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Escrito por José Joaquim

Muito se debate sobre os problemas relacionados aos esportes no Brasil, em especial o futebol, e pouco se faz para resolve-los. Esses estão bem expostos, mas os anestesiados não os percebem, continuando a viver como se estivessem na famosa Ilha da Fantasia.

O futebol profissional não é uma brincadeira de rua, que infelizmente também foi tragada pelo progresso, e sim um negócio sério que necessita de bons gestores para toca-lo.

Um clube de futebol é algo que transcende uma corrida dentro do saco, como nas ruas, e por conta disso deve ter uma estrutura para que o bom profissionalismo seja adotado.

O grande equívoco do futebol brasileiro foi a criação de clubes apenas no papel, sem sócios, sem torcedores e estádios, e sem uma demanda necessária para as suas sobrevivências. Bastava ser político que conseguia o registro de seu clube.

A grande maioria participa de uma competição no início do ano, chamada de estadual, e depois hibernam esperando o próximo, e não deixa nenhum legado com relação aos seus atletas para o aproveitamento entre clubes maiores.

No Brasil, que é um país gigantesco, adotou-se o sistema de quantidade, deixando de lado a qualidade, e nesse último contexto existiam clubes que tinham demanda mas foram tragados pela globalização, dando lugar a times de empresários.

Um clube para ser profissional tem que pertencer a uma cidade de pelo menos 70 mil habitantes, e com um entorno de 200 mil, para que possa ter uma demanda que irá garantir-lhe bons recursos, e apenas um representante.

Encontramos em nossos arquivos uma proposta que fizemos na Comissão Nacional de Esportes, no ano de 1986, que foi incorporada ao texto final, relacionada a estabilização do profissionalismo com cidades com boa demanda demográfica e econômica, para as demais a adoção do sistema municipal,  que seria o formador de mão de obra para o nosso futebol.

A municipalização pretendida movimentaria milhares de munícipios, e milhares de atletas, e com isso um potencial ilimitado de novos talentos.

O interessante é que o modelo sugerido foi adotado na Inglaterra a partir dos anos 90, e hoje as suas divisões municipais tem uma forte influência na formação de jogadores que não estavam incluídos no mercado do futebol profissional.

Os clubes com verdadeiras estruturas, e que não estão enquadrados entre os grandes, receberiam um impulso nas divisões nacionais, e para tal bastaria que o Circo destinasse 25% do que arrecada com a sua seleção para esses setores.

A municipalização seria estadual, com a participação das Prefeituras, Estados e Ministério do Esporte, que dariam o suporte necessário para que as competições fossem realizadas, inclusive preparando campos de jogos para tal.

São ações factíveis, pensadas há 31 anos atrás, bem atualizadas, e que poderiam ter sido implantadas, mas nada foi realizado.

Como acham que tudo está correto, iremos continuar com os mesmos erros, pois somos mais inteligentes do que aqueles que fazem o futebol em outros países do mundo.

Eles cresceram e nós minguamos.

Comentários   

0 #3 RE: BRINCADEIRA DE RUACELIO LEITE 05-07-2017 18:55
JJ: UM artigo que deveria ser reproduzido em outras mídias, desde que trata de um assunto importante que faz parte do futebol brasileiro, que é tratado como brincadeira de rua.
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0 #2 RE: BRINCADEIRA DE RUARUBRO-NEGRO 05-07-2017 16:34
JJ: O artigo reflete muito bem o momento em que o futebol brasileiro vive. Acho que a solução seria uma Liga Nacional, que daria um novo rumo à esse esporte.
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0 #1 Venderam TudoBeto Castro 05-07-2017 13:28
O grande Mestre dos sortilégios quis dizer "Eles venderam tudo" e nós fomos jogadas num aterro sanitário da imitação caricata imposta pelo Baú das falcatruas da Zurica e de Assunção dos camburões lotados de algemados. Tô vendo tudo, tô vendo tudo, mas me finjo que sou mudo. Sou contra, mas defendo que fique tudo como está e ainda piore muito. Mundo bom é mundo dominado pelos magnatas sonegadores da Casa Grande contemplando as senzalas da miséria. Parabéns por tantos anos de conservadorismo atávico do Blog. Espero sinceramente que seja apenas uma provocação jornalística para o debate.
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