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Escrito por José Joaquim

Ao assistirmos na última quinta feira o grotesco jogo do Sport contra o Sarandi, um time desorganizado, de um futebol sem qualidade, com o rubro-negro utilizando uma retranca para garantir o resultado, voltamos aos anos trinta do século passado, quando em 1938, o austríaco Karl Rappan introduziu o ferrolho na seleção da Suíça, que ficou batizado como ¨ferrolho suíço¨.

Há algum tempo que debatemos com os visitantes do blog, sobre a nova fórmula adotada pelos treinadores brasileiros, a de não perder, empatar e se possível ganhar.

Com exceção de poucos clubes, que buscam o gol em seus jogos, a maioria está trabalhando com um ferrolho moderno, muitas vezes com 5 zagueiros, 4 volantes e um único atacante isolado, esperando a ocasião do contra ataque.

Não é por acaso que o 1x0 é o placar que mais aconteceu  no  Brasileirão em curso, e que está sendo considerado como uma goleada. Foram 25 em 160 jogos (15,1%).

Os resultados estão bem claros, o futebol torna-se chato, pragmático, cansativo e por conta disso afastando os torcedores, que pagam para assistir a um bom jogo, e desejam que esses sejam resolvidos por gols.

Na Europa poucos treinadores utilizam tal esquema, e um deles é considerado como um dos melhores do mundo, que é Jose Mourinho, que coloca a sua equipe em campo esperando o erro do adversário e preparar o seu contra golpe.

Quando não dá certo, empata, e isso aconteceu no Manchester United na temporada de 2016/2017, que foi o rei dos resultados iguais.

O ferrolho é útil para as equipes menores, que não tem a qualidade técnica para enfrentar os maiores, e atuam dessa maneira.

Na década de 60 a equipe da Juventus, na Itália foi a sensação com o ¨catennaccio¨, que era uma variação do ferrolho de Rappan. Atuava com duas linhas de defensores. No Brasil não são apenas equipes de menor porte que utilizam esse sistema, e os grandes quando estão se confrontando também aderiram.

Um exemplo vem do atual líder do Campeonato, Corinthians, que aplica uma variação do ferrolho, contando para os seus gols com Jô, um excelente artilheiro.

Nada mais chato para um torcedor ficar assistindo uma partida de futebol, cuja bola fica nas laterais dos campos, com poucas oportunidades de gols, e os atletas com medo de avançar. As bolas alçadas fazem parte do sistema.

O ferrolho está matando o futebol brasileiro, o qual representa a sobrevivência dos treinadores, que não conseguem imaginar algo diferente, que pelo menos leve seu time para a área do adversário.

O futebol é para ser jogado para frente, e não ser retrancado em seu campo de defesa de forma covarde, mas mantenedora de empregos.

Nós que nos acostumamos com jogos de muitos gols, com artilheiros brilhantes, só podemos lamentar esse retorno aos anos trinta, em plena era da tecnologia, e que isso esteja arruinando o esporte que já foi de qualidade e hoje transformou-se em um produto com uma queda em sua aceitação.

Comentários   

0 #1 RE: O FERROLHO DOS ANOS TRINTAANTONIO CORREIA 29-07-2017 16:02
JJ: Tomei a liberdade de tirar cópias dos seus artigos, desde que esses são diferenciados. Esse de hoje mostra tudo aquilo que assistimos nos gramados. Voltamos aos anos trinta.
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