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Escrito por José Joaquim

Estamos tomando uma overdose de futebol. Brasileirão, Copa do Brasil, Sul-Americana, Série B Nacional. Na realidade é um bom divertimento, mas para quem está assistindo, a maioria dos jogos reproduzem um tormento, e a televisão se torna um componente de uma sala de tortura. Um pau de arara dos tempos da ditadura.

A nossa maior preocupação é que todos os segmentos envolvidos com esse esporte, tomaram uma anestesia geral e não repercutem os acontecimentos, principalmente os narradores e comentaristas das emissoras de televisão, que continuam assistindo os jogos de uma maneira tal que pensamos algumas vezes que estamos em outro planeta.

Muitas vezes o que chega ao telespectador é uma partida bichada, sem craques no campo de jogo, uma falta de qualidade técnica como nunca vista dantes em nosso país. O futebol nacional tem como padroeiro São Francisco de Assis, não pela qualidade, e sim pelas pregações sobre a necessidade de pobreza. Isso é o que estamos vivenciando nos dias atuais.

Há anos que pregamos no deserto, quando afirmamos que esse esporte necessita de uma grande reciclagem, desde que está ruim em todos os setores. A maior novidade é uma coisa antiga e que está sendo chamada de ¨Cucabol.  

Quem vivenciou os bons momentos do futebol no Brasil, fica com a certeza de que não temos mais craques e sim jogadores que tratam a bola como bandida, por não saberem trata-la com carinho. O número de passes errados é constrangedor, com jogos chegando a 80, o que demonstra a falta de um trabalho correto na formação.

Os árbitros com a orientação de deixarem o jogo fluir, tem deixado passar faltas gritantes, e apesar disso o tempo de bola correndo não consegue atingir 60%, tem partidas com 40%. Os treinadores formataram uma nova tática para encurtar o tempo através de simulações de faltas, e em especial na demora nas cobranças de laterais. Já assistimos jogos que consumiram 11 minutos em tal fundamento. O mais grave está no momento das substituições, quando os atletas caem esperando o carro maca. Deveriam ser expulsos.

Os clubes trocam de treinadores como de camisas. Quando as derrotas chegam esses danças, como se isso fosse resolver o problema. Como meio de sobrevivência criaram uma nova tática, a de não perder e se possível ganhar. Haja retranca. São os professores do futuro.

Infelizmente não conseguimos acompanhar o futebol europeu paramos no tempo, e hoje vivemos numa época em que assistir um jogo pela televisão em uma sala, essa transforma-se em um local de tortura.

Lamentável.

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