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Escrito por José Joaquim

Já estamos cansados dessa Copa do Mundo, e da diarreia mental que está sendo propagada pelo país, correndo o risco de se tornar numa grave epidemia.

Além de lermos novos livros, sempre procuramos algo que analise o futebol, e pela quarta vez estamos relendo ¨A Bola Não Entra Por Acaso¨, de autoria de Ferran Soriano, que foi vice-presidente de economia do Barcelona no período de 2003 a 2008, quando o clube estava à beira da falência, e com a implantação de um novo modelo de gestão por ele proposto tornou-se um dos mais bem sucedidos clubes do mundo.

Hoje esse dirigente é o CEO do Manchester City, que vem evoluindo no futebol mundial, cujo time é comandado por Pep Guardiola.

O que nos chamou a atenção foi essa vice-presidência de economia, fato esse impossível de acontecer no futebol brasileiro, que tem a diretoria de anarquia.

Os gestores profissionais dos times brasileiros deveriam ter esse livro da sua mesa de trabalho. Um capitulo bem interessante é o que o autor chama de cadeia produtiva do futebol, colocando-a na seguinte linha: Jogadores, Clubes. Patrocinadores, TV e Mídias.

São detalhes bem discutidos pelos economistas, quando analisam essa linha de ação.

Na analise de Soriano, o único segmento que lucra com o futebol em sua cadeia produtiva é o jogador. Os seus salários são crescentes, mais altos que os de qualquer atividade profissional, prêmios e comissões para os agentes.

Na verdade, nesse sistema a única vantagem de quem participa é ser jogador, ou treinador de elite, ou então empresários de alguns deles.

As entidades que promovem os mais diversos eventos futebolísticos, obtêm benefícios significativos, sendo que no Brasil ninguém sabe para onde vão tais recursos, enquanto na Europa são distribuídos entre as federações nacionais e clubes, de acordo caso a caso.

Quanto aos clubes as analises realizadas mostram um futebol sem fins lucrativos, com os modelos de gestões sem a obrigação de apresentarem lucros no final dos seus balanços, alguns gastando mais do que arrecadam, mas com capacidade de pagamento.

Bem diferente do Brasil, quando em nossos clubes as gastanças não são cobertas devidamente e os atrasos salariais são constantes.

Em nosso país, as emissoras de televisão compram os direitos de transmissão a preços mais elevados do que o mercado comporta, levando em consideração que o futebol gera a audiência e alavanca a sua grade de programação, e pode fazer uma compensação na venda de cotas de outros programas.

Na maioria elas tem as dificuldades de rentabilizar os investimentos realizados. Na Europa é o inverso.

Enquanto isso os clubes brasileiros gastam entre 70 a 80% de suas receitas com salários dos profissionais, quando deveria para ter um equilíbrio financeiro dispender entre 60 e no máximo 65%. Gostam de se endividar e antecipar receitas, e no final os dirigentes deixam um buraco para uma nova gestão, e não são punidos.

Vivem na Ilha da Fantasia.

Quando iremos ter um gestor de economia nos clubes brasileiros para que esses possam aprender como lidar com as finanças?

Nem que a vaca tussa isso irá acontecer.

Comentários   

0 #1 RE: A CADEIA PRODUTIVA DO FUTEBOLPEDRO CORDEIRO 07-07-2018 17:55
JJ: Pensar que isso poderia acontecer em nosso futebol é acreditar em Papai Noel. As gestões do sistema são fracas e com poucas condições para entender um trabalho como esse.
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