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Escrito por José Joaquim

O público da maior competição nacional está estagnado há um longo período, e a ociosidade dos estádios passa dos limites aceitáveis.

Obvio que não existe em nenhum futebol do mundo o nível de 100% de ocupação, mas apenas 40% como acontece no Brasil, demonstra que o torcedor brasileiro é de resultados.

Na verdade, a torcida européia apresenta uma cultura diferenciada da nossa com relação à frequência aos jogos de futebol.

Clubes que estão na parte inferior da tabela continuem recebendo os seus torcedores de forma normal, e com boas taxas de ocupação nos estádios.

Esses tem a cultura pelos esportes, e não apenas das vitórias.

Na própria Argentina, país vizinho, esse modo de proceder também acontece, enquanto no Brasil foi sedimentada a cultura das vitórias, ou seja, quando se ganha a movimentação do público agiganta-se, e quando se perde, inclusive a condição da conquista de uma melhor classificação desaparece.

Quando os objetivos maiores desaparecem, a torcida some.

Por outro lado quando a situação fica difícil e o clube ameaçado de rebaixamento, com as muitas promoções nos estádios os torcedores comparecem.

Certa vez lemos uma frase de um jornalista, que não conseguimos lembrar o nome, que era lapidar sobre o tema, quando dizia: ¨Brasileiro não gosta de esportes, gosta de ganhar¨.

Essa é a essência de nossa cultura esportiva.

Um vice-campeonato é uma derrota e não merece ser comemorado.

Quando conquista o título de uma divisão menor esse é desprezado, sendo que para alguns o campeonato maior é impossível.

A única coisa que interessa é o de ser campeão, que só cabe apenas para um participante. Uma campanha boa, com uma colocação mediana é desprezada, e afugenta os seguidores dos campos de jogos.

Todos desejam uma vitória, ganhar, seja como puder, e mesmo com boas colocações para esses não interessam.

Essa cultura produz a média de público nos estádios, que nunca irá chegar ao patamar europeu, desde que o nosso torcedor é de resultados, quando só vai a um jogo quando tem algum interesse em uma classificação futura.

Enquanto não aprendemos que o valor maior é o clube, independente de suas atuações, e que no esporte existem três resultados: ganhar, empatar ou perder, o sistema não será modificado, e os estádios continuarão com as ociosidades de 60% dos assentos disponíveis.

Precisa haver o entendimento da importância da disputa.

Quem perde hoje, pode ganhar amanhã, e que mesmo uma boa colocação, com bons jogos faz parte do sistema.

A cultura utilizada do só ganhar realmente é perniciosa, e produz os seus reflexos na ausência dos torcedores nos eventos esportivos, sendo o modelo adotado em nosso país.

Enquanto o torcedor brasileiro não entender que o importante é disputar bem, com dignidade, e que conquistas chegam com o passar do tempo, iremos continuar observando estádios vazios, com os zumbis vagando sobre esses. 

Comentários   

0 #2 RE: O FUTEBOL DE RESULTADOSRUBRO-NEGRO 12-11-2017 10:55
JJ: Um artigo real. O futebol de resultados é a essência de nossos torcedores. Só lotam os estádios quando os clubes vão bem, ou lutam contra os rebaixamentos.
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0 #1 Uma bela desculpa para o aparelhamentoBeto Castro 12-11-2017 09:17
Todos os clubes da série A preferidos e beneficiados pelos recursos da TV (as doze tribos do projeta Jacó) e protegidos pelo sistema federativo de fancaria quando são rebaixados para o poleiro das galinhas mortas tem os seus públicos aumentados. Acho que isto nega peremptoriamente esta tese de que só a vitória interessa aos torcedores. Evidente, os torcedores das etnias excluídas pelo aparelhamento da instituição não são idiotas e sabem que todos os campeonatos e copas da mutreta institucional são enviesados, manipulados e corrompidos por uma casta de dirigentes corruptos e sem escrúpulos. É muito fácil perceber que os clubes de apenas quatro cidades e federações açambarcam 95% dos recursos há 30 anos e somente os tais tem o direito de viver com dignidade. Até quando são rebaixados continuam recebendo dez ou vinte vezes os recursos e já tem a vaga da série superior garantida pela iniquidade deste sistema desonrado. Na verdade, os certames são todos viciados e de cartas marcadas para beneficiar os proprietários do futebol brasileiro e as suas gangues. 17 clubes da Série A pertencem às regiões sul-sudeste que inventaram as falcatruas da dominação e apenas três à Caatinga Ressequida, sendo que as regiões norte e centro-oeste não possuem um único clube na Primeira Liga de Amarrar Dinheiro Fácil. Este fato vergonhoso de uma União Federativa de Fancaria e Manipulação das riquezas não pode, definitivamente, ser ocultado das etnias de segunda à quinta categoria. Fica explícito que mesmo os dois clubes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais são protegidos e beneficiados em detrimento de outros Estados importantes como Paraná, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso, Pará, Amazonas, Ceará e Pernambuco. Vejam que estou falando apenas de 8 Estados sem poder de manifestação ricos e poderosos que somados com os quatro mandachuvas não dá metade dos Estados da Nação. Os clubes e as federações dos demais 15 Estados simplesmente não existem como cidadãos brasileiros. Toda a estrutura do futebol brasileiro foi manietada e corrompida pelos falsos representantes dos estados excluídos, os chamados centuriões lagartixas do sim senhor, amém. Isto não tem nada haver com a existência do poder de acumulação de capitais do sistema capitalista, onde o dogma mais importante é a livre concorrência em condições legítimas de paridade e participação. Evidente que não há qualquer sentimento de disputa isonômica e legítima de disputa em campeonatos onde alguns clubes recebem R$ 170 milhões contra outros que ficam entre R$ 3 e 10 milhões quando são permitidos participar dessa ignomínia. O torcedor, mesmo os hipócritas e manipulados pelo lavajatismo global, sabem que é tudo uma farsa para os ludibriar em suas dignidades. Somente quando for restaurado o orgulho cívico dos torcedores excluídos das festanças facciosas, com mais equidade na distribuição de riquezas, continuaremos a ser uma República Bananeira Sírio-Libanesa do Golpismo aparelhado e contínuo de uma Colônia sem autonomia e independência do capitalismo feudal tardio.
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