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Escrito por José Joaquim

Quantas vezes somos abordados por torcedores do futebol, os quais  trazem dentro de si, a cultura do condicional, que também está arraigada em nossas mídias esportivas.

Os comentaristas e os cartolas dos clubes, questionam alguns lances através da palavra ¨se¨. ¨Caso se a bola que bateu na trave entrasse, o resultado seria outro¨, ou ¨se o juiz expulsasse aquele atleta o resultado seria bem diferente¨, ou ainda ¨se o Náutico tivesse um melhor começo não estaria na atual situação¨.

São procedimentos como esses que dão vida ao debate esportivo, como se a palavra ¨se¨ pudesse modificar um resultado que consta da súmula do jogo.

Na realidade o condicional serve para diminuir a dor em caso de derrotas, desde que fica sempre aquele convencimento de que algo acontecesse o seu time sairia vencedor.

O esporte, assim como o futebol não vive do condicional e sim da realidade dos acontecimentos, e o ¨se¨ não pode fazer parte do julgamento e para previsões futuras, porque o árbitro do jogo não expulsou o atleta, não marcou o pênalti, e a trave que é parte dos equipamentos do futebol, impediu a entrada da bola no gol. Tudo isso é o presente, e o momento, mas a participação do condicional serve como um medicamento contra a dor.

Em um dos trabalhos de Pasquale Cipro Neto, mestre da língua portuguesa esse tratou desse tema, de forma genial, e com um bom uso de nossa língua.

Para ele, ¨um raciocínio brilhante que ouvimos no futebol é esse: ¨Se¨ o juiz desse aquele pênalti, era um a zero para nós¨. Diz-se isso onde quer que haja uma partida de futebol e, muitas vezes também no rádio ou na TV.

Santo Deus!

Será que ninguém é capaz de pensar que a consecutividade dos fatos gera entre eles uma relação tal que impede que se afirme que, ¨se o juiz dá aquele pênalti...? É simples. O árbitro não marcaria tal pênalti; se o tivesse marcado, nada do que aconteceu depois do lance teria acontecido, porque a sequência seria bem outra, de modo que é simplesmente impossível afirmar qual teria sido o placar do jogo.

Trata-se de uma boa análise, entretanto se acabar com o ¨se¨ no futebol a conversa do pós jogo morreria, e isso faz parte do que chamamos do contraditório que existe em todos os esportes, e que é a essência do debate esportivo.

Dai acharmos que o condicional é importante e não pode deixa-lo de lado, mesmo sabendo que o placar do jogo não será alterado, mas serve de conforto para os perdedores, e alimenta ilusões futuras.

Que viva o ¨se¨.

Se jogasse melhor o Íbis seria campeão estadual, e muitos jogadores que andam por aí seriam titulares da seleção. 

Comentários   

0 #1 RE: O ¨SE¨NO FUTEBOL¨ANTONIO CORREIA 17-08-2017 12:34
JJ: O amigo tratou de um tema bem interessante. Quando o torcedor utiliza o ¨se¨serve para reduzir a tristeza, quando pensa que seu clube poderia ter ganho. Na ida real é a mesma coisa, essa pequena palavra serve para tornar algo mais próximo daquilo que desejava, ou seja ¨se¨ desse esse número ganharia a Mega
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