Cavalo paraguaio é uma expressão bem antiga que teve a sua origem no turfe.
Quando um cavalo disparava na ponta, colocava uma boa distancia para os demais concorrentes e de repente quando dobrava a curva que o levaria a reta final da prova, cansava, diminua o ritmo e ficava para trás, começou a ser chamado de cavalo paraguaio.
Essa expressão é usada também para designar os times de nosso futebol que começam uma competição voando, atropelando todos, e de repente passam a ser superados por outros disputantes.
Existem vários casos, e o maior desses é sem dúvida o Internacional em 2016, que nas seis primeiras rodadas venceu 5 jogos e empatou um, chegou na final do turno na primeira colocação, de repente seis jogos sem vitória, mudanças de treinadores, e os caminhos foram alterados, com um final infeliz, o rebaixamento.
Um verdadeiro cavalo paraguaio dos pampas.
O Santa Cruz em 2016 também teve um procedimento como esse. Chegou a liderar o Brasileirão, quando em duas rodadas marcou 11 gols. Grafite virou o nosso Pelé tupiniquim, as mídias juvenis enlouqueceram, e já achavam que o clube poderia ser campeão.
De repente o folego acabou, as derrotas se sucederam, e o tricolor foi rebaixado, e hoje está penando na Série B Nacional.
O tema dessa postagem surgiu na madrugada de ontem, quando preparávamos as análises sobre os resultados que aconteceram na sua 18ª rodada, quando ao verificarmos a classificação observamos a existência de cavalos paraguaios que só aguentaram a corrida em sua primeira etapa.
Enquanto o líder da competição América-MG começava com a rédea presa, pilotado por um bom jóquei, para não disparar e cansar, Juventude, Guarani, Santa Cruz, e também o Vila Nova que está ainda no G4, mas sem o folego necessário para continuar em tal posição, dispararam, depois reduziram a velocidade, caindo na tabela.
Os times de Caxias do Sul e de Campinas estiveram no comando da competição por longas rodadas, chegaram a ter bons percentuais de aproveitamento, mas quando a pista foi ficando mais pesada por conta das chuvas, começaram a parar.
Esses clubes ficaram empolgados com a largada muito ligeira, e como um árbitro de futebol que não observa o que acontece nos jogos, não sentiram que os seus rivais estavam se aproximando do G4, e de repente os passaram.
O time goiano ainda está na turma mais alta, mas será superado brevemente pelo Paraná, ou pelo Londrina, se esses melhorarem as suas performances fora e em casa respectivamente.
Uma competição longa, de pontos corridos com 38 rodadas, clama para que seja feito um planejamento adequado, com metas a serem alcançadas, não ficando atrás, ganhando pontos de forma controlada.
Uma corrida de dois mil metros no turfe é programada pelos treinadores por etapas. Existem alguns coelhos que disparam, mas com 800 metros de prova começam a esmorecer, e quando aqueles que vem na disputa sempre no alcance dos lideres, mais contidos tem o folego para o sprinter na reta de chegada.
A Série B está ainda embolada, mas pelo menos dois clubes já estão com um bom caminho andado, o América-MG e Internacional, os demais que estão nas proximidades estarão lutando por duas vagas, e os que tiverem melhores pilotos irão alcança-las.
Para que se tenha uma ideia, os resultados de uma rodada poderão alterar o G4, pelo menos para dois clubes. O Ceará que é o quarto colocado tem a mesma pontuação do 5º e 6º lugares, um ponto de diferença para os que estão na 7ª e 8ª colocações.
Trata-se de uma corrida que deve ser bem estudada, principalmente na manutenção de um bom equilíbrio nos resultados dos jogos em casa e fora dessa, sem açodamento, e com um plano bem elaborado pelos gestores certamente irão obter sucesso.
Os cavalos paraguaios como sempre não irão chegar. Dão a sensação de vitória, mas no final aqueles clubes mais programados para a competição conseguirão alcançar os seus objetivos.
São coisas de cavalos e do futebol.
Comentários
0#2Estão mais para Cavalos Eunucos —
Beto Castro03-08-2017 14:25
Para esses equinos que se encontram na fila da estrebaria desde a década de oitenta e cujos dirigentes pagam para manter a glória dos camelos da caravana do deserto sírio, todos já se acostumaram com essa vida de Iôiô do sobe e desce. São empresas de terceirização especializadas em fornecer eunucos para os haréns dos sultões e califas do aparelhamento da Arapuca. Despidos de suas masculinidades se acostumaram a lamber as perseguidas das odaliscas às escondidas para sempre. Veja os caso dos jumentos de Goiás, Bahia, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina. Há trinta anos no elevador da morte como coadjuvantes dos turcos do Rio, São Paulo, Belô e Guaíba - os eternos donos das maracutaias de Zé das Vacas e suas quadrilhas. A fila dos eternos degolados paraguaios já conta com Atlético-GO, Avaí-SC, Vitória-BA, Coritiba-BA, Bahia-BA e Atlético-PR na guilhotino dos falos perdidos dos eunucos felizes. Enquanto dos centuriões lagartixas recebem R$ 25 mil por mês dos mascates para a manutenção para sempre dessa patifaria. E nós sonhadores contumazes esperando melhoras no cobertor curto dos mendigos de rua. Pense na ilusão dos classificados nas quartas de finais do quarto de despejos da Série D (São José-RS, Operário-PR, América-RN, URT-MG, Globo-RN, Juazeirense-BA, MAC-MA e Atlético-AC) sonhando com uma vaga para a fila da guilhotina da Série C. Esta criação de jegues abandonados da Caatinga não serve mais nem para a fabricação de carne de charque da JBS e o seu sócio preferencial, o Califa da Meia Noite. Esse Jóquei Clube com as suas estrebarias de cavalos emprestáveis deveria ser fechado pela Polícia Federal por prática de corridas viciadas e páreos de roleta russa.
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