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Escrito por José Joaquim

A temporada esportiva de 2016 está chegando ao seu final, quando as competições serão encerradas em bloco. Iremos conhecer os vitoriosos e os perdedores. Trata-se da rotina do sistema. Alegria de um lado, choro do outro.

A pergunta que surge: ¨E o planejamento dos clubes de Pernambuco para 2017?

Na verdade é algo que deve ser feito com grande antecedência, sempre com base no retrovisor, analisando-se aquilo que aconteceu. e o que poderá ser realizado para que possam melhorar em todos os segmentos. 

Até hoje não ouvimos, ou lemos nenhuma linha sobre o tema que é o mais importante para a vida de todos.

Iremos ter eleição no Sport Recife, que anda buscando o seu candidato ideal, que na realidade é bem difícil de acontecer por conta do sistema dominante vigente, quando ninguém se entende para o bem da entidade. 

Os nossos clubes tiveram seus ciclos virtuosos, inclusive com o crescimento patrimonial. O Clube Náutico teve os seus melhores momentos na década de 60, o Santa Cruz, inaugurou o estádio José do Rego Maciel, e teve um futebol de alto nível na década de 70.

O último ciclo de crescimento de um clube de nosso estado, foi nos anos 90, com o Sport Recife, que deu o alicerce que o sustenta até hoje, apesar de algumas gestões fracas que estiveram no seu comando. Dez anos separaram o crescimento do alvirrubro pernambucano, daquele que foi visto no tricolor do Arruda, e desse para o rubro-negro demandou vinte anos.

O século XXI teve muito pouco a se destacar nesses clubes, inclusive na sua área patrimonial.

O Santa Cruz perdeu a sua antiga sede em um leilão judicial, o Náutico construiu o seu CT, assim como o Sport, que conquistou a Copa do Brasil. Houve uma estagnação completa no desenvolvimento do futebol local e de seus clubes.

O tricolor pernambucano é o que mais preocupa. Vive momentos bem difíceis, em especial na sua vida financeira. Com débitos à resgatar, e sem recursos à receber, de volta a Série B, com um fundo do poço bem próximo, e sem uma pequena luz para tira-lo da escuridão. O seu planejamento para 2017 deverá ser bem elaborado, analisando-se os erros cometidos, ou os acertos, que na realidade foram poucos. A sua diretoria errou muito mais que acertou.

Com relação ao Náutico, que tem chances de ter o acesso à Série A Nacional, o projeto deveria ser feito a longo prazo e não emergencial como necessita o Santa Cruz. Um trabalho sério, de resgate dos seus torcedores, e um elenco dentro do padrão financeiro, mas que não seja de Serie B, para não correr o risco de rebaixamento.

Caso não tenha sucesso, o trabalho já está sendo feito, basta aprimora-lo dentro de suas condições, e pensando em um longo prazo, não o curto de sempre.

O Sport mesmo com o seu processo eleitoral, teria que programar-se pelo menos até 2020, para evitar o sofrimento dos seus torcedores, e sobretudo resgatar os seus associados que foram relegados durante algumas gestões, que pouco se importaram com esses, e sobretudo com o patrimônio que está depreciado e sem manutenção.

O fundamental para que os clubes de Pernambuco voltem a crescer é sem dúvida a transparência. Todos são fechados, pouco se sabe de suas realidades, os sócios não são ouvidos, e quando estão perto de uma explosão os procuram. Com a abertura do dia a dia para conhecimento de todos, certamente as suas vidas serão bem melhores.

A falta de transparência destruiu o Brasil, e isso acontece em nosso futebol. Precisamos de bons gestores e de pensadores, que são figuras raras no meio.

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