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Escrito por José Joaquim

O carnaval e o futebol são dois importantes segmentos de nossa cultura, e por uma coincidência esses apresentam uma identidade bem próxima no tocante as suas evoluções, especialmente no estado de Pernambuco.

Ambos perderam a sua base.

O Carnaval pernambucano perdeu as suas raízes por conta de uma palavra bem divulgada chamada de multiculturalidade, que foi criada para ser vendida para as cervejarias, distanciando-o do povo.

Trata-se de uma afronta a dignidade dos antigos foliões, que conseguiram dar ao frevo uma dimensão sem fronteiras,  e que hoje assistimos desaparecer em nome do progresso e de uma mistura alienada.

Os jovens não conhecem o Carnaval do povo, com os blocos nas ruas, desfilando nos bairros, com suas tradições e rivalidades. A cada passagem por uma rua do Recife arrastava os foliões que os seguiam.

Onde andam Toureiros, Bola de Ouro, Pás, Lenhadores, Batuta de São José, entre tantos outros? Onde andam os maracatus com suas roupagens vistosas? Onde andam as troças dos bairros, os ursos de porta em porta, solicitando a colaboração da população?

No Carnaval atual as ruas ficam vazias, criaram-se polos de animação em alguns setores, onde tem de tudo, e o frevo é raro. É o carnaval das cervejarias e do marketing. É uma festa do palanque.

Uma aparência total com o futebol.

Esse também sofreu a má influência de um progresso equivocado e perdeu o contato com suas raízes. A violência também os afetou.

Onde estão as grandes equipes de futebol? Onde estão os craques?

Onde está o Náutico de Ivan Brondi, Bita, Salomão, Lula Monstrinho, Gena, Nino, entre outros. Onde está o Santa Cruz, de Lanzoninho, Aníbal, Adelmar, Zequinha, Fernando Santana, Luciano, Givanildo, entre outros? Onde está o América de Cido, Geroldo, Neca, Macaquinho, Mourão, Decadela, e tantos outros?

E o Ferroviário de Renato, Pitoco, Baiaco e companhia? O Central de Vadinho?

Esse futebol de raízes, com a maioria de atletas locais, mesclado com profissionais de bom nível que aqui chegavam, foi substituído por um novo modelo, que sequer conseguimos gravar os nomes de seus participantes. Esses chegam, vão embora de forma rápida sem deixar saudades. Jogam, recebem bons salários e dão adeus em busca de novos caminhos.

São os reais protagonistas do novo futebol, dos chutões, das faltas, da linha direta, e sem a habilidade do verdadeiro craque. Uma boa parcela é produzida pelos marqueteiros.

Na realidade esse dois produtos sofreram com a influencia de um progresso que não foi bem aproveitado, o tornaram danoso, e hoje ambos se entregaram ao mercantilismo, que rende dinheiro para os envolvidos, e pouca coisa para os consumidores.

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