Ontem ao conversarmos com um torcedor do Santa Cruz, que tem no seu currículo muitos serviços prestados ao clube, esse nos dizia que a esperança de mudanças no tricolor estava no seu novo Estatuto.

Confessamos que não entendemos essa colocação, desde que um caderno com artigos e parágrafos é óbvio que não tem condições de transformar um clube e trazê-lo de volta aos antigos tempos.

Nossa resposta foi simples: Será o Toque de Midas? Estatuto não modifica nada, atualiza apenas a sua competência e jamais será transformador no clube.

Na realidade, o que falta ao Santa Cruz é uma gestão profissional de verdade, e em especial a sua transformação em uma SAD. Isso acontece na maioria dos clubes brasileiros.

O limite da visão dos dirigentes é que o problema será resolvido com a contratação de um gerente de futebol. O conceito de gestão vai muito além desse caminho.

As transformações que o tricolor pernambucano precisa, exige a aplicação da Governança Corporativa, utilizada nas empresas e em alguns raros clubes brasileiros.

Os princípios dessa Governança são impessoais, e que levam a gestão a ser independente de pessoas, e que servem para monitora-la, envolvendo o relacionamento entre os dirigentes.

Quando se fala em gestão profissional, certamente é dotar as agremiações de um gerenciamento em cada setor, e que no seu conjunto possa dar uma maneira mais consistente de se obter um planejamento, que não poderá ser de um curto prazo, de forma imediatista e sim de longo prazo, com uma visão global dos seus futuros.

O trabalho projetado deverá objetivar o aumento da amplitude e da velocidade com que a reestruturação e a profissionalização da gestão dos clubes ocorreriam, levando assim a diminuição de todos os problemas administrativos e uma maior credibilidade no mercado consumidor, em especial com relação aos investidores.

O planejamento é inimigo do empirismo, e das medidas aleatórias e açodadas.

Pela experiência que temos no setor, um choque de gestão torna-se muito difícil de ser aplicado em nosso futebol, posto que os cartolas fazem a questão de dar a última palavra, de estarem nos holofotes, deixando de lado a lógica racional e partindo para a insanidade.

Um Estatuto jamais irá mudar o comportamento dos dirigentes, que na verdade são os grandes culpados pelo que acontece com o Santa Cruz.