Depois de faturarem muitos milhões com os megaeventos esportivos, a Globo e dezenas de jornais chegam tarde, desgraçadamente tarde, à verdadeira cobertura dos Jogos de 2016. Foram todos omissos por interesses financeiros de ocasião.
A ESPN salvou-se por algum tempo, enquanto Jose Trajano, Roberto Salim, Marcelo Gomes, Juca Kfoury, Lucio de Castro, principalmente alertavam para a farsa olímpica.
Pouco antes da Copa de 2014, jornalista que não se alinhava ao COB, dançava. Trajano dançou.
As denúncias- agora comprovadamente reais- e críticas que ele fazia não interessava a emissora. Eu também perdi valioso espaço no UOL Esporte, onde publicava sobre a farra com o dinheiro público por conta dos Jogos da farsa.
Mas, para muitos jornalistas era mais cômodo e emocionante carregar a tocha e se ajoelhar diante do poder olímpico do que se alinhar à indignação de estarmos financiando um esporte amparado por amplo cinismo e farta corrupção.
Os trambiques olímpicos são conhecidos desde 1992, quando os jornalistas ingleses Andrew Jennings e Vyv Simson lançaram 'Os Senhores dos Anéis', pioneiro livro sobre os bastidores dos Jogos e as práticas corruptas dos cartolas.
Eles contavam que o esporte fora violentado pela cobiça, drogas, hipocrisia, desvio de verbas públicas e enriquecimento ilícitos, tudo muito bem abençoado e recompensado pelos poderes da República, os políticos, principalmente, como se viu por aqui, recentemente.
E nessa realidade revelada há um quarto de século que tem Nuzman, enfim investigado. Mas as investigações não podem se limitar à compra de votos. Um dos maiores escândalos dos Jogos do Rio 2016 é a construção do campo de golfe em área de proteção ambiental e em terreno em disputa judicial.
Essa decisão envolve decisão do ex-prefeito Eduardo Paes. Naquele campo de grama baixa e bem cuidada a bola rolou à vontade. Bola de golfe, bem entendido.
Com o tempo, o esporte tornou-se negócios e braço da corrupção. Apelo não falta: o alto rendimento provoca emoções que ajudam a esconder a prática dos malandros e o roubo dos espertos.
Os anéis olímpicos estão podres. E num Brasil falido, qual foi a vantagem receber a farsa olímpica?
* NOTA DO BLOG
José Cruz é um jornalista corajoso, que sempre esteve à frente da luta contra a corrupção nos esportes, no desperdício do dinheiro público, e por conta disso está alijado dos veículos de comunicação, que por interesses escondem as verdades da podridão dos esporte brasileiros.
Comentários
0#4Era da Conjugação —
Beto Castro15-09-2017 13:45
Desde que as elites italianas inventaram a era da conjugação que todos os países do mundo aderiram ao movimento. Repetiam os italianos: Trepa, Trepa, Trepa que já trepou. Para trepar é só começar! Então, aqui no Brasil na sua tradição colonial de desviar recursos, as elites já viviam na era da conjugação há séculos e foram as primeiras a aderir ao sucesso: Rouba, rouba, rouba que já roubou. Para roubar é só começar. Depois disto, o mundo inteiro passou a adotar a máxima. Na Coreia do Norte, por exemplo: Joga, Joga, Joga bomba que já jogou. Para jogar bomba é só começar! Nos EUA a cantilena é: Mura, Mura, Mura que já murou. Para murar é só começar! Foi assim que começou a Farsa Jato. Um advogado que foi 5 vezes reprovado no exame da OAB também inventou a sua máxima. Tortura, tortura, tortura que já torturou. Para torturar é só começar. No caso dos terroristas do Isis, o refrão foi: Atropela, atropela, atropela, que já atropelou. Para atropelar é só começar. Daí, foi um passo para os golpistas: Golpeia, golpeia, golpeia, que já golpeou. Para golpear é só começar. Com o sucesso do Edificio sem nome e seus comparsas os centuriões lagartixas: Degola, Degola, Degola que já degolou. Para degolar é só começar. Todos seguiram os chefes do Baú da Zurica: Pixuleca, Pixuleca, Pixuleca que já pixulecou. Para pixulecar é só começar. Você acham que o Coi e o Cob iriam ficar de fora deste sucesso? Compra, compra, compra que já comprou. Para comprar é só começar. Então! Depois do sucesso coletivo da robôzada: Zap, Zap, Zap, que já Zapeou. Para zapear é só começar, o mundo inteiro adotou a era da conjugação. Mas, um dos maiores sucessos do Partido das Malas de Dinheiro da Brasíria tem sido há muitas décadas: Escorcha, Escorcha, Escorcha, que já escorchou. Para escorchar é só começar. E assim, se fez a Casa Grande dos magnatas multibilionários. Mas, nenhuma conjugação fez mais sucesso que esta: Delata, Delata, Delata que já delatou. Para delatar é só começar. A gramática da empulhação está aberta a novos conjugadores. Para cada investidor tem uma XP, escolha a sua! Se ficar em dúvida pergunte no posto Ipiranga. Êta Mundo bom!
0#3RE: OS ANÉIS OLÍMPICOS ESTÃO PODRES —
CLOVIS ARRUDA15-09-2017 11:26
JJ: O Artigo é a semelhança do Brasil. Um presidente denunciado como chefe de uma organização criminosa, e deputados também denunciados querendo salva-lo. No futebol é a mesma coisa, pessoas como José Cruz são raras, e ficam fora do contexto.
0#2RE: OS ANÉIS OLÍMPICOS ESTÃO PODRES —
ANTONIO CORREIA15-09-2017 11:05
JJ: Concordo com o rubro-negro. Esse artigo de José Cruz é uma foto da realidade brasileira e de suas mídias. Pessoas como o amigo, como o jornalista Claudemir Gomes, como Jose Cruz ficam ao largo por desejarem mudanças nos esportes brasileiros.
0#1RE: OS ANÉIS OLÍMPICOS ESTÃO PODRES —
RUBRO-NEGRO15-09-2017 10:52
JJ: Jornalistas como José Cruz são poucos no Brasil. Infelizmente por falar a verdade, denunciar as falcatruas não tem espaço nas mídias. Parabéns por publicar esse artigo.
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