blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

Um problema grave no futebol brasileiro, transforma-se não somente em um sonho para aquele que o deseja praticar, e sim na própria e pura sobrevivência, e promove muitas decepções.

Temos uma vivencia de anos no acompanhamento dos campeonatos das categorias inferiores, e observamos que aquele conceito antigo, em que os pais tinham pavor de verem o filho jogando bola, atualmente não é mais visto como um fator de descaminho para a juventude, e sim como um meio de sobreviverem.

Os jovens que procura as escolinhas de futebol, quer sejam de clubes, como de particulares, traz dentro de si o sentimento e a esperança de toda a família de muitos irmãos e pais pobres.

Essa é a base social desse esporte, que para os pretendentes seria um porto seguro, com um navio ancorado, em que o futuro atleta poderá dar uma melhor vida para seus familiares. O sistema funciona de forma uniforme.

Os garotos saem de casa bem cedo, acomodam-se muitas vezes em precários alojamentos, mas que para esses representam um avanço, posto que em muitas vezes apertados e sem as mínimas condições, e com a sua ausência é um boca a menos para alimentar, e quem sabe, no amanhã estará levando comida para os seus familiares. 

Quantas vezes verificamos a ânsia que os pais acompanham os seus treinamentos, várias promessas são feitas aos santos padroeiros, para que sejam aproveitados.

Quantos bilhetes de recomendação chegam aos clubes encaminhando um futuro atleta? Os políticos adoram fazê-lo, na certeza da conquista de mais votos. Quantas mães e pais levam seus filhos para os treinamentos, com o pensamento voltado para o futuro, com a visão de que esses tornando-se os profissionais, consigam dar-lhes uma melhor situação?  

Hoje eles já chegam com um empresário de lado para influenciar na sua avaliação.

A base da pirâmide social de nosso futebol motiva a falta de preparo intelectual dos atletas, que é notado nas entrevistas após os jogos, no anseio de tornarem-se profissionais, abandonam tudo, casa, família e sobretudo a escola, que é peça fundamental para a sua preparação.

Quantas vezes ficaram pelo meio do caminho, frustrados, sem que tenham chegado aos seus objetivos? Milhares, desde que os contemplados são uma minoria, e mesmo assim apenas em uma pequena parcela irá ter salários dignos que possa recompensa-los por todo o trabalho.

Na verdade se tivéssemos uma educação com escolas providas de praças de jogos, estes certamente teriam na base escolar o primeiro caminho, não o da ilusão de uma escolinha, que de mil participantes no máximo aproveitam cinco, com os demais voltando para casa desiludidos, junto aos seus familiares, que tinham a esperança de melhorar o padrão de suas vidas.

Falta uma orientação básica, inclusive nos próprios centros de formação, onde os jovens deverão ser aconselhados da necessidade da escola, pois muitos não serão captados para o futebol, e assim mesmo quando o são, esse esporte é cruel, quando a maioria de seus participantes encerram as carreiras sem destino.

Sem duvidas os problemas existentes fazem parte do velho manual da Sociologia, e pouco aplicado.

São coisas do Brasil.

Comentários   

0 #5 RE: O SOCIAL NO TRABALHO DE FORMAÇAO NO FUTEBOLRUBRO-NEGRO 04-08-2018 16:30
JJ: Não viu me estender no comentário, apenas afirmar que é uma verdadeira aula. A sociologia como bem afirmou Beto foi pura.
Citar
0 #4 RE: O SOCIAL NO TRABALHO DE FORMAÇAO NO FUTEBOLJOSE MEDEIROS 04-08-2018 15:15
JJ: Beto em seu comentário definiu esse artigo como Sociologia pura. Acertou em cheio. Trata-se de uma aula sobre um tema importante, e que faz parte do contexto do futebol. Parabéns.
Citar
0 #3 RE: O SOCIAL NO TRABALHO DE FORMAÇAO NO FUTEBOLANTONIO CORREIA 04-08-2018 14:46
JJ: O artigo é uma verdadeira aula de sociologia. Mostra a nossa realidade. A escola é o fundamento básico para o futuro.
Citar
0 #2 RE: O SOCIAL NO TRABALHO DE FORMAÇAO NO FUTEBOLBLOGDEJJ 04-08-2018 10:27
Citando Beto Castro:
Me senti contemplado neste artigo magnífico sobre a realidade social dos jovens brasileiros. Menino pobre da periferia de Jampa, comecei ainda a ilusão em ser craque deste esporte aos 7 anos nas proximidades da Copa de 1954 e logo após o Maracanaço. Fincávamos um graveto entre um poste e outro numa rua de terra e ali nos divertíamos após a escola e o catecismo na cruzada. Peregrinei por vários clubes amadores (Tabajara, Sesi, Corinthians da São Miguel, Flamengo de Caiafo, Real Madrid do Varadouro, ABC, Paysandu do Dodô, Íbis, Náutico, Vasco do Sapo e Palmeiras da Torre - Vejam só o colonialismo interno e externo nos nomes dos times). Já naquela época haviam clubes com nome de Fiorentina, Arsenal, Red Cross, Royal, etc, por influência dos ingleses da Great Western). E assim foi por 19 anos até a saída do quartel do exército - ali jogávamos Rugby e também éramos da seleção da Companhia. Então, um irmão mais velho que ouvia sempre a frase, cresça meu filho e vá para São Paulo, arranjou um bilhete de um Conselheiro do Corinthians e lá fui eu fazer teste na peneira do Parque São Jorge, já como retirante. Aprovado incontinente com dez minutos de espetáculo, pois a fila era grande, ouvi do sociólogo improvisado, que já tinha estourado a idade e era muito velho com apenas 19 anos. Eu, hein, o diabo é quem vai ficar no come e dorme. Vou é arranjar um trampo qualquer e estudar, porque o futuro não espera. Aí, lá fui eu seguir a carreira de executado dos executivos, na outra ilusão de office-boy, mais para boi de ofício. Depois de 25 anos levando chicotadas, cheguei finalmente a gerência de Multinacional e também já era velho com 40 anos. Desta vez resolvi ser microempresário e progredir no capitalismo, mas, a burocracia e a carga tributária me deram 11 anos como simulacro de magnata, trabalhando de manhã, de tarde e de noite. Havia terminado o bacharelado em Ciências Econômicas (nome pomposo) e o maior salário que me ofereceram foi um salário mínimo, ainda sujeito a chuvas e trovoadas. E assim, é a vida dos brasileirinhos filhos de operários metalúrgicos ou agente postal dos Correios. Nos clubes onde passei como dirigente, havia quartinhos com ventiladores com dezenas de confinados importados de muitas cidades do interior e capitais. Os comebolas são criadores de ursos hibernantes com o máximo de três meses de caminhadas pela floresta e depois vão dormir por nove meses em suas cavernas convivendo com as lagartixas e os ratos. Assim, é o covil dos iludidos - Tudo para os doze e para os adoradores de pixulecos das Copas mais democráticas. Ainda tem maluco que investe neste saco sem fundo pensando em ser vereador. Quando chega aos 60, aparece o desgraçado do Alzheimer e interna o alucinado num clínica de repouso eterno. Pronto! Minha obra sociológica sobre as potências de quinta categoria acabou. Sai da frente que lá vem o caminhão boiadeiro lotado de pernas de pau pensando no Real Galáctico ou no Ganzhou Yangtsé. Entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato, o Senhor Rei da República de Curitiba mandou dizer que contasse quatro, senão vira dedo-duro do Tio Sam. Bem Amigos do Camelódromo - Vai que é tua, Tafarel! Brasil, sil, sil, sil!

Citando Beto Castro:
Me senti contemplado neste artigo magnífico sobre a realidade social dos jovens brasileiros. Menino pobre da periferia de Jampa, comecei ainda a ilusão em ser craque deste esporte aos 7 anos nas proximidades da Copa de 1954 e logo após o Maracanaço. Fincávamos um graveto entre um poste e outro numa rua de terra e ali nos divertíamos após a escola e o catecismo na cruzada. Peregrinei por vários clubes amadores (Tabajara, Sesi, Corinthians da São Miguel, Flamengo de Caiafo, Real Madrid do Varadouro, ABC, Paysandu do Dodô, Íbis, Náutico, Vasco do Sapo e Palmeiras da Torre - Vejam só o colonialismo interno e externo nos nomes dos times). Já naquela época haviam clubes com nome de Fiorentina, Arsenal, Red Cross, Royal, etc, por influência dos ingleses da Great Western). E assim foi por 19 anos até a saída do quartel do exército - ali jogávamos Rugby e também éramos da seleção da Companhia. Então, um irmão mais velho que ouvia sempre a frase, cresça meu filho e vá para São Paulo, arranjou um bilhete de um Conselheiro do Corinthians e lá fui eu fazer teste na peneira do Parque São Jorge, já como retirante. Aprovado incontinente com dez minutos de espetáculo, pois a fila era grande, ouvi do sociólogo improvisado, que já tinha estourado a idade e era muito velho com apenas 19 anos. Eu, hein, o diabo é quem vai ficar no come e dorme. Vou é arranjar um trampo qualquer e estudar, porque o futuro não espera. Aí, lá fui eu seguir a carreira de executado dos executivos, na outra ilusão de office-boy, mais para boi de ofício. Depois de 25 anos levando chicotadas, cheguei finalmente a gerência de Multinacional e também já era velho com 40 anos. Desta vez resolvi ser microempresário e progredir no capitalismo, mas, a burocracia e a carga tributária me deram 11 anos como simulacro de magnata, trabalhando de manhã, de tarde e de noite. Havia terminado o bacharelado em Ciências Econômicas (nome pomposo) e o maior salário que me ofereceram foi um salário mínimo, ainda sujeito a chuvas e trovoadas. E assim, é a vida dos brasileirinhos filhos de operários metalúrgicos ou agente postal dos Correios. Nos clubes onde passei como dirigente, havia quartinhos com ventiladores com dezenas de confinados importados de muitas cidades do interior e capitais. Os comebolas são criadores de ursos hibernantes com o máximo de três meses de caminhadas pela floresta e depois vão dormir por nove meses em suas cavernas convivendo com as lagartixas e os ratos. Assim, é o covil dos iludidos - Tudo para os doze e para os adoradores de pixulecos das Copas mais democráticas. Ainda tem maluco que investe neste saco sem fundo pensando em ser vereador. Quando chega aos 60, aparece o desgraçado do Alzheimer e interna o alucinado num clínica de repouso eterno. Pronto! Minha obra sociológica sobre as potências de quinta categoria acabou. Sai da frente que lá vem o caminhão boiadeiro lotado de pernas de pau pensando no Real Galáctico ou no Ganzhou Yangtsé. Entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato, o Senhor Rei da República de Curitiba mandou dizer que contasse quatro, senão vira dedo-duro do Tio Sam. Bem Amigos do Camelódromo - Vai que é tua, Tafarel! Brasil, sil, sil, sil!

Prezado Beto: O amigo escreveu uma bonita saga.
Citar
0 #1 Sociologia PuraBeto Castro 04-08-2018 09:16
Me senti contemplado neste artigo magnífico sobre a realidade social dos jovens brasileiros. Menino pobre da periferia de Jampa, comecei ainda a ilusão em ser craque deste esporte aos 7 anos nas proximidades da Copa de 1954 e logo após o Maracanaço. Fincávamos um graveto entre um poste e outro numa rua de terra e ali nos divertíamos após a escola e o catecismo na cruzada. Peregrinei por vários clubes amadores (Tabajara, Sesi, Corinthians da São Miguel, Flamengo de Caiafo, Real Madrid do Varadouro, ABC, Paysandu do Dodô, Íbis, Náutico, Vasco do Sapo e Palmeiras da Torre - Vejam só o colonialismo interno e externo nos nomes dos times). Já naquela época haviam clubes com nome de Fiorentina, Arsenal, Red Cross, Royal, etc, por influência dos ingleses da Great Western). E assim foi por 19 anos até a saída do quartel do exército - ali jogávamos Rugby e também éramos da seleção da Companhia. Então, um irmão mais velho que ouvia sempre a frase, cresça meu filho e vá para São Paulo, arranjou um bilhete de um Conselheiro do Corinthians e lá fui eu fazer teste na peneira do Parque São Jorge, já como retirante. Aprovado incontinente com dez minutos de espetáculo, pois a fila era grande, ouvi do sociólogo improvisado, que já tinha estourado a idade e era muito velho com apenas 19 anos. Eu, hein, o diabo é quem vai ficar no come e dorme. Vou é arranjar um trampo qualquer e estudar, porque o futuro não espera. Aí, lá fui eu seguir a carreira de executado dos executivos, na outra ilusão de office-boy, mais para boi de ofício. Depois de 25 anos levando chicotadas, cheguei finalmente a gerência de Multinacional e também já era velho com 40 anos. Desta vez resolvi ser microempresário e progredir no capitalismo, mas, a burocracia e a carga tributária me deram 11 anos como simulacro de magnata, trabalhando de manhã, de tarde e de noite. Havia terminado o bacharelado em Ciências Econômicas (nome pomposo) e o maior salário que me ofereceram foi um salário mínimo, ainda sujeito a chuvas e trovoadas. E assim, é a vida dos brasileirinhos filhos de operários metalúrgicos ou agente postal dos Correios. Nos clubes onde passei como dirigente, havia quartinhos com ventiladores com dezenas de confinados importados de muitas cidades do interior e capitais. Os comebolas são criadores de ursos hibernantes com o máximo de três meses de caminhadas pela floresta e depois vão dormir por nove meses em suas cavernas convivendo com as lagartixas e os ratos. Assim, é o covil dos iludidos - Tudo para os doze e para os adoradores de pixulecos das Copas mais democráticas. Ainda tem maluco que investe neste saco sem fundo pensando em ser vereador. Quando chega aos 60, aparece o desgraçado do Alzheimer e interna o alucinado num clínica de repouso eterno. Pronto! Minha obra sociológica sobre as potências de quinta categoria acabou. Sai da frente que lá vem o caminhão boiadeiro lotado de pernas de pau pensando no Real Galáctico ou no Ganzhou Yangtsé. Entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato, o Senhor Rei da República de Curitiba mandou dizer que contasse quatro, senão vira dedo-duro do Tio Sam. Bem Amigos do Camelódromo - Vai que é tua, Tafarel! Brasil, sil, sil, sil!
Citar

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar