A sociedade brasileira deu preferência a mediocridade, e derrotando a qualidade.

A política tornou-se corrupta e medíocre, a cultura é simbolizada pelo WhatsApp, pelas grotescas novelas televisivas que são bem ¨educativas¨, escritores com pouco talento, e outras coisas que trilham esse mesmo caminho.

Transportando o fato para o futebol, vivenciamos um dos períodos mais medíocres de sua história, em que o menos ruim é o melhor, por não existirem bons no segmento. 

Os analistas do setor até hoje ainda não entenderam o grave problema que o nosso futebol teve que enfrentar quando da sua passagem regional para a nacional, e os dirigentes não souberam tomar o rumo correto.

Na verdade a base da história desse esporte começou nos estados, de forma regionalizada, com os estaduais com peso na estruturação de clubes fortes, e que deu ao país o que chamamos de grandes agremiações.

O fortalecimento regional fez com que esses clubes ocupassem espaços nacionalmente com importantes conquistas, como Bahia, Coritiba, Atletico-PR e Sport, todos campeões brasileiros, mas que perderam a consistência por conta da politica irracional adotada no país.

Aliás sobre esse tese o único jornalista que a abordou foi Julio Gomes,  através de um artigo publicado há um bom tempo.

O jornalista não analisou o mais importante que foi por nós observado, ou seja a grande ruptura na passagem do sistema regional para o nacional, sem um projeto que pudesse dar um maior equilíbrio, e isso se fez sentir de forma expressiva na indecente e pornográfica distribuição das receitas, em especial as relacionadas as cotas da televisão.

Com isso, e sem uma devida regulação, o abismo foi se aprofundando, e resultou no que temos hoje, um futebol com alguns clubes ricos, embora com dívidas, a maioria com uma pobreza franciscana, o que tornou o esporte previsível, com poucos talentos nos gramados.

Se houvesse inteligência no ciclo dessa passagem, o aproveitamento da regionalização poderia servir como rumo para o novo processo, por ser esse o responsável pela história do futebol brasileiro, e sobretudo pelo número de bons atletas e de jogos com qualidade.

O modelo atual é o de não jogar para não perder, e ganhar por um acaso, e isso tirou os torcedores das arquibancadas, inclusive aqueles das poltronas numa demonstração de que não estão contentes com o que estão vivenciando.

Trata-se de um caminho que é perigoso, quando a mediocridade tomou conta de uma nação, e se não houver uma reação iremos nos contentar com as novelas e os seus famosos, enquanto a seriedade a inteligência irão ser tragadas pelo tempo.

Na realidade foi a sociedade brasileira que adotou um novo refrão: ¨Medíocres unidos jamais serão vencidos¨.