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Escrito por José Joaquim

O Brasileirão teve o seu início no ano de 1971, completando nessa temporada 45 anos sem a devida maturidade com relação aos públicos nos estádios. Sempre ouvimos falar que o Brasil era o país de futebol, algo que deveria ser melhor analisado, desde que as estatísticas afirmam o contrário.

O público do futebol brasileiro continua emperrado e não passa dos 15 mil (média) em seu principal campeonato. Para que se tenha uma ideia exata da realidade, a maior média do Brasileirão aconteceu há 33 anos, em 1983, com 22.953 pagantes.

Na primeira competição tivemos uma média de 20.360 torcedores. Na década de 90, a mais expressiva foi em 1999, com 17.018. De 2001 em diante, tivemos em 2009, 17.807 pagantes por jogo, que foi o melhor nesses 15 anos.

Quando discutimos o público do atual Brasileirão, esse é nada mais, nada menos, do que a repetição de dezenas de anos, ou seja, os torcedores podem até gostar do futebol, mas não gostam dos estádios, posto que, são de resultados. Quando os seus times vão bem, ou lutam contra a degola, esses os lotam.

São detalhes que deveriam ter motivado uma análise mais profunda, mas não fazem, principalmente os apedeutas que dirigem o futebol nacional. No caso de Pernambuco, os torcedores são os mesmos de sempre. No início do Todos com a Nota apareceram, mas o encanto foi perdido no decorrer do tempo.

Hoje são as mesmas caras de antigamente, e com um detalhe, o da ausência de uma geração mais jovem e com o compromisso com os esportes. O crescimento aconteceu apenas com as torcidas organizadas, que pelas benesses dos clubes sempre estão com os espaços ocupados.

Nas novas Arenas, as do Palmeiras (75% de ocupação) e Corinthians (69%), ultrapassaram a média de 50%. No caso do time alvinegro, por conta de sua fraca participação no Brasileirão, os últimos jogos não chegaram aos 20 mil pagantes. Isso caracteriza de forma bem forte, o que chamamos de ¨Torcedor de Resultados¨.

Algo que vem ao encontro de nossa tese, estamos vivenciando em Porto Alegre com seus dois clubes e duas novas arenas. O Inter que melhorou a média nos dois últimos jogos, por ter aberto os portões para os seus sócios, só chegou a 47% de ocupação, enquanto o Grêmio está com 34%. O Cruzeiro em Minas Gerais é um outro exemplo, com 41% no Mineirão. Todos não vão bem no Nacional.

Quando são realizadas pesquisas, o número de pessoas que gostam de futebol é expressivo, com cerca de 60% da população acima dos 16 anos, mas isso não repercute na frequência dos jogos.

Durante a construção das Arenas para Copa do Mundo, os ufanistas gritaram aos quatro ventos que o esporte da chuteira no Brasil iria evoluir, em especial no seu público. Nada aconteceu. O Náutico é um bom exemplo. Nos Aflitos tinha uma média de 12 mil pagantes por jogo. Na Arena Pernambuco que é um excelente palco, essa é de 4.209.

Os ilusionistas estão adorando o novo santo ¨São Tite¨, e esquecem da necessária reflexão desse problema, na busca de alternativas para que os estádios recebam bons públicos. A cartolagem do Circo pouco se preocupa com esse fato. O negócio maior deles é a seleção, que sobrevive graças a patrocinadores que misturam as suas marcas em algo tão impuro, e aos torcedores que ainda não entenderam o mal que estão fazendo ao futebol prestigiando algo que também precisa mudar. Os Nordestinos formam a maior parte desse contexto.

O futebol brasileiro com relação a técnica caiu, mas com o público é o mesmo de mil anos atras.

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