Woody Allen é um dos cineastas mais importantes do mundo.
Dono de uma obra em que se misturam humor negro com crônica social, adicionando um bom tempero com as coisas básicas da vida, tem na sua cinemateca um filme que foi um sucesso quando de sua exibição.
Com o título de Blue Jasmine, cuja papel principal é representado pela atriz Cate Blanchett, embora nada tenha a ver diretamente com o futebol brasileiro, mas no seu conteúdo é a cara desse, e por conta disso nos motivou essa postagem.
O roteiro nos apresenta uma mulher cujo marido era um magnata escroque que quebrou financeira e moralmente, sendo preso e, de uma hora para outra, Jasmine se viu na miséria e sem ter aonde ir com sua bolsa Louis Vuitton.
Socialite acostumada ao bom e ao melhor de uma cidade famosa como Nova York, ela procurou o refúgio na casa da sua irmã em São Francisco.
Com essa totalmente diferente da personagem do filme, simplória, vive com um marido comum, sem ostentação, e que pelo olhar de Jasmine é um brucutu e fica criticando-a por se contentar com tão pouco.
A sua presença na casa da irmã, cria um ambiente tenso, com reclamações sobre o modo de vida que essa leva, culminando com uma única solução, a que lhe apontam a porta da rua. Jasmine, sem dinheiro no bolso, e vivendo de favor, embarcou em São Francisco, viajando de primeira classe- porque é que os ricos sabem fazer.
Quantas Jasmines temos no futebol brasileiro? Clubes com sérios problemas financeiros, vivendo de migalhas e querendo ser ricos nos procedimentos.
Sem recursos, endividam-se e não pagam aos seus credores, posam de milionários quando na verdade são entidades quebradas e sem destino. Compram uma Ferrari, não pagam as prestações, e não rodam com essa por conta da falta de dinheiro para a gasolina.
Jasmine gostava da primeira classe em aviões, bons e luxuosos restaurantes, e embora tenha perdido o seu status permanece com o mesmo sentimento consumista e burguês, querendo continuar a proceder como antes.
O futebol brasileiro é a cara de Jasmine, como essa é a cara do futebol brasileiro. Foi rico, grandioso, com craques em abundância e, de repente, perde a qualidade, empobrece, fica endividado, mas os seus cartolas não entendem o que acontece e continuam com a vida de lagosta e caviar.
Achamos que o personagem de Allen deve ter sido tirado de algum dirigente de um clube brasileiro, pois nunca vimos uma aparência tão sólida nos procedimentos.
Aliás, o Brasil é o país dos e das Jasmines, que são encontrados (as) à cada esquina.