Um dos grandes equívocos do futebol brasileiro é o de considerar os estaduais como parâmetros para os Nacionais, em especial os das Séries A e B. Um clube conquista o título e acha que o seu elenco está apto para enfrentar batalhas maiores, e no meio do caminho observa que o foco estava errado, e começa a contratar. Na maioria dos casos não existe retorno.
Na realidade quando um dos grandes não conquista o troféu, tem que aguentar um tsunami, quando o faz, foi por obrigação e três meses após os torcedores já o esqueceram. A festa foi por pouco tempo.
Esses Campeonatos formaram a base do futebol enquanto o mundo era redondo, mas com a globalização esse tornou-se plano, e as distâncias encurtaram dando uma maior ênfase as maiores competições nacionais e internacionais.
Estaduais formataram a história e o passado do futebol, o presente é bem diferente. As maiores competições tem demanda, tem público cativo, e sobretudo recursos mais elevados, com bons patrocínios. O futebol só irá crescer com competições fortes, que despertem os torcedores.
Se observarmos os times campeões de 2016 que estão disputando as Divisões A e B Nacionais, verificamos que somente o Santos ocupa uma melhor posição, o 4º lugar no G4 do Brasileirão e o Vasco que é líder da Segunda Divisão. O Atlético-PR está na 6ª colocação, Chapecoense na 11ª, Vitória na 15ª, Internacional, 18ª, Santa Cruz, 19ª, e o América-MG na lanterna. Três campeões sujeitos à degola. Na Série B, o CRB é o 8º, Luverdense, 12º, Goiás (12º) e Paysandu, 13º.
O calendário formulado pelos apedeutas do Circo tem que ser repensado, com a criação de mais uma Série para comportar clubes menores, que deverão jogar por 10 meses na temporada, e para os demais a municipalização que servirá como base de todo o processo e representarão os antigos estaduais.
Se não mudar, o esporte da chuteira irá continuar definhando como nos dias de hoje, sem bons jogadores, sem público, que já entendeu que estamos vivendo em um momento sem futuro.
O futebol tornou-se um grande negócio que não tem espaço para os atuais estaduais. A tradição é bonita e tem que ser respeitada, mas quando atravanca o progresso deverá ser deixada de lado, e isso acontece com o nosso futebol.