* Esse artigo é uma homenagem a todos os brasileiros que acreditam que existem chances de mudanças no país e no seu futebol. Estamos entre esses.

Segundo a história do  nosso futebol, em novembro de 1894, quando voltava da Inglaterra, aonde foi estudar, o brasileiro Charles Miller trouxe em sua bagagem duas bolas, uniformes de jogo e um livro de regras.

No Brasil de então, só havia o críquete, tradicional jogo inglês, não tinha futebol.

Miller era sócio do São Paulo Athetic Club, e passou a divulgar a modalidade, mas só conseguiu realizar o primeiro jogo no dia 14 de abril de 1895, entre o time da Ferrovia e da Companhia de Gás, pertencentes a empresas inglesas. O brasileiro foi autor de dois gols, mas não existe nenhum registro de quem marcou o primeiro em campos do país, já que o placar foi de 4x2 para a Companhia de Gás.

O primeiro campeonato oficial foi realizado em 1901 quando foi fundada a Liga Paulista. O segundo foi realizado em 1905 na Bahia.

122 anos da realização do primeiro jogo o futebol brasileiro teve os seus altos e baixos, e nos últimos tempos se apequenou em função de um sistema falido e corrupto que foi implantado. Charles Miller está angustiado no lugar onde habita, por conta do que aconteceu nesse esporte no Brasil, que foi trazido por suas mãos.

Quando lhe contaram que um futebol que foi famoso, com centenas de craques nos gramados, bons e sérios dirigentes, foi destruído por uma série de péssimas gestões, de amadores e em alguns casos espertos, começou a sua sofrência.

O futebol de Domingos da Guia, de Friedenreich, de Leônidas da Silva, de Zizinho, de Jair da Rosa Pinto, de Didi, de Garrincha, Nilton Santos, Djalma Santos, Pelé, Tostão, Rivelino, Gerson, Zico e tantos outros, foi substituído pelos brucutus, pelos carrinhos violentos e pelos chutões e outros ¨atributos¨.

A sua angústia aumentou quando alguém disse-lhe que uma boa parte dos clubes não estão sendo bem dirigidos, que sobrevivem por conta dos direitos de transmissão e alguns das negociações de jogadores, a maioria de sazonais, tudo isso por conta da insanidade de seus dirigentes, que no seu tempo começaram a serem conhecidos como cartolas.

O único raro momento de felicidade do homem que implantou o futebol em nosso país, foi quando tomou conhecimento da existência das famosas Arenas, que se comparadas ao primeiro campo de jogo a Várzea do Gasômetro, era uma verdadeira transformação, mas a tristeza voltou quando lhes mostraram a média de públicos nos estádios em um país com mais de 200 milhões que um dia inventaram que era a pátria das chuteiras.

O choque maior foi o de saber o destino que foi dado à Confederação, que Ricardo Teixeira tinha sido seu presidente, sendo substituído por Jose Marin, que está preso nos Estados Unidos, e depois por Marco Polo Del Nero, que tem nome de um grande viajante, mas que não pode sair do Brasil por conta do FBI.

No final depois de tantas notícias trágicas, o homem que trouxe o futebol para o Brasil fez uma reflexão e se perguntou: VALEU A PENA?