* O Sport Recife mais uma vez é derrotado no segundo tempo, após realizar uma boa primeira fase.
A diretoria do clube irá ingressar na Justiça objetivando alterar as regras do jogo, para que só tenha um único período a fim de que o time possa vencer.
Em um estádio que representa o antigo futebol brasileiro, que tem o nome do último presidente sério do Circo, Giulite Coutinho, o time rubro-negro atuou bem até os 30 minutos do primeiro tempo, quando foi o dono absoluto do jogo.
Numa análise equivocada, Ledio Carmona, que é bom no ramo, afirmava que o Fluminense jogava mal, quando o correto seria dizer que o Sport não o deixou jogar, com uma boa marcação, em especial no meia Gustavo Scarpa, seu melhor talento.
Dos 30 aos 45 minutos o jogo já começava a ficar equilibrado. O gol contra de Gum teve um mico, com Ronaldo Alves comemorando como autor, e sendo abraçado pelos demais jogadores.
O perigo seria o segundo tempo, quando o rubro-negro pernambucano se amofina, o treinador Oswaldo Oliveira demora a entender, não faz as mudanças corretas, e sempre o placar vira. Levir Culpi mudou o seu sistema de jogo, saindo do 4-4-2 para o 4-3-3, e a entrada de Richarlison abriu o caminho da vitória, cujo placar foi fechado com 3x1.
Quem não faz leva, é um antigo ditado, que serviu para essa partida. Como visitante o rubro-negro é trágico, só tem duas vitórias, e enquanto o adversário de ontem sonha com a Libertadores, esse sonha com a zona de rebaixamento, que está bem próxima.
Oswaldo de Oliveira é boa gente, mas tem uma síndrome do segundo tempo onde perde-se totalmente. O sofrimento irá continuar na próxima quarta-feira na Ilha do Retiro com o jogo contra o São Paulo. O Sport está cada vez mais próximo da zona de rebaixamento. Era só o que faltava para completar o desastre de sua atual gestão.
Se a partida de ontem tivesse ocorrido em Recife, os gritos de ¨burro¨ estariam de volta.
NOTA 2- NÁUTICO CONTINUA VIVO
* O Clube Náutico dominou o Vasco derrotando-o por 3x1, deixando em aberto o seu sonho de acesso, em uma competição embolada com seis clubes disputando duas vagas, que poderá ser ampliada para três, caso o Atlético-GO continue perdendo pontos conforme mostrou em seus dois últimos jogos.
Para que se tenha uma ideia, dos clubes que disputam o acesso, apenas o time carioca sofreu uma derrota, o goiano teve um resultado ruim, empatando em casa, enquanto Avai, Londrina, Bahia, CRB e o próprio Náutico venceram os seus jogos. Uma corrida parelha.
O time pernambucano passou do 10º lugar para o 8º, com três pontos de diferença para o 4º (Londrina), mas tem quatro clubes á sua frente, e terá que vencer os seus futuros jogos, e torcer para que os seus adversários sofram reveses, para chegar finamente ao G4.
Uma jornada dura, mas como afirmamos em uma postagem anterior, não impossível.
Givanildo Oliveira demorou a chegar.
NOTA 3- O BOM JORNALISMO
* Já postamos vários artigos sobre o papel do jornalismo esportivo, que por um bom tempo está perdido, tornando-se um repetidor do que os responsáveis pelos clubes falam.
Não existe mais a investigação. Publica-se o que as fontes dizem, mas não buscam checar com outros personagens para que a verdade possa aparecer de forma transparente.
O caso do técnico da seleção Inglêsa, Sam Allardyce, que era membro ativo de um esquema de corrupção no tocante as negociações de jogadores, foi uma vitória do jornalismo investigativo dos profissionais do jornal inglês The Guardian.
Os jornalistas conseguiram infiltrar-se no grupo, como agentes de jogadores e gravaram todo o esquema, que terminou com a demissão do treinador.
Não temos dúvidas que no Brasil muitos casos como esse acontecem, mas passam despercebidos pela ausência de um jornalismo investigativo que pudesse escancarar a realidade.
Se tivéssemos um procedimento como esse, essa turma do Circo já estaria bem longe da Barra da Tijuca, assim como alguns personagens desse que vivem no entorno desse esporte.
NOTA 4- NÚMEROS QUE ASSOMBRAM
* A jornalista Mariana Lajolo, colunista do Jornal Folha de São Paulo, publicou um artigo bem interessante sobre a falta de quadras esportivas na rede pública de ensino. Para nós nenhuma novidade, desde que vivenciamos isso por um bom tempo quando militávamos nos esportes de nosso estado.
Mas, o que assombrou foram os números do Censo Escolar de 2015, mostrando a ausência desses equipamentos esportivos nas escolas púbicas.
Enquanto se torrou bilhões com uma Olimpíada que não deixará legado no setor de esportes, 65% dos colégios da Rede Pública não tem quadras esportivas.
No Rio de Janeiro, sede dos Jogos, o índice é de 38,5%.
Acre e Maranhão são os estados com a pior situação, 90% das escolas do ensino básico não tem um único espaço para a prática de atividade física que é obrigatória no currículo escolar.
O mais grave é que não ouvimos, nem lemos nada sobre esse tema, em especial vindo dos professores da área, dando a impressão que pouco estão preocupados com o sistema.
Na verdade, muito embora não existam locais para a prática esportiva, conhecemos modelos adotados em alguns países, que utilizam até salas de aulas para a educação física e esportiva. Quando não se tem, a criatividade toma conta.