO SABIAMOSANTONIO CARLOS 09-06-2017 18:00
JJ; O amigo escreveu um artigo que nos trouxe boas lembranças. O futebol de hoje perdeu o encanto, e tornou-se pragmático, chato e que espanta os torcedores.
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