* O Santa Cruz empresta um jogador formado na base, e ao mesmo tempo contrata um caminhão de atletas. Tem algo muito errado no mundo tricolor.
Por outro lado o Sport que gasta bons recursos na formação pouco aproveitou desse segmento, lotou a Ilha de jogadores fracos, alguns lesionados. Tem algo de errado na casa do Leão.
Pelo menos o Náutico manteve a maior parte do seu grupo para a temporada que se inicia. Tem algo de certo nas hostes alvirrubras.
Esse é o modelo atual do futebol brasileiro e que não está resumido apenas ao nosso estado. A maior parte dos times procedem da mesma forma.
Já mostramos em várias postagens que a salvação do nosso futebol está no trabalho de formação, que representa sem duvida a única saída, principalmente para aqueles com pequenos orçamentos. Os valores em contratações são altos, e os retornos na maioria dos casos são baixos.
O Atlético-PR mais uma vez serve de exemplo, que por conta do aproveitamento da sua base tinha a 16ª folha salarial entre os 20 disputantes (R$ 2,8 milhões). Mesmo assim foi o 7º colocado no Brasileirinho e ganhou a Copa Sul-Americana.
Enquanto isso, o Sport e o Vitória que tinham valores mais altos nas suas folhas foram rebaixados.
Contra fatos não existem argumentos.
NOTA 2- O LIVERPOOL MASSACROU O UNITED
* Jose Mourinho técnico do Manchester United se encaixaria muito bem no futebol brasileiro, onde o biarticulado é a peça principal. É o famoso sistema de não perder e no máximo empatar.
Na tarde de ontem assistimos o jogo entre o Liverpool e o United e ficamos com vergonha com relação ao que aconteceu. A equipe de Mourinho foi derrotada com um baile de futebol do rival pelo placar de 3x1.
Poderia ser algo normal, mas os números mostraram a penúria do time de Manchester, contra o da terra dos Beatles. A posse de bola desses foi de 75%, o numero de finalizações totalizou 36 chutes, enquanto do adversário foram de apenas 5.
O United é um time desorganizado, com jogadores fracos para o seu tamanho, que não poderiam vestir uma camisa das mais importantes do futebol da Inglaterra.
O jogo foi um massacre, e Pep Guardiola deve ter sentido que nessa temporada terá um rival preparado para ganhar o titulo.
O Liverpoll joga um futebol moderno, tem excelentes jogadores e isso foi mostrado na partida contra os Diabos Vermelho.
Com essa vitória reassumiu a liderança com 45 pontos, contra 44 do Manchester City. Hoje sem duvida o futebol inglês é o melhor do mundo.
NOTA 3- CRUZEIRO E ATLÉTICO JÁ MIRAM UM NOVO PATROCÍNIO
* O artigo que postamos sobre a fuga da Caixa Econômica do futebol já está provocando a corrida para novos patrocinadores.
Nos últimos anos essa instituição financeira patrocinou vários clubes brasileiros, e entre esses o Cruzeiro e Atlético-MG.
Segundo as mídias mineiras esses clubes já tinham um acordo para a renovação por mais um ano, e pelo andar da carruagem isso poderá não acontecer.
Na verdade o empecilho não é apenas do novo governo, e sim de um acórdão do Tribunal de Contas da União que definiu ser irregular a prorrogação dos patrocínios dos clubes.
O mais grave é que esse veto não se daria apenas no futebol, mas também em outros esportes, como vôlei, natação e atletismo.
Um processo aberto pelo TCU promoveu auditorias em contratos de patrocínios de diversas empresas estatais, como Banco do Brasil, Petrobras e BNDES, além da Caixa. De forma como acontece hoje, a Caixa estaria aportando a verba pública em troca de visibilidade da marca, sem que haja a exigência de comprovação de como o dinheiro foi gasto.
No caso dos clubes a comprovação é bem clara, desde que as suas camisas estão sendo divulgadas nas telinhas, nas redes sociais e nos jornais, com as marcas dos patrocinadores.
Na verdade achamos que o TCU tem razão com relação aos outros patrocínios pela falta de prestação de contas, mas os contratos da Caixa são contínuos e não podem ser prorrogados, desde que são encerrados nos prazos determinados, mas nada impede que os novos sejam firmados.
NOTA 4- OS DONOS DO FUTEBOL BRASILEIRO
* Como já sabemos os donos do futebol brasileiro são os agentes de jogadores que emprestam dinheiro aos clubes, e se garantem com os seus direitos econômicos.
Na negociação de Ramiro, do Grêmio com o Corinthians ficou bem claro a influência de Giuliano Bertolucci, que é dono de 50% do volante, enquanto o clube só detinha apenas 10% e não poderia segura-lo. Irá continuar com esse percentual mesmo com o jogador no alvinegro paulista.
Em 2013 o tricolor gaúcho passava por uma grave crise financeira, caucionou 50% dos direitos de Ramiro e Bressan ao empresário por conta de um empréstimo de 4 milhões de euros, para quitar dois meses de salários atrasados.
O tempo passou e Bertolucci não teve de volta o empréstimo que já tinha somado um valor alto de juros.
Pelo que lemos e ouvimos nas mais diversas mídias, o Corinthians não irá desembolsar recursos nesse momento, e no futuro terá que pagar ao agente, ficando com 70% dos direitos do atleta.
Existe uma proibição da FIFA determinando que direitos econômicos do jogadores só pertençam aos clubes, e nenhum agente poderá ter nenhuma parcela. Trata-se de algo estranho desde que esse caso de Ramiro está em todas as mídias.
O Brasil avacalha até as determinações do órgão máximo do futebol.
NOTA 5- UM TÍTULO ESQUECIDO PELOS RUBRO-NEGROS
* No dia 16 de dezembro de 1990, o Sport Recife comemorava na Ilha do Retiro após empatar com o Atlético-PR, a conquista do título da Série B Nacional, fato esse que passa despercebido pelos rubro-negros, em especial dos poderes do clube. O ex-presidente Joao Humberto Martorelli teve a ousadia de propor a retirada da sua camisa a estrela comemorativa.
Passaram-se 28 anos, sem nenhuma referência, nenhuma ressalva das mídias, de um título que, queiram ou não, foi representativo para a sua vida.
Esta postagem era para ser publicada no dia de ontem, mas resolvemos observar a reação da diretoria do Velho Leão, e dos seus torcedores. Passaram em branco.
Fazemos questão de rememora-lo todos os anos, não por termos participado como dirigente do futebol, e muito mais pelas condições do clube, não somente financeira, como política, que elevaram mais o título, que foi conseguido por um grupo simples, sem estrelas, sendo a maioria da sua base ou da região Nordestina.
A data não pode e não deve ser esquecida, desde que não foi apenas o título como algo importante, e sim o início de uma nova era para o Sport, com a década de 90 sendo a melhor de sua história, quando começou a sua modernização.
Se não tivesse retornado a divisão maior, certamente o destino do rubro-negro poderia ter sido diferente do que aconteceu.
O esquecimento é o retrato de um país de memória curta, facilmente apagada, e de um clube que faz questão de renegar uma conquista para a sua vida.
A todos os participantes dessa bela jornada, as nossas reverências.
JJ: NOTA 5- Acompanhei o seu trabalho no futebol de 1990, e não tenho a menor duvida que que o que aconteceu foi por conta de sua presença. Você retratou a realidade, desde que a conquista parece fazer vergonha em alguns rubro-negros, mas a verdade é bem outra, se o clube não tivesse retornando e não teria acontecido as modificações na gestão que logo assumiu e que teve na sua presença uma boa parte da recuperação do Sport. Testemunhei pois fui seu colega de diretoria.
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