Os dirigentes dos clubes que fazem o futebol brasileiro não tiveram a percepção de que sem esses o esporte não existiria, e que tem que tomar a iniciativa para a constituição de uma Liga Profissional.
O sistema atual é inoperante e incapaz de gerenciar um esporte que tornou a entidade maior rica, e os que são os donos de verdade vivem no sufoco.
Sem clube não há futebol, desde que sem esse não tem seleção, não tem nada. Campeonato sem CBF tem, sem Federação tem, sem clube não.
Estamos próximos da aprovação da Lei que permite a transformação do setor do futebol em uma SAD- Sociedade Anônima Desportiva, que será o ponta pé inicial para a transformação real do esporte da chuteira no Brasil. O Botafogo está se preparando para tal.
O sistema em vigor foi invertido, quando a sua base que são as agremiações se enfraqueceram, e o órgão maior que o comanda cada vez mais rico. Os clubes precisam abrir as suas portas para os investidores. O amadorismo e a paixão são detalhes de um passado que não volta mais.
O maior exemplo está na Europa, onde times que foram adquiridos por investidores ou por acionistas, se fortaleceram e não perderam torcedores, pelo contrário ganharam o mundo. Para que um clube brasileiro possa globalizar-se necessita de altos investimentos, o que é pouco viável no país.
O Brasil por falta de credibilidade está fora do mercado. Os poucos que se aventuraram a investir no seu futebol saíram em debandada ou viraram casos de policia.
O modelo antiquado do futebol nacional não permite a presença de investidores e de executivos profissionais dirigindo os seus clubes. Os torcedores por sua vez preferem morrer de inanição a mudar o sistema, que faleceu, e jamais poderá concorrer com o mundo capitalista e mercantilista que tomou conta do setor.
Enquanto o debate nacional é para pagamento de débitos, os clubes europeus faturam fazem altos investimentos, reforçando-se com os melhores talentos do futebol mundial, e a cada dia a distância entre o Velho e o Novo Continente se aprofunda.
São temas que merecem uma melhor reflexão, já que nenhum desses clubes europeus perderam seguidores, pelo contrário, com os seus fortalecimentos acrescentaram-nos desde que esses desejam competitividade e conquistas.
São ideias para serem debatidas, porque se continuarmos apenas na dependência da televisão, de uma negociação de jogadores, nunca o futebol brasileiro irá sair do atoleiro, e passará a disputar apenas com os emergentes.
Na América Latina temos o México como um bom exemplo, quando os investidores assumiram alguns clubes, e ressuscitaram o futebol desse país.
Do jeito que estamos caminhando o destino do esporte da chuteira do Brasil será trágico.