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Escrito por José Joaquim

Existem alguns segmentos que não entenderam a transformação do mundo que de redondo tornou-se plano. Esqueceram-se de avisa-los, e o futebol brasileiro é um desses.

Os clubes tiveram de se estruturar como as multinacionais. Apesar disso, ainda há clubes que são administrados de forma amadora, em especial no Brasil que ainda vive no antigo mundo. Hoje na Europa os clubes de futebol profissional pelo menos a grande maioria deles, não são associações esportivas de bairro, mas multinacionais que necessitam ser geridas como tais.

Os jogos que são realizados no Velho Continente repercutem em todo o mundo. As grandes Ligas americanas são tão assistidas como os campeonatos locais. Grandes eventos são vistos por milhões de pessoas.

O futebol brasileiro não assimilou tais mudanças, permanecendo em seu mundo interno como uma reserva de mercado, e hoje sente o abalo dessa concorrência. No dia de ontem ouvimos falar mais da Premier League do que os jogos dos clubes locais.

Na realidade esse esporte ficou apenas para torcedores acomodados, que não reagem aos acontecimentos, e que para esses uma simples contratação, um joguinho aqui, outro ali, com vitórias de seus times, representa o máximo que almejam, embora os seus clubes estejam à beira do abismo. Acreditam em Papai Noel, no que a imprensa repercute, de que é dito pelos seus cartolas.

O atleta do século XXI é globalizado, e tem pouca afinidade com o clube que defende, pois hoje está nesse, como amanhã vestirá a camisa de outro, inclusive um rival local. O seu relacionamento é igual a uma mercadoria de uma loja.

Enquanto o mundo promove competições visando lucros, no Brasil permanece ainda o romantismo, e o estadual é um exemplo. Ainda não perceberam que esse findou, e hoje quem determina a realidade é o mercado.

O jogador tornou-se uma mercadoria que é negociada para o mundo globalizado e numa característica diferenciada por ser uma profissão que sofre poucas restrições. Bem diferente de outras que enfrentam barreiras no exterior.

No planeta Brasil, esse produto em uma grande parte não pertence aos clubes, e sim aos empresários, que lucram com as negociações realizadas.

Os nossos dirigentes não enxergaram que o mundo transformou-se, tornou-se uno, ligado pela internet, e não organizaram as suas agremiações para atender um novo mercado aberto, continuando no século anterior, ainda na época das cadernetas das antigas vendas de bairros, e onde as paixões superam os interesses comerciais e globais.

O futebol brasileiro tem a sua demanda estagnada. A população aumentou e o número de torcedores não acompanhou o crescimento, pelo contrário reduziu-se, quando os que não gostam do futebol já chegaram a 28% na população de mais de 16 anos. Cansaram e partiram para outras formas de lazer.

A globalização afetou também na parte interna, em especial na concentração de renda, que se localizou em determinadas regiões, incrementando o abismo que separa os clubes, que sentiram o impacto quando perderam o poder de competitividade.

A rotação do eixo do futebol mudou, mas no Brasil ainda continua no antigo, rodando do nada para o nada, com dirigentes e torcedores desfocados e alienados com relação a tais mudanças.

Isso sem duvida é mais um dos pontos que não foram detectados, e que influenciaram na queda desse esporte no país.

Comentários   

0 #1 RE: O FUTEBOL BRASILEIRO AINDA VIVE EM UM MUNDO REDONDOANTONIO CORREIA 14-08-2018 12:09
JJ: O artigo mostra a realidade do atraso em que vivemos no futebol. As noticias antes da Internet chegavam com atraso, hoje é no tempo real. O Brasil não adequou-se a nova realidade.
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