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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- MAIS UMA DERROTA DO SANTA CRUZ

* Sem zebras a 29ª rodada do Brasileirão não apresentou surpresas. Tudo dentro do previsível.

A perseguição ao Palmeiras continua sendo realizada pelo adversário Flamengo. Ambos ganharam os seus jogos, por coincidência para os piores times da competição, o lanterna America-MG, e o vice-lanterna Santa Cruz. 

O alviverde de São Paulo venceu o time mineiro por 2x0, enquanto o rubro-negro goleava o tricolor de Pernambuco por 3x0. Achar que esses dois piores times do Brasileirão poderiam ganhar ou empatar seus jogos, era algo totalmente fora de curva. Uma venda de ilusões por ilusionistas amadores. Tornaram-se vendedores de mando de campo.

Ambos estão rebaixados e não existem rezas, cálculos matemáticos que possam resolver os seus problemas. Já deveriam começar a fazer o seu planejamento para o ano de 2017, na Segunda Divisão. 

Por outro lado, embora a chance de fugir da degola ainda exista, o Figueirense que foi derrotado em casa pelo Botafogo por 1x0, aos 47 minutos do segundo tempo, ingressou numa área de turbulência, com a tendência de curva descendente, firmando-se como o terceiro mais cotado para a foice do carrasco da degola.

Uma última vaga será disputada pelo Cruzeiro, Coritiba, São Paulo, Vitória e Sport. Cinco clubes à procura de um abrigo para escapar do degolador.

Pela Série B, foi realizado o último jogo da rodada, com a vitória do Bahia por 4x0 contra o Tupi.

O time baiano continua respirando na competição, mas terá muitas dificuldades para a obtenção do acesso.

NOTA 2- MAIS UM ANO PERDIDO PARA O FORTALEZA

Na Série C, quatro clubes já tiveram o acesso para a B de 2017. Do Nordeste apenas o ABC, dois do Sudeste, Guarani-SP e o Boa de Varginha-MG e um do Sul, o Juventude de Caxias. 

A derrota do Asa de Arapiraca para o time de Campinas foi uma surpresa. O time alagoano tinha ganho em casa o jogo de ida por 3x1, poderia perder e levar o acesso, mas foi derrotado pelo placar de 3x0.

O alviverde campineiro retorna a competição após a sua queda em 2012, muito embora continue numa situação de dificuldades financeiras.

A derrota mais dolorosa foi a do Fortaleza por conta do empate por 1x1 contra o Juventude de Caxias.

A história se repetiu mais uma vez. Pela quarta vez em cinco anos, o tricolor perdeu o acesso à Serie B jogando em casa na fase de mata-mata da competição. Na Arena Castelão lotada, com 60 mil torcedores, o Fortaleza esbarrou nas defesas do goleiro Elias, e amargará mais uma temporada na Terceira Divisão.

O seu torcedor viveu um drama que vem sendo repetido há vários anos.

O incrível é que nossa região tinha a chance real de classificar os seus quatro clubes, e ficou com apenas um. Isso é o retrato de um futebol cada vez menor no cenário brasileiro, dirigido por cartolas sem a devida competência.

Um clube que coloca um número extraordinário de torcedores no estádio, deveria ter uma melhor sorte. Mas faltou mais uma vez competência.

Pobre futebol Nordestino, que se contenta com uma Copa do Nordeste como fosse uma grande coisa.

Lamentável.

NOTA 3- OS CRITÉRIOS TÉCNICOS E O ACESSO NA SÉRIE B

* O número mágico para o acesso na Série B é de 61 pontos, de conformidade com a atual tabela de classificação.

Tal pontuação levará a um desempate pelos critérios técnicos, fato esse que já estamos vivenciando com três clubes com o mesma pontuação (48), e cuja decisão na classificação está se dando pelo número de vitórias e saldo de gols.

O Náutico leva uma vantagem sobre o Avaí por conta desse segundo item, e sobre o Londrina nos dois casos.

Com relação ao saldo de gols, a vantagem alvirrubra será impossível de ser alcançada, a não ser que o time sofra goleadas seguidas, que não será o caso. A parte mais importante será o número de vitorias, desde que está empatado com o Avai (14), mas leva uma vantagem sobre o Londrina e Bahia, que são os que ainda tem chances de subirem para a Série A de 2017.

O time alvirrubro para alcançar o objetivo terá que manter esse padrão, e as vitórias em casa serão a chave do sucesso. 

NOTA 4- O BANHO DE CUIA DA MLS

* O futebol americano não tem tradição firmada no cenário mundial, mas a sua Liga Profissional (MLS), vem mostrando que esse esporte poderá atingir patamares bem mais altos.

Nos 316 jogos realizados na atual temporada, a média de público dá um banho de cuia, ou melhor uma lambreta no futebol brasileiro.

Enquanto o país tupiniquim não consegue chegar aos 15 mil torcedores por jogo, os norte-americanos já atingiram uma média de 21.512,  total de 6.798.843 pagantes.

O Brasileirão com 287 jogos realizados, apresenta uma média de 14.468 torcedores por jogo, e um total de 4.152.811.

Por outro lado, na MSL não tem um único público abaixo dos 10 mil, enquanto no Brasil vários são os jogos que tiveram uma participação menor do que tal número, e com o agravante com seis desses com públicos inferiores a mil torcedores.

Isso é um verdadeiro banho de cuia.

NOTA 5- OS CLUBES GASTAM, E AS FEDERAÇÕES SE DIVERTEM

* Oito Federações estaduais que tem filiados disputando a Série A Nacional, com a cobrança de suas taxas nos jogos realizados enchem as suas burras de ouro.

Computamos 287 jogos realizados, desde que não obtivemos os movimentos dos três de ontem. O total recebido foi de R$ 7.575.953,25, um valor bem alto para quem não tem sequer um único jogador em suas folhas salariais.

A Federação de São Paulo recebeu R$ 3.434.485,80, superior as receitas líquidas de 13 clubes. A seguir a Gaúcha com R$ 1.035.525,67, Carioca, com R$ 1.020.647,85, Mineira, R$ 891.940,08, Paranaense, R$ 420.121,50, Pernambucana, R$ 272.018,20, Catarinense, R$ 153.274,50 e Baiana, R$ 151.377,80.

Uma verdadeira vaca leiteira onde todos mamam menos os clubes.

NOTA 6- INDECÊNCIA

* Todos os dias são descobertas mais bandalheiras praticadas por aqueles que estiveram no poder nos últimos 13 anos.

O jornal Folha de São Paulo revelou que a Odebrecht fez uma transação sigilosa com a Caixa Econômica Federal em 2014, para cobrir um rombo milionário para a construção da Arena Itaquera de propriedade do Corinthians. Aliás todos sabiam e fingiam que nada acontecia. 

De acordo com a Folha, o dinheiro gasto pela empreiteira na obra, não tinha prazo para retorno, como até hoje não tem.

Por conta disso surgiu a fórmula indecente de ajudar a Odebrecht a recupera-lo. O Banco estatal comprou debêntures emitidos pela empresa no valor de R$ 350 milhões, e tudo foi resolvido. 

O Brasil é muito forte, pois aguentar tantas bandalheiras e não fechar, é um milagre. 

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