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Escrito por José Joaquim

Uma frase ouvida em um dos programa da ESPN Brasil quando estava sendo debatido o atual Brasileirinho e as diferenças entre os clubes que estão lutando pelo título, com os que ficam na parte mais baixa da tabela de classificação, quando um dos participantes sugeriu que essa competição tivesse 18 participantes e apenas dois times rebaixados, com o calendário resolvido.

Uma maneira equivocada de se discutir o assunto.

Na realidade o problema não é apenas o calendário pornográfico, e sim a péssima distribuição de receitas, que motiva uma separação gigantesca. Hoje um clube menor não consegue um resultado positivo jogando contra um maior.

Os países mais desenvolvidos do planeta são aqueles com melhor distribuição de suas rendas. Obviamente que nem todos não são ricos, mas certamente não existem os miseráveis, e isso deveria ser aplicado ao futebol.

O Brasileirinho que já foi Brasileirão há anos vem se tornando uma luta de classes, onde ricos e pobre se defrontam, e sempre a vitória caberá aos primeiros que estão com o dinheiro, que é sem duvida a melhor das armas. Os números são bem duros.

Não pode ser justo que uma equipe durante um torneio com os seus concorrentes faturando três ou quatro vezes mais nas cotas dos direitos de transmissão. Mesmo que esses tenham problemas financeiros, sempre terão mais condições de investimentos. Por conta disso os proletários do futebol são meros participantes lutando contra o rebaixamento.

Na era dos pontos corridos, nenhum time de menor porte conseguiu chegar ao título, que ficou por três vezes em Minas Gerais, e onze no eixo Rio-São Paulo, que detém mais da metade do PIB nacional.

Se houvesse uma equidade na distribuição das receitas, certamente a competição ficaria mais interessante, inclusive permitindo que um clube de menor renda tenha a oportunidade de disputar uma boa colocação.

Há anos atrás o futebol brasileiro tinha 12 grandes clubes, e que aos poucos está sendo reduzido. Hoje com muita boa vontade poderemos considerar apenas oito.

Os dirigentes deveriam entender que muito dinheiro nas mãos de poucos é danoso, e se bem distribuído cria um sinergia entre todos por conta da competitividade, refletindo na presença dos torcedores.

O futebol brasileiro tem a necessidade de se transformar em algo menos previsível, já que no sistema atual em um torneio de 20 clubes, desde o seu início sabemos quem serão os primeiros, como resultante de uma engenharia financeira danosa, que não permite criar as possibilidades de que um clube proletário possa chegar a ser protagonista e lutar com dignidade numa competição, com chances, quem sabe, com uma boa estrutura, de chegar no grupo maior na tabela de classificação.

Reduzir para 18 participantes a Série A em um país continental, é de uma burrice patológica.

Lembramos que na França  quando faltou pão, a Imperatriz mandou o povo comer brioche, e veio a famosa Revolução que levou a família real à guilhotina, e no futebol brasileiro cedo ou tarde irão aparecer alguns revolucionários que lutarão contra esse sistema apodrecido, que favorece alguns em detrimento da maioria.

Contra fatos não existem argumentos.

Comentários   

0 #5 RE: O BRASILEIRINHO E AS DIFERENÇAS FINANCEIRASCLOVIS ARRUDA 27-08-2018 12:49
JJ: Sou torcedor do Santa Cruz, um clube à beira do abismo, e vitima de péssimas gestões, como do desequilíbrio financeiro do futebol brasileiro. Como um clube pode sobreviver com 90 dias parado como irá acontecer com esses que foram eliminados na Série C? Parabéns pelo artigo.
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0 #4 RE: O BRASILEIRINHO E AS DIFERENÇAS FINANCEIRASCARLOS EDUARDO 27-08-2018 12:15
JJ: Concordo com os comentários anteriores. O futebol brasileiro tem que reorganizar, e o foco principal será sem duvida uma modificação na distribuição de recursos.
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0 #3 RE: O BRASILEIRINHO E AS DIFERENÇAS FINANCEIRASANTONIO CORREIA 27-08-2018 11:35
JJ: Um artigo perfeito e que apresenta uma parte da realidade do nosso futebol que está relacionada as diferenças financeiras. É claro que com um maior equilíbrio as competições seria bem melhores. Os clubes deveriam entender que distribuindo os recursos com mais equidade seria melhor para todos. Uma loja melhora as suas vendas por conta dos concorrentes e esses certamente devem ter boas condições para a competição.
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0 #2 RE: O BRASILEIRINHO E AS DIFERENÇAS FINANCEIRASRUBRO-NEGRO 27-08-2018 11:03
JJ: Mais um artigo perfeito e esclarecedor. O futebol brasileiro necessita de um debate com pessoas que pensem, e que posam trazer algo de novo para a sua transformação. O desequilíbrio financeiro é um dos fatores que o afetam.
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0 #1 A quem interessa esse injusto sistema?André Ângelo 27-08-2018 10:17
A quem interessa esse injusto sistema? A ninguém. Ou melhor, apenas à Rede Globo.
Quando implodiu o clube dos 13 para poder negociar diretamente com cada clube a cota de transmissão de jogos, a Rede Globo até aceitou pagar mais aos clubes. Todavia, também passou a escolher quem iria receber mais e quem iria ficar com as migalhas.
Hoje, na prática a Rede Globo é o patrocinador master de Flamengo e Corinthians, pois quando são os dois únicos clubes que recebem acima de cem milhões de reais, em cotas bem distantes do 2º escalão, aí já não se trata mais de direitos de transmissão. Aí já é injeção de dinheiro mesmo para garantir que esses clubes montem grandes elencos que os permita conquistar títulos ou disputa-los até o final.
Por outro lado, os clubes no Norte-Nordeste, Centro, Paraná e Santa Catarina ficam com cerca de 25% do que é pago a Flamengo e Corinthians. É óbvio que não haverá condições de lutar por título ou classificação à Libertadores para esses clubes. No máximo se conformarão em lutar contra o rebaixamento e se classificar para a Sulamericana.
Enfim, segue o padrão Globo de manipulação, assim como faz na política, na economia, na cultura e na educação.
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