Não bastasse a anulação de um gol legitimo de Jô, atacante do Corinthians no jogo do seu time contra o Flamengo, na última quarta-feira aconteceu mais uma lambança da arbitragem ao validar um gol de Rodrigo Pimpão do Botafogo no estádio Nilton Santos, na partida em que o time carioca enfrentou o Palmeiras, que estava em impedimento escandaloso.

Não há solução para o nosso futebol.

Os clubes atolados em problemas financeiros, com raras exceções, futebol sem qualidade, arbitragens catastróficas, entidades alienadas do processo, a falta de transparência acontece nos clubes, nos órgãos dirigentes, e todos os segmentos estão acomodados.

A tecnologia está à disposição de todos os esportes, menos no futebol. O desafio no voleibol é um modelo vitorioso. No tênis, futebol americano e  basquetebol a mesma coisa, e o esporte da chuteira prefere ficar a mercê de um árbitro, um auxiliar e um samambaia junto à meta, que não conseguem observar os lances decisivos.

A nossa tecnologia está restrita a um recado de um repórter que informa ao árbitro reserva, o resultado do tira teima da televisão. Verdadeira gambiarra. 

Ao final, um clube que se preparou para uma partida foi prejudicado. Quem paga o prejuízo?

Assistimos jogos do futebol da Europa, alguns com qualidade, outros mofinos como os nossos, entretanto observamos algo bem diferente do que acontece em nosso país tropical.

A tática aplicada pelos treinadores tupiniquins é a 10-1. Defesa, defesa, defesa. Poucos ousam e procuram o gol dos adversários. Os torcedores vibram com um empate de 0x0.

Um dos nossos mais assíduos visitantes, Beto Castro, estudioso do futebol, há alguns anos nos mandou uma nova tática que esse tinha detectado, denominada de 3-3-3-2-8T-28-6-1-3-R0.

O sistema funciona do seguinte modo:

3- os atletas se atiram em simulações e rolam nos gramados fingindo contusões, 3- gritam com dores de mentira, 3- agridem adversários com porradas, 2- pedem cartões amarelos para os adversários, 2- orientadores gesticulam reclamando do árbitro, recebem cartão amarelo por reclamação acintosa do assoprador do apito, 8- passeiam de carrinho maca para paralisar o jogo, 28- 28 estropiados se arrastam no gramado, 12 no banco de reservas bocejam por reflexo involuntário, 1- fica preso no Brasil por conta do FBI, 3- recebem valores altos por consultorias, o restante frauda as eleições e as autoridades tomam 0 (zero) providências.

Quando analisamos a tática de Beto, verificamos que essa existe na realidade nos campos de futebol, quando acontece de tudo, menos a bola bem jogada.

Atletas com simulações fazem um drama, já caem com um gestual estudado, com as mãos levantadas, como uma peça teatral.

Quando os treinadores aprontam uma substituição, os que irão sair arrumam uma contusão para ganhar tempo, e desfilam de carrinho maca. Já virou uma cultura, desde que no Brasil as coisas boas não vingam, mas as pilantragens permanecem fazendo parte de nossa sociedade.

Tudo isso acontece, mas os torcedores não reagem. Aceitam os desmandos nos seus clubes, nas entidades, procedimentos como esses nos gramados e não protestam. São os culpados pela omissão, que é um pecado mortal.

Torcedor de futebol é um personagem estranho e interessante, vaia um jogador, e se esse fizer o gol da vitória, o elege presidente do clube, e por conta disso é um alienado com relação ao que acontece no futebol brasileiro.