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Escrito por José Joaquim

Nada acontece por acaso em qualquer setor da vida.

O que vem acontecendo com o Sport, Náutico e Santa Cruz nas suas divisões nacionais já era uma morte anunciada há um bom período, e de fato essa chegou através da Caetana com a foice nas mãos.

O futebol brasileiro atravessa um longo caminho tortuoso, mas o do nosso estado é bem constrangedor, com os seus maiores clubes no Z4 dos campeonatos de suas divisões.

O rubro-negro na Série A, o tricolor e o alvirrubro na B.

Qual a razão de tanta decadência?

Sem duvida a pergunta deveria ser feita aos dirigentes que estavam assistindo os seus clubes rolarem pela ladeira sem que nada fosse realizado para freá-los.

No mês de setembro do ano de 2010, sete anos já se passaram, ao renunciarmos a direção do futebol da federação local, deixando uma carta de poucas linhas, o ex-presidente e já falecido Carlos Alberto Oliveira nos ligou perguntando a razão de nosso ato.

A resposta foi muito simples: ¨deixamos de acreditar no futebol local, desde que os rumos que estavam sendo seguidos mostravam que a sua queda não iria demorar por muito tempo¨.

Pernambuco viveu pendurado no Programa Todos com a Nota, que foi excelente nos primeiros anos que serviu para despertar os torcedores que estavam longe das arquibancadas, entretanto a sua permanência não foi salutar, desde que os clubes se acomodaram, em especial os do interior. 

Na verdade o futebol interiorano está sepultado, sem estádios, e sem clubes que possam ser chamados com tal nome.

O Salgueiro apareceu como uma esperança, não evoluiu, e o Central estagnou.

A ausência desse celeiro foi sentida e refletiu no geral.

A insistência com os estaduais, principalmente com o modelo adotado nos últimos anos quando os clubes do interior foram separados do sistema, e apenas dois conseguiam continuar até o final, e por conta disso não recebiam as visitas dos grandes da capital, que era salutar, ajudou para o desmoronamento do sistema.

Com o campeonato local como referência, e uma Copa Nordeste fraca, com times sem condições de servirem de modelo, o futebol estadual começou a sua via crucis, e bateu no fundo do poço. 

Ganhar o título de campeão local tornou-se uma glória, quando na verdade  nos dias de hoje o seu peso é tão diminuto que entra no esquecimento em três meses.

Os clubes ingressam nas suas Séries do Brasileiro, com um elenco desprovido de qualidade, apenas com quantidade. 

Contrataram nessa temporada quase noventa profissionais, numa demonstração de que o sistema de formação não está funcionando.

Por outro lados são geridos de forma equivocada, por amadores, torcedores de arquibancada, sem o mínimo planejamento, e no final salários atrasados, um futebol medíocre, e com estádios ociosos.

Os clubes não abraçaram o processo de formação que foi sempre a base desses no passado não muito longe, formando bons elencos e competindo com dignidade.

Os dirigentes deveriam ter procedido com seminários para discutirem em conjunto o futuro de nosso futebol, mas nunca o fizeram, e por conta disso assumiram o papel de destruidores. 

Os estaduais fazem parte de um bonito passado, mas deveriam ser esquecidos, sendo substituidos por um Campeonato do Nordeste nas datas que eram desses, com uma segunda divisão.

Seria o inicio da retomada do crescimento.

Além disso a perenização dos clubes é fundamental, com jogos que contemplem pelo menos dez meses ao ano, e uma municipalização para os demais.

O Circo está realizando um torneio açodado, chamado de Aspirantes, sem público e divulgação.

Qual a razão de dispender recursos com algo sem muita expressão, quando poderiam bancar os custos de mais uma divisão nacional que é fundamental para o futuro do futebol nacional.

Essa seria regionalizada.

Sentimos a falta de uma mídia que pense alto, e isso também reflete na decadência existente.

Na verdade o que está faltando ao futebol local são bons dirigentes, que tenham uma visão que vá além de nossas fronteiras.

Chegou a hora das necessárias mudanças, antes que seja tarde para recupera-lo.

Comentários   

0 #1 30 anos de SubserviênciaBeto Castro 10-11-2017 13:49
A decadência do futebol pernambucano não está restrita as suas divisas. Tenho artigos do início dos anos noventa que retratam a crise tremenda por que passava o futebol nordestino em geral desde a conspiração de 1987. Para dizer a verdade, o saudoso presidente CAO já assumiu em virtude da crise de relacionamento entre o coronel interino do seu irmão licenciado para a política e o apoio cego às imundas diretrizes do Califa Nabisco, chefe golpista dos sírios da Revista Placar em 1986. Nesta conspiração dos turcos o futebol pernambucano, nordestino e nacional iniciava a sua trajetória de decadência. O Seminário de Aldeia - um em um século - já era uma tentativa de retirar o futebol regional do atoleiro. O apoio do Governador Jarbas Vasconcelos com o Todos com a Nota já realçava a areia movediça do modelo suicida implantado pelos sírios da aliança maldita. Há alguma diferença entre o futebol de Pernambuco e o dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e de Minas Gerais, apenas para falar das unidades federativas mandachuvas? Se o futebol destes estados riquíssimos entrou em parafuso de extinção, porque o dos estados excluídos do norte-nordeste e centro-oeste pelos turcos poderiam escapar da decadência? A ilegalidade da concentração de recursos e poderes nas mãos das doze tribos da insensatez, como forma disfarçada da destruição do sistema federativo foi crucial para o caminho das ruinas. Três anos após, em setembro de 1990, escrevi um artigo vigoroso no jornal O Norte de Jampa denunciando a garganta do fosso e propondo a Copa do Nordeste como única forma de salvar os clubes paraibanos e regionais. A Rainha da Hollywood cabocla reinava absoluta e abraçada com o facínora Zé das Vacas, que juntos propuseram já em 1993 os torneios suicidas para eliminar os quatro clubes paraibanos da série B da época e dos demais estados asfixiados. As imposições do covil de Assunção e da Zurica era para reduzir o futebol brasileiro à pó de mico de um escritório da agentes assalariados do Clube dos Treze. E assim foi feito, sem misericórdia. O Grande CAO governou na corda bamba do edifício treme-treme. Muita vezes em viagens por outros estados (Maceió, Natal, João Pessoa e São Paulo, ele desabafava comigo, o seu parceiro de lutas inglórias.) Em todos os estados onde fui dirigente presenciei a agonia dos pusilânimes centuriões lagartixas oportunistas. (Paraíba, Pará e Amapá). O futebol brasileiro agonizava em todos os quadrantes do Brasil. Acompanhei as teias de aranhas da falência nos clubes do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Maranhão e Piauí quando fui eleito secretário executivo da Liga Norte. Assisti os jogos da morte nas arquibancadas do Zerão, Baenão, Curuzu, Mangueirão com os clubes locais na UTI do degolamento. A extinção sumária das ligas regionais na Granja Comary foi a sentença de morte final decretada pelas seis quadrilhas delatadas. Somente quem acompanhou as reuniões sinistras da Revista Placar e a decadência cavalar que se seguiu pode testemunhar a morte planejada do futebol nacional. E o pior! Ninguém faz nada para evitar o funeral do carcomido esporte no Brasil, nem mesmo após o desbaratamento dos quarenta bandos e gangues do funil do Mercosujo. Só resta o choro compulsivo dos desamparados torcedores órfãos das glórias sepultadas.
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