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Escrito por José Joaquim

Ouvimos ontem uma frase de um torcedor assíduo nos estádios de futebol, que nos inspirou esse artigo, quando esse analisou a queda de sua qualidade, mas continuava a frequentar os estádios.

Comparou-se como um marido traído, fingindo que o culpado é o sofá e não a sua mulher.

O interessante é que a frase cabe bem ao atual momento do esporte da chuteira nacional, que espanta o consumidor pelo que apresenta, e para o torcedor mesmo flagrando a traição, ele não abandona o seu caso de amor, que é o clube, que o relega durante toda a temporada.

O torcedor tem um Estatuto com o seu nome, e não é cumprido na sua quase totalidade dos artigos. De maneira tranquila, nada reclama, e continua frequentando os estádios, movido à paixão pelas suas cores.

Quer mais traição do que a falta de transparência dos clubes, que guardam as suas contas em cofres fortes?

Quer maior traição do que os horários indecentes das partidas, em especial as noturnas, quando chega em casa de madrugada, e tem que sair no mesmo dia para o trabalho?

O afável torcedor não protesta e cumpre o seu ritual de frequência aos estádios. Mesmo sendo traído pelos cartolas, esse continua participando dos eventos noturnos.

Traição maior do que a de presenciar o seu clube jogar em outras praças, mesmo como mandante, por conta de interesses financeiros, certamente não existe.

Ele lamenta, mas não grita contra mais um golpe, e ainda repete as falas dos seus cartolas de que existe a necessidade de se expandir a sua marca.

De traição em traição vai vivendo o nosso personagem, como o marido traído em um momento de uma nova lua de mel com a sua mulher, e esse com o seu clube.

Na verdade o torcedor não se importa com os maus tratos realizados pelos cartolas arrogantes, que só olham para seus umbigos e esquecem o mais importante para o clube, que é a sua presença, mas esse relega na busca de um momento melhor para o time.

Nada o faz modificar os seus procedimentos.

As traições são apagadas com a vitória do seu clube.

Um gol apaga qualquer sentimento que tenha, inclusive aqueles  que acontecem fora do gramado ao assistirem aos programas esportivos nos canais de televisão, que os tratam como um pobre imbecil, ou mesmo um inocente marido traído.

Essa é a saga de um torcedor menosprezado pelo seu clube, que continua a ter uma relação muito mansa com esse, comparando-se ao marido que foi vitima de uma traição, que vive mansamente com a mulher.

O que vale no futebol é o gol e a vitória do time, mesmo as custas de traições e sofrimentos.

O futebol representa muito bem as novelas da Globo que ensinam tudo que não presta, mas os espectadores continuam assistindo-as.

O Brasil é um país ¨merdalheiro¨, em que tudo pode acontecer. 

Comentários   

0 #2 RE: O TORCEDOR É O MARIDO TRAÍDOANTONIO CORREIA 13-08-2018 13:25
JJ: O artigo está perfeito. O torcedor do futebol com a sua paixão torna-se um alienado no processo. Para ele uma vitória do seu clube apaga o que acontece na sua administração.
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0 #1 RE: O TORCEDOR É O MARIDO TRAÍDORUBRO-NEGRO 13-08-2018 11:26
JJ: A metáfora atingiu o alvo. O artigo representa a realidade de um torcedor do futebol, quando uma vitória apaga as mazelas que acontecem em seu clube,
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