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Escrito por José Joaquim

A maioria dos jogos das duas maiores divisões nacionais demonstra que o ex-jogador, e campeão mundial pela Alemanha, Paul Breitner está coberto de razão, quando afirmou: "Vocês estão jogando como há 20 anos atrás".

Ao assistirmos na última segunda-feira ao jogo CRB e Sport, embora esse tenha apresentado um bom entusiasmo mas com pouco futebol, anotamos os mesmos problemas graves que tomaram conta desse esporte, ou seja, a ausência de um atleta que conseguisse parar a correria desenfreada que acontecia no gramado.

Os passes errados foram acima de uma média normal. A correria foi tanta que nos lembrou  uma prova de atletismo de tiro curto. Os participantes correm mais que a bola.

Quando observamos os meios campistas do rubro-negro da Ilha do Retiro não encontramos nenhum que conseguiu parar a bola e dá o passe. São verdadeiros carregadores que a conduzem para entregar pessoalmente aos companheiros e muitas vezes aos adversários.

Charles em 10 passes erra 12, e William Farias é sem duvida um brucutu da segunda divisão.

A ligação direta parece mais os macacos que são colocados para que possam trazer energia para algum local. Jogam a bola para frente mesmo sabendo que essa será rebatida.

Os chutões nos impressionaram. Chutam para frente sem nenhum objetivo, na certeza de que a pobre bola irá voltar, desde que os defensores irão rebatê-la de volta.

O jogador hábil desapareceu para dar lugar ao musculoso brucutu. Os zagueiros são os antigos "beques" das Usinas, que tinham o lema de "bola para o mato, que é jogo de campeonato".

Ou muda-se o sistema ou então vamos passar muitos anos assistindo a esse tipo de jogo, onde a ausência de craques se faz sentir, para dar lugar aos medianos que o tomaram de assalto e estão matando um dos seus grandes motes, que era o seu passe, em especial o toque de bola.

O que mais preocupa é quando assistimos aos jogos das divisões de base, os mesmos vícios são encontrados, como a uniformidade do ruim fosse correta.

Ou entendemos que carregadores é para aeroporto e estação de trem, e não para o futebol, ou então estaremos condenando esse esporte a uma mesmice bizarra, sem a alegria de contemplarmos uma partida com técnica e sobretudo com qualidade. Desejamos a volta do bom futebol.

Pelo menos o time do Flamengo de Jorge Jesus, é um espelho do que queremos para o futuro.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O EFEITO DANIEL ALVES

* O São Paulo está perto de acertar a renovação de seu patrocínio máster. O clube negocia os últimos detalhes do contrato com o Banco Inter que tem vínculo com o tricolor até abril de 2020.

Segundo a coluna "De Primeira", do UOL, a empresa está bastante motivada com a parceria especialmente depois da chegada de Daniel Alves.

Algumas ações de marketing envolvendo o atleta já foram feitas, como o sorteio de camisas autografadas. Outras ações contando com o camisa 10 tricolor poderão ser realizadas.

Na realidade o jogador está dando o retorno do investimento de uma contração vultosa, que começa a ser paga através de sua imagem.

Além disso a sua alegria empolga os torcedores do São Paulo.

NOTA 2- O BÔNUS DO BARCELONA 

* O Barcelona pagou 92 milhões de euros- o equivalente a mais de R$ 410 mihões- em bônus coletivo aos seus jogadores por vencerem o Espanhol e a Supercopa da Espanha na última temporada, segundo dados do balanço do clube.

Nos interessamos sobre o assunto para que os nossos visitantes possam ter a visão da impossibilidade de uma concorrência do nosso futebol com o europeu, desde que um pagamento de bônus de um único time supera a receita de 97% dos clubes brasileiros.

Somos pobres demais.

O bônus foi de R$ 2 milhões de euros menor do que o valor pago em 2018. No entanto, esse superou em 3 milhões na comparação com a premiação que os jogadores receberam quando o clube venceu a tríplice coroa em 2015.

O relatório revelou que o Barça gastou um total de 541 milhões de euros em custos com pessoal em todas as suas equipes esportivas, com 311,9 milhões gastos com os treinadores e jogadores da Liga principal.

Um outro mundo.

Ainda temos um longo percurso para que seja percorrido.

NOTA 3- A ESPANHOLIZAÇÃO DO NOSSO FUTEBOL

* Há algum tempo fizemos uma postagem sobre a espanholização do futebol brasileiro, com o prazo a ser iniciado em 2020.

Erramos em um dos clubes candidatos, já que achávamos que seria o Corinthians pelo potencial de torcedores, um excelente estádio que poderia impulsiona-lo, mas esquecemos do mais importante que está vinculado de forma direta a uma palavra chamada de gestão, que realmente desapareceu do Parque São Jorge.

O outro seria o Flamengo com uma nova administração que estava sendo implantada, e que deu certo.

Substituindo o alvinegro veio o Palmeiras por conta da gestão de Paulo Nobre que começou a dar ao clube uma boa estrutura, que teve a continuidade na atual direção.

As receitas previstas para ambos no ano corrente estão estimadas em R$ 750 milhões, com uma distancia gigantesca para os demais concorrentes, que deverão estar no patamar entre R$ 350 a R$ 400 milhões.

Uma diferença brutal, e que aponta para o domínio de Flamengo e Palmeiras para os próximos anos.

São Paulo, Internacional, Santos, Corinthians, Grêmio, Cruzeiro e outros menos cotados terão chance em competições de mata-mata como Copa Brasil e Libertadores.

Cedo ou tarde isso iria acontecer, desde que os Deuses do Futebol já tinham feito a escolha.

Lamentável, mas real.

NOTA 4- FALTA DE COMPROMETIMENTO

* Se não bastasse a derrota sofrida no clássico contra o Paraná, na Vila Campanema, os atletas do Coritiba foram alvo de uma polêmica apos o jogo do último sábado.

Fotos circularam nas redes sociais de alguns jogadores que, horas após o Paratiba foram vistos em um festival sertanejo em Curitiba.

Foram bastantes cobrados em uma reunião com o técnico Jorginho e o executivo do futebol, Rodrigo Pestana.

Na verdade, de folga, o profissional tem todo o direito de sair com a família. Tinham direito de irem à uma balada, mas existem ocasiões e "ocasiões", em que esse direito pode ser exercido de forma mais discreta, e não numa exposição escancarada, depois de uma derrota para o rival em um período de crise na competição.

Faltou o devido comprometimento para com o clube.

Como se pode acreditar em um elenco como esse. Imagine se o time fosse derrotado no dia de ontem?

Como ficariam os atletas que estavam na balada?

NOTA 5- OS CLUBES DO NORDESTE ESTÃO NO SELETO GRUPO DE BONS PAGADORES

* Dos vinte clubes da Série A do Brasileiro, ao menos 10 atrasaram pagamentos para atletas na temporada 2019.

Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo no dia de ontem, indica que Santos, Corinthians, São Paulo, Chapecoense, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Botafogo, Atlético-MG e Goiás falharam em algum momento, de forma mais ou menos grave.

Os pagamentos podem ser do salário em CLT, direito de imagem ou premiação.

Embora o jornal não tenha citado, os quatro clubes do Nordeste que estão nessa competição fazem parte do grupo de bons pagadores.

Ceará, Fortaleza, CSA e Bahia dão um bom exemplo de gestão.

NOTA 6- DA LANTERNA PARA O G4 DA SÉRIE B

* A 27ª rodada da Série B foi encerrada na noite de ontem com oito jogos, e com a presença do América-MG no G4.

Por várias vezes chamamos a atenção para o caminho do Coelho que em 14 rodadas saiu da zona da Caetana para atingir o 4º lugar da competição ao derrotar o líder Bragantino pelo placar de 2x0, chegando aos 41 pontos.

A rodada foi bem atípica, desde que nenhum time do G4 anterior conseguiu uma vitória, o que embolou mais a competição. Sport e Atlético-GO empataram, enquanto o Bragantino e Botafogo foram derrotados.

O Paraná chegou ao 5º lugar com uma vitória de 1x0 sobre o Operário, o Coritiba assumiu a 6ª posição após derrotar o Guarani por 1x0.

O Vitória saiu dos braços da Caetana depois de passar pelo Oeste com o placar de 3x1. A Ponte Preta enfim ganhou um jogo, com um 3x1 sobre o Londrina, e o Criciúma empatou em 2x2 com o Brasil de Pelotas, continuando no Z4.

Uma rodada de pouco futebol, tendo como melhor jogo o do América-MG x Bragantino.

Os onze jogos para cada time fecharão a pior Série B da história, e com a previsão de mais uma surpresa no G4.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O RETORNO DA GUTEMPATITE

* Nos dois últimos jogos do Sport tivemos dois empates.  

A Gutempatite voltou com todo o vigor, e na noite de ontem no Rei Pelé, o rubro-negro completou o seu 13º jogo com resultados iguais. Perdeu nessa brincadeira 26 pontos, e ganhou apenas 13.

Aliás, se a competição fosse um pouco melhor, o Leão não estava na situação em que se encontra, praticamente garantido na Série A de 2020, e sim brigando no meio da tabela.  

O time é ruim, e o maestro pior do que o soneto.  

Mesmo o Sport perdendo um pênalti, o placar de 1x1 foi injusto para o CRB, que esteve melhor durante o jogo. O ponta Allison Farias deu um baile na defesa do time da Ilha do Retiro.

Se a equipe alagoana tivesse peças melhores teria ganho o jogo, desde que o adversário estava totalmente desentrosado e correndo apenas atrás da bola.

O resultado final foi uma vitória para o rubro-negro e uma derrota para o time alagoano.

No outro jogo, o São Bento atropelou o time do Vila Nova pelo placar de 3x1.  

NOTA 2- OS MARGINAIS E O FUTEBOL BRASILEIRO 

* O futebol brasileiro está sendo destruído por marginais fantasiados de torcedores.

Esses brigam nos estádios inclusive entre os de uma mesma torcida. Brigam nas ruas antes e depois dos jogos, invadem as sedes e Centros de Treinamentos dos clubes.

No último sábado, um pouco antes do início da partida entre São Paulo e Fortaleza, vestidos com a camisa tricolor esses passaram do limite, o de protestar em frente da residência de Leco, presidente do tricolor do Morumbi. 

Não respeitaram a sua privacidade, como a de sua família, além dos vizinhos que assistiram essas cenas grotescas.

Obvio que protestos devem ocorrer, mas no âmbito da atuação do dirigente, ou seja, em jogos de futebol, ou às portas das sedes dos clubes, e de maneira pacifica.

Ficar à frente de uma residência com ameaças, palavras grosseiras, é crime, e deveria ser encaminhado um boletim às autoridades para as devidas providências.

Para complementar tal fato fizeram vídeos que foram postados nas redes sociais mostrando as suas bravatas.

Procedimentos como esse só poderia partir de uma escória fardada de torcedores.

Hoje dificilmente uma pessoa de bem aceita participar dos quadros diretivos de um clube.

Uma vergonha.

NOTA 3- UMA RODADA DOS VISITANTES

* A 23ª rodada da Série A foi atípica com apenas duas vitórias dos mandantes, contra 3 empates e cinco dos visitantes.

A média de público ficou estabilizada em 21.122 pagantes por jogo, para um total de 200.473 torcedores.

O Flamengo foi o grande vencedor da rodada ao somar 5 pontos, três do seu jogo e dois do Palmeiras. A diferença para o vice-líder é de 5 pontos.

O returno tem sido pródigo para o Goiás, que depois de dois 6x1, conseguiu nas 4 rodadas 12 pontos, ficando à frente do Flamengo. Não levou um único gol. 

Quem estava na zona da Caetana hoje aparece na primeira página da tabela, com 33 pontos, deixando para longe a briga contra a foice da degola, e complicando as vidas de Fluminense, Ceará e Cruzeiro.

Embora faltando 15 rodadas para o final da competição, a posição do time goiano está em um mar tranquilo, com 11 pontos de diferença para o CSA, o primeiro da zona perigosa. O mais interessante é que no final do turno eram três. O Goiás já venceu três adversários diretos, Fluminense, Cruzeiro e Ceará.

A situação do time Celeste é trágica, com apenas 20 pontos, no 18º lugar, com uma diferença de três pontos para o Ceará, o primeiro de fora da zona do perigo.

Serão 45 pontos em disputa, mas não temos duvida que a luta será pelas vagas da Libertadores, desde que o título está encaminhado para o Flamengo que está galopando na raia.

O rubro-negro tem 78,3% de chances, o Palmeiras, 14,2%, Santos, 5,2% e Corinthians, 3,4%. Uma barbada devolvendo o dinheiro.

No rebaixamento, a Chapecoense não irá escapar, com 90,2% para a sua queda, seguido pelo Avaí, 89,2%, Cruzeiro, 65,3%, CSA, 49,4%, Ceará, 41,3%, Fortaleza, 33,4% e Fluminense, 20,7%.

NOTA 4- ONDE ESTÃO OS GOLS DE FALTAS NO BRASILEIRO?

* No último domingo assistimos um belo gol de falta cobrada por Lionel Messi na vitória do Barcelona sobre o Sevilla, e de imediato pensamos no Brasileiro de 2019, no qual já assistimos dezenas de jogos, e não tivemos o prazer de ver uma bola vazando as redes na cobrança de faltas.

Existe um precariedade total de especialistas nesse setor.

Os batedores estão aposentados.

Por outro lado o gol de Messi aumentou sua contagem no Barcelona para 604 tentos, e muitos desses foram iguais ao de domingo.

Segundo o site Goal, esse número o coloca a 40 gols de ultrapassar Pelé que tem 643 pelo Santos, e assim bater o recorde do brasileiro em gols por clubes.

O meia portenho já tinha superado o alemão Gerd Muller na tabela de artilharia por equipe em 2018, só restando Pelé, que tinha um número quase impossível de ser batido. Nesse ano o brasileiro era o único à sua frente, com 77 gols de distância (643).

Na próxima temporada, Lionel Lessi estará comemorando mais um feito em sua carreira.

NOTA 5- TÉCNICO BRASILEIRO FOI DEMITIDO DO COMANDO DO LYON

* O Lyon, time francês que está disputando a Liga dos Campeões, anunciou ontem, a demissão do técnico brasileiro Sylvinho,  que era assistente do Encantador de Jornalistas, Tite, da seleção Circense.

Na verdade esse não tinha a menor experiência como treinador, e entrou nessa aventura por conta de Juninho Pernambucano, que é o executivo desse time.

O clube francês informou ainda que Gerard Baticle irá assumir de forma temporária o lugar.

A demissão de Sylvinho está ligada ao mau inicio de temporada do time, onde em 11 jogos conquistou três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.

O Lyon está na 14º posição do campeonato francês.

NOTA 6- O "CLARO E ÓBVIO"

* Para Leonardo Gaciba chefe de arbitragem do Circo, "não foi um erro claro e óbvio", com relação ao pênalti marcado para o Cruzeiro contra o Internacional com o auxilio do VARGONHA.

Gaciba deveria ser filósofo e não o chefe da arbitragem nacional.

Pelo seu entendimento, erro não é mais erro, desde que para ser marcado precisa ser claro e óbvio.

Na minha terra erro é erro, e o certo é certo.

É óbvio que não houve o pênalti que Wagner Magalhães esperou pelo VAR para resolver, desde que tinha acertado sem o vídeo.

É obvio que tinha uma vaca no poste esperando o apito.

NOTA 7- UM GRANDE SER HUMANO

* Sadio Mané, uma das estrelas do Liverpool publicou uma postagem que mostra de forma clara que é um grande ser humano.

"Para que, por que eu quero 10 Ferraris, 20 relógios de diamantes ou 2 aviões? O que eles farão por mim e pelo mundo?

Sofri fome, trabalhei no campo, sobrevivi às guerras, joguei futebol descalço, não tinha educação e muitas outras coisas, mas hoje com o que ganho graças ao futebol, posso ajudar o meu povo. Eu construí escolas, um estádio, fornecemos roupas, sapatos, alimentos para pessoas de extrema pobreza. Além disso, dou 70 euros por mês a todas as pessoas de uma região muito pobre do Senegal que contribuem para a economia familiar.

Não preciso de carros de luxo, mansões luxuosas, viagens e muito menos aviões; prefiro que os meus recebam um pouco que a vida me deu¨.

Solicitamos dos nossos visitantes que o comparem com um brasileiro que joga futebol, e sua vida. 

Escrito por José Joaquim

Os clubes de futebol em sua maioria, não se preocupam com as suas gestões. Vivem na "Ilha da Fantasia", onde de tudo pode acontecer, recebendo vultosos recursos e aplicando-os de forma desordenada e que muitas vezes voam impulsionados por um vendaval.

Alguns divulgam os seus orçamentos anuais, e a maioria, apesar das boas receitas tem apresentado sinais de déficits no final do exercício, e com estimativas de serem cobertos através de negociações de jogadores.

O ovo ainda dentro da galinha.

Não entendemos como pode se viver com uma previsão negativa, quando poder-se-ia projetar um superávit e para tal reduzindo os seus custos. A regra da ciência econômica é bem simples, ou seja gastar menos do que se ganha, mas essa não é aplicada por nossas entidades que preferem emoções às ações pela razão.

Em todos os orçamentos, a amortização dos débitos representa um bom peso, e certamente tem que ser tratado de uma forma especial, sempre compatível com o seu poder de receitas.

Os clubes se aproveitam da falta de cobrança do poder público, que cria mecanismos protecionistas para que possam atende-los, de uma forma muito distinta com o que acontece com as nossas empresas, e isso aliado a impunidade reinante no país.

Os cartolas deixam rombos fiscais e trabalhistas, vão embora e o silêncio impera nos corredores dos seus clubes.

O protecionismo como o Profut, ajudou a proliferação da má gestão, visto que receberam esse guarda-chuva protetor, e continuaram a contrair dividas fiscais e trabalhistas, e a APFUT que é a reguladora do sistema vive apenas no papel.

Voltamos às velhas teses da economia que analisam com a devida clareza a presença do protecionismo em um país, transformando-o em ineficiente e sem competitividade, e no clube o reflexo é bem claro, pois sabendo que não será penalizado, continua a proceder da mesma maneira e, com isso a perda de qualidade, que o leva a se apequenar.

É uma tese nova para ser discutida e que poucos tem analisado para que possamos ter conhecimento dos motivos de gestões temerárias, somadas à presença de dirigentes amadores e despreparados, que consideram uma gestão como um brinquedinho de estimação.

Escrito por José Joaquim

Na manhã de ontem quando estávamos assistindo o jogo entre o Chapecoense e Flamengo, recebemos um telefonema de um amigo impressionado com o público presente na Arena Condá que na sua maioria era de torcedores do time carioca, e nos perguntava a razão desse fenômeno.

Já postamos um artigo sobre a penetração de clubes do Sudeste em outros estados como acontece com o rubro-negro da Gávea.

Os mais vividos sabem muito bem que antes do advento da televisão ligando o país de ponta a ponta, o rádio era o maior veículo de comunicação da sociedade. As suas ondas invadiam as residências e transmitiam as notícias, como fazem no dia de hoje as redes de televisão.

A popularização do futebol começou na primeira metade do século XX, principalmente após a Copa do Mundo de 1950, e a construção do Maracanã.

Nesse contexto, a Rádio Nacional tornou-se realmente brasileira, e transmitia os jogos para todo o país a partir do Rio de Janeiro. Nos lembramos, apesar de muito jovem na época, das transmissões dos eventos, e a liderança dessa rádio, que penetrava profundamente nas demais regiões brasileiras, fazendo com que os torcedores optassem pelos clubes cariocas.

Essa influência consolidou as torcidas do Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense em outras regiões, e quando o rádio deixou de ser o grande elo de ligação nacional, a televisão assumiu o comando quando começou o processo de rede que uniu o país.

A influência em Minas Gerais e São Paulo foi menor, desde que as rádios locais transmitiam os jogos de seus clubes, mas essas não tinham a devida capacidade de chegarem a regiões mais distantes. As emissoras do Rio dominavam.

A Rádio Nacional foi substituída pela Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão dos eventos esportivos brasileiros, e que pratica uma lavagem cerebral com jogos dos times do Sul e Sudeste, e hoje com a preferência do duopólio, Flamengo e Corinthians.

Nesse meio entra a subserviência dos dirigentes dos demais clubes, inclusive os considerados grandes, que não reagem ao sistema implantado, e não pressionam a emissora.

Na verdade, esses são ricos "rotos" , que vivem mendigando adiantamento de cotas para que possam cobrir os rombos de suas entidades.

Obvio que um clube com maior visibilidade, certamente a sua marca será bem alavancada, enquanto aqueles que apenas aparecem em míseros  minutos é obvio que encontram dificuldades de contratos com patrocinadores.

Sabemos que a grande demanda encontra-se no Sul e Sudeste, mas por conta disso existem alternativas a serem aplicadas, antes que o abismo se aprofunde mais.

Na realidade estamos marchando célere para uma espanholização no futebol brasileiro.

A Rádio Nacional teve a sua época, agora é a vez da Globo. E no futuro?