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Escrito por José Joaquim

O processo eleitoral do Sport Club é surreal. Muitos candidatos e ao mesmo tempo nenhum. Todos os dias surge um nome, que desaparece no outro. O mais grave é que as eleições serão realizadas na primeira quinzena de dezembro, e as soluções não são encontradas.

Depois de Milton Bivar, e Eduardo Monteiro, a bola da vez é o ex-presidente Homero Lacerda, que tem bons serviços prestados ao clube, que poderia ser uma boa solução, desde que contasse com a garantia de apoio de todos os segmentos da sociedade rubro-negra.

A presidência de uma entidade como o Sport não é apenas um cargo, e sim um grande encargo. O clube estagnou no tempo e no espaço, seus gestores não só os atuais, como os anteriores do século XXI não entenderam que o mundo globalizou, que o futebol não é apenas local, e sim nacional ou internacional.

O seu patrimônio está em estado de abandono, e provoca um choque a quem adentra em suas dependências. Um exemplo aconteceu conosco, quando um nosso familiar esteve no clube no último sábado, e como não entrava no local desde 1994, nos ligou de imediato comunicando que estava presenciando a degradação do que já foi belo.

O momento rubro-negro não é fácil e não cabe nenhuma aventura eleitoral, e sim um projeto que tenha como base a sua refundação, ou seja começar tudo de novo, através de um plano estratégico bem elaborado, para um longo prazo, que contemple o retorno do associado, e sobretudo que possa viver com a relação correta no binômio receitas x despesas, que é o ponto fundamental para o sucesso de uma gestão. 

Não se pode gastar mais do que se arrecada. Essa  é a base do sucesso. A aplicação dos recursos tem que ser de forma bem pensada, para que não voem no primeiro vendaval.

O Sport tem que voltar a ser povoado por seus sócios, e tem que ser fechado para terceiros. Para que isso possa acontecer algo tem que ser oferecido ao seu quadro social. Tem uma boa estrutura, estacionamento, áreas de lazer, que são os pontos fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento.

Com relação ao futebol, hoje esse esporte é um negócio como outro qualquer, e que necessita de gestores profissionais, e sobretudo com um incentivo a formação que é o fator que irá garantir o seu futuro.

Para que seja formatado um projeto, qualquer candidato, inclusive Homero Lacerda, teria que ter uma visão geral do clube, suas despesas, suas receitas, seus compromissos, suas dívidas, para que esse fosse elaborado, que numa realidade técnica não pode acontecer em um curto período de 30 dias.

O novo presidente irá assumir sem um plano estratégico em suas mãos, sem um orçamento definido para 2017, e isso será um início perigoso para qualquer gestão.

Não temos o menor interesse politico no clube, mas não se pode apenas ungir um candidato, sem dar-lhe as garantias necessárias de um apoio maciço de todos os rubro-negros.

Se isso não acontecer, certamente o futuro continuará sendo sombrio. Planejar é preciso, principalmente em tempos de vacas magras, que é a realidade brasileira, e o Sport faz parte desse contexto nebuloso em que vive o Brasil.

Nesse processo eleitoral deveria ser utilizado um ditado bem antigo: ¨Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém¨.

Paixão é uma coisa e a realidade é outra. Apaixonados devem continuar nas arquibancadas, com os profissionais na direção.

Aventuras só nos cinemas.

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