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Escrito por José Joaquim

Os clubes nordestinos mais uma vez não fazem uma boa campanha no Brasileirão.

São apenas três participantes, Bahia, Vitória e Sport, com os dois últimos ameaçados de degola, e que pertencem a dois estados, numa região com nove unidades federativas.

O Bahia está na 11ª posição, livre da queda. É o máximo a ser alcançado.

Com a possibilidade de queda dos times do Sport ou Vitória, a região ficaria com um estado, mas o Ceará está de volta, ocupando o lugar de um dos degolados.

Muito pouco.

Somos meros figurantes, sem direito à fala durante o filme.

Os clubes jogam para a manutenção, sem nenhuma perspectiva de algo mais, e isso influência na captação dos investimentos, que os deixam na linha da pobreza, contemplados apenas com o programa tipo Bolsa Torcedor.

O prazer que o torcedor sente numa competição como o Brasileirão é de puro masoquismo, desde que vão aos jogos para torcerem contra a queda, nunca pela conquista de um resultado maior.

É impossível melhorarmos com pornográficas diferenças de receitas, e do tratamento que é dado as duas regiões que pertencem ao Brasil apenas no seu mapa geográfico.

Iremos permanecer nessa ilusão que temos futebol, quando na realidade somos figurantes que trabalham de graça em busca de uma pontinha, para serem descobertos pelos agentes.

Para que se tenha uma ideia exata do problema, no período dos pontos corridos, o Norte do Brasil participou com os clubes do Pará, nos anos de 2003, 2004 e 2005, que foi o último ano. São 12 anos sem a presença de um estado com imensa demanda.

Como os seus clubes poderão evoluir?

Se olharmos uma outra região que faz parte do Brasil, a Centro-Oeste, essa participou em média com apenas um clube em cada ano, e todos de Goiás. Brasília esteve apenas uma vez com o Brasiliense, que foi logo rebaixado.

No Nordeste, nenhum clube da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Piauí e Maranhão. Do Rio Grande do Norte apenas em 2007, com o América-RN, rebaixado no mesmo ano, e hoje locado na Série D. Dai em diante o estado foi riscado do mapa do futebol nacional.

Na Bahia um revezamento entre o Vitória e Bahia, e poucas vezes os dois como nessa temporada. Nos anos de 2005 e 2006, o estado não teve representante.

A situação pernambucana á grave nesse século XXI.

Nos anos de 2003, 2004, 2005, 2010 e 2011 não contemplou nenhum representante. O Santa Cruz no período dos pontos corridos jogou apenas duas vezes, 2006 e 2016, e foi logo rebaixado). O Náutico esteve presente em 5 campeonatos (2007, 2008, 2009, 2012 e 2013). O Sport teve uma participação maior, com oito vezes (2007, 2008, 2009, 2012, 2014, 2015, 2016, e 2017.

O mais preocupante com relação ao tema, é que os dirigentes do futebol dessa região não acordaram, e continuam sendo submissos ao sistema medieval implantado pelo Circo, que não vislumbrou ainda o tamanho do país.

Na atual temporada ascenderam dois clubes do Sul (Internacional e Paraná), um do Sudeste (América-MG) e apenas um do Nordeste (Ceará). O Placar foi de 3x1.

Algo tem que ser feito através de um estudo mais aprofundado, para que se possa fazer algo por regiões que agonizam no futebol, e que tem demandas grandiosas de torcedores.

Qual a razão de não se repensar o número de clubes na divisão principal, e na Segunda?

O modelo europeu comporta bem com vinte clubes, desde que os seus países são dos tamanhos dos estados brasileiros, mas o Brasil é um continente, que no futebol insiste em viver no sistema autofágico que foi introduzido pela cartolagem.

Enquanto não houver uma revolução no setor, que possa afastar os donos do atual poder, iremos continuar assistindo cenas como a do último sábado, quando os torcedores do Sport vibraram com a vitória contra o Fluminense, que deu ao clube um alento para a fuga da degola.

Na verdade é muito pouco para o que merecemos.

Comentários   

0 #4 RE: OS FIGURANTESRodolpho 30-11-2017 21:25
Óbvio que isto aconteceria quando os 03 NE venderam a alma ao C13 em troca de uma hegemonia local à força e de serem eternos figurantes Nacionais quando chegam lá na série A, o que nem sempre acontece. Nada nem ninguem se fortalece às custas do enfraquecimento do seu adversário. Deveriam ter se unido aos demais e lutado por melhores condições para todos das 02 Regiões excluídas (N e NE), mas... mentalidade tacanha,medíocre,mesquinha,não enxergam 1cm à frente, só seus umbigos e olhe lá. Está aí o resultado: estádios vazios, evasão e migração de torcedores mais jovens para outros Clubes de fora, inclusive do País, nível técnico das Equipes... dispensa comentário,revelar e formar Jogadores como acontecia antes, nem pensar, viramos barriga de aluguel de Empresários e Dirigentes espertalhões que ficam ricos da noite para o dia e os Clubes falidos. Estamos muito perto do fim.. nada mais óbvio, achavam que seria diferente?
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0 #3 RE: OS FIGURANTESBLOGDEJJ 30-11-2017 13:54
Citando guilardo:
OS FIGURANTES - Excelente o artigo. O futebol na maioria das vezes retrata a situação de um país. Não é verdade absoluta, mas no nosso caso, está mais próximo disso. Vivemos num a região semi árida, como estudei no saudoso Martins Júnior, num livro dirigido à região(" BIOLOGIA NORDESTE"), no qual já se aprendia que num "futuro" não tão distante, a seca faria totalmente árida a região, vaticínio que está se realizando. Naquela época Recife era a terceira cidade mais populosa do Brasil, o que lhe emprestava ar de superioridade perante os outros estados. Os nossos times eram os melhores da região, batendo de frente apenas com os da Bahia, sem bem que os baianos não se considerassem nordestinos. O tempo foi passando e com ele veio o declínio de Pernambuco e do resto da região. Houve tempo em que tínhamos quatro clubes na primeira divisão. " ONDE A ARENA VAI MAL, MAIS TIMES NO NACIONAL"... Chegamos neste ponto atual, onde o centro-oeste pontificou economicamente, o sudeste continuou a cresce,r e o nordeste praticamente estagnou. Traçado o parâmetro econômico, assentou-se o presente espelho, que reflete a nossa existência no futebol brasileiro. Não temos mais Rubens Moreira que se impunha no grito. Temos dirigentes subservientes, que se abaixam por qualquer moeda, nem mesmo "trinta". Os clubes endividados vivem na miséria com o pires na mão. Excetuando-se o Santa Cruz, que já morreu e nem esmolas pede mais. O Sport, "eterno novo rico", cismou de ser grande POR DECRETO. Dessa forma não chegará. Restam o Bahia, Vitória e um ou outro do Ceará. Talvez um do Pará. Pois bem, se hoje o amigo os chama de figurantes, deveriam eles comemorar. Chegará um tempo, podem ter certeza, que nem para figurantes serviremos. Quando no muito, varreremos os sets de filmagem.


Prezado Guilardo: Parabéns pelo comentário. Enriqueceu o artigo.
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0 #2 RE: OS FIGURANTESANTONIO CORREIA 30-11-2017 13:49
JJ: O comentário de Guilardo tirou todas as minhas palavras do que iria escrever. Assino embaixo tudo que esse escreveu. O artigo analisa de forma simples e correta a realidade nosso futebol.
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0 #1 RE: OS FIGURANTESguilardo 30-11-2017 12:08
OS FIGURANTES - Excelente o artigo. O futebol na maioria das vezes retrata a situação de um país. Não é verdade absoluta, mas no nosso caso, está mais próximo disso. Vivemos num a região semi árida, como estudei no saudoso Martins Júnior, num livro dirigido à região(" BIOLOGIA NORDESTE"), no qual já se aprendia que num "futuro" não tão distante, a seca faria totalmente árida a região, vaticínio que está se realizando. Naquela época Recife era a terceira cidade mais populosa do Brasil, o que lhe emprestava ar de superioridade perante os outros estados. Os nossos times eram os melhores da região, batendo de frente apenas com os da Bahia, sem bem que os baianos não se considerassem nordestinos. O tempo foi passando e com ele veio o declínio de Pernambuco e do resto da região. Houve tempo em que tínhamos quatro clubes na primeira divisão. " ONDE A ARENA VAI MAL, MAIS TIMES NO NACIONAL"... Chegamos neste ponto atual, onde o centro-oeste pontificou economicamente, o sudeste continuou a cresce,r e o nordeste praticamente estagnou. Traçado o parâmetro econômico, assentou-se o presente espelho, que reflete a nossa existência no futebol brasileiro. Não temos mais Rubens Moreira que se impunha no grito. Temos dirigentes subservientes, que se abaixam por qualquer moeda, nem mesmo "trinta". Os clubes endividados vivem na miséria com o pires na mão. Excetuando-se o Santa Cruz, que já morreu e nem esmolas pede mais. O Sport, "eterno novo rico", cismou de ser grande POR DECRETO. Dessa forma não chegará. Restam o Bahia, Vitória e um ou outro do Ceará. Talvez um do Pará. Pois bem, se hoje o amigo os chama de figurantes, deveriam eles comemorar. Chegará um tempo, podem ter certeza, que nem para figurantes serviremos. Quando no muito, varreremos os sets de filmagem.
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