No Nordeste e em especial no Rio Grande do Norte, quando se faz uma referência a uma pessoa submissa, a chama de ¨Chirimbaba¨.
Somos um país de muitos ¨chirimbabas¨ em todos os seus segmentos. A subserviência ajudou o Brasil a chegar no fundo do poço, por conta do assalto procedido aos cofres públicos. Ninguém viu, ou ouviu. Havia uma subserviência geral, e sobretudo através dos ¨goelas¨ que inflaram os seus bolsos.
Todo político que se preza tem um ¨chirimbaba¨ ao seu lado, para carregar a sua pasta, seu laptop, e aplaudir tudo que diz, mesmo que as suas palavras estejam erradas.
O futebol que faz parte do contexto da sociedade brasileira é um paraíso para tais personagens. Os cartolas adoram os subservientes, que sempre estão por perto para ouvir as suas conversas, balançarem as cabeças, inflando os seus egos.
O ex-presidente do Circo Brasileiro de Futebol, Ricardo Teixeira tinha um séquito de ¨chirimbabas¨, carregando a sua mala, aplaudindo as suas decisões, entre outras coisas. Testemunhamos várias vezes tal fato. Era tanta ¨babação¨ que o comércio não tinha babadores para atendê-los.
Deu no que deu, renunciou por conta das denúncias de corrupção, que todos sabiam, os subservientes as escondiam.
Foi substituído pelo prisioneiro do FBI, José Maria Marin, que também tinha os seus ¨chirimbabas¨ de plantão. Na época de seu comando era endeusado. Deu no que deu, está preso nos Estados Unidos por conta de corrupção.
Mais grave ainda foi a sua substituição, através de um cartola que tem uma fila enorme de ¨chirimbabas¨, Marco Polo Del Nero, com nome de um viajante histórico, mas não consegue sair do país por conta do FBI, que anda no seu encalço há um bom tempo.
A República Futebolística de São Paulo, é que fornece a grande maioria dos seus seguidores, que contam com altos salários para o exercício da profissão.
Se passarmos para as nossas federações estaduais, vamos encontrar o maior número de ¨chirimbabas¨ por metro quadrado do mundo. Sempre estamos trombando com um desses.
Como essas entidades estão em processo de extinção, com os clubes cada vez mais afastados, só restaram tais personagens para entretenimento dos cartolas. Muitas vezes fazem uma roda em seu entorno, e ficam embasbacados ouvindo as suas histórias, e piadas de péssimo gosto.
Temos um amigo que sempre diz que o ¨chirimbaba¨ é um caso mundial e não apenas do Brasil. Concordamos, mas a questão que nesse país o número é alarmante, passando do limite.
Tivemos uma longa experiência de clube sócio-esportivo, onde os ¨chirimbabas¨ prosperavam.
Os cartolas ficavam embevecidos, na certeza de que eram os maiorais. Transformavam-se em pavões imperiais, com uma plumagem que chamava a atenção.
Não somos contra os ¨chirimbabas¨, desde que a democracia tem lugar para todos, mas na realidade esses não são benéficos para qualquer setor, desde que as suas atuações turvam a visão dos dirigentes, que ficam imbuídos de que as atitudes estão sempre corretas.
Nunca os aceitamos, e por conta disso sempre fomos olhado de viés por esses, mas temos a convicção que os subservientes de todas as classes e categorias profissionais são em parte os responsáveis pela decadência do nosso país, e sobretudo do futebol que já foi glorioso.
Nada melhor do que termos ao nosso lado uma pessoa contestadora, que tenha coragem de discordar do dono do poder, e não um personagem que por sobrevivência afirma que tudo está correto em seu reino.
O artigo será concluído com uma pergunta: Quantos ¨chirimbabas¨ circulam hoje em volta do ex-presidente Lula, e quantos estão envolvendo o atual mandatário Michel Temer?
Não precisam respondê-la. O ocaso do patriarca demonstra a realidade.
De uma coisa temos a certeza, um bom dirigente não precisa de ¨chirimbabas¨