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Escrito por José Joaquim

O Brasileirão de 2016 é sem dúvida um dos piores da era dos pontos corridos no quesito qualidade. Paradoxalmente é o mais equilibrado, mas não temos nada a comemorar, desde que é um produto final da mediócridadade reinante.

O treinador Paulo Autuori, em uma entrevista ao jornal Estado do Paraná, afirmou que o equilíbrio que vem acontecendo, fica por conta de um campeonato com competidores de médio para baixo.

Acertou na mosca, muito embora a imprensa ufanista não reconheça o fato, por falta de visão, na maioria dos casos por não ter o direito de falar, para não ferir os interesses de suas empresas.

Postamos vários artigos sobre o tema, mostrando que assistir um jogo de futebol no Brasil é como pagar uma penitência, pelo que esse apresenta em diversos quesitos. Além da falta de bons jogadores, de boas formações táticas, os narradores e comentaristas não ajudam, desde que para esses tudo corre as mil maravilhas. Não ouvimos nenhuma análise crítica.

A baixa eficiência cria um grau de dificuldade, e os jogos passam a ser decisivos, sem espaços para a recuperação. ¨O baixo nível do Brasileirão, vem mantendo o meu time no topo, mesmo com a péssima campanha como visitante¨, declarou o treinador.

Uma análise bem real, desde que se o Campeonato tivesse um nível maior de competitividade, numa linha do meio para cima, jamais o Atlético-PR estaria nessa situação com a campanha que tem quando joga fora de casa, com apenas 14,58% de aproveitamento, com 2 vitórias, 1 empate e 13 derrotas.

Trata-se de um desafio a matemática, desde que a sua sustentação vem dos jogos na sua Arena com o gramado sintético, com 14 vitórias, 2 empates e 1 derrota, com 86,27% de aproveitamento.

O rubro-negro do Paraná é o maior exemplo do péssimo momento do futebol nacional, que por sua vez é o retrato de sua gestão, refletindo em todos os segmentos, inclusive matando a arbitragem nacional, que está sendo criminalizada por seus constantes erros.

Os jogos de baixo nível são muitos, inclusive entre as equipes que lutam para ficar no topo maior. No G4 a gangorra é menor, mas nas demais colocações é um sobe e desce constante, dificultando as análises das suas probabilidades.

Basta uma vitória de um, e uma derrota de outro, a tabela é modificada por conta da aproximação dos disputantes. Isso se dá tanto na parte de cima, como na debaixo, e com exceção de Santa Cruz e América-MG, vários clubes que lutam contra a degola participam dessa gangorra.

Numa rodada se distanciam, na outra voltam a zona do perigo.

Os ufanistas analisam de outra forma, inclusive citando o equilíbrio existente, e sobretudo que os públicos dos jogos vem melhorando. São análises grotescas.

Trata-se de uma¨Ode a Mediocridade¨. Na realidade isso só vem acontecendo por conta da luta contra o rebaixamento e de algumas promoções que trouxeram de volta os torcedores aos estádios.

Considerar que o Brasileirão por seu equilíbrio é positivo, é sem dúvidas um grande erro, desde que não se pode festejar o medíocre, o que aliás tornou-se uma rotina em nossa sociedade após tantos anos de governos populistas.

O futebol que faz parte do contexto também foi absorvido pelo que tem de ruim no sistema, acomodou-se com o que acontece nos gramados e fora desses, e não consegue reagir para muda-lo.

Como o Brasil, o futebol precisa de uma refundação, o que certamente não irá acontecer com os atuais gestores, tanto do país, como desse esporte. 

Lamentável.

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