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Escrito por José Joaquim

Karl Marx escrevendo sobre o ¨Dezoito Brumário de Louis Bonaparte¨, citou uma frase antológica: ¨A história se repete pela primeira vez como tragédia e a segunda como farsa¨.

Há 15 anos e seis meses a CPI da CBF/Nike encerrava os seus trabalhos sem conseguir aprovar um relatório final. Uma vitória da bancada da bola. A comissão teve o seu fim sem produzir um documento oficial, desde que o relatório do Deputado Silvio Torres não seria aprovado, e por conta disso, o presidente Aldo Rebelo deu por encerrado os trabalhos.

Durante nove meses investigaram a corrupção do futebol brasileiro, e tudo terminou em uma grande e suculenta pizza. Um livro contendo o relatório final foi editado, mas a sua publicação foi suspensa por ordem judicial, mas alguns exemplares ganharam as ruas, e recebemos um desses do então Deputado Eduardo Campos, que participou da Comissão.

Na última quarta-feira a história se repetiu, desta vez como uma farsa mais uma vez preparada pela bancada da bola, com um relatório pífio, chapa branca, sem indiciamentos, de autoria do relator senador Romero Jucá, réu pela oitava vez da Lava-Jato. Não se podia esperar algo melhor.

O presidente da Comissão, senador Romário Farias, salvou o espetáculo degradante da maioria dos membros da CPI, ao elaborar um relatório paralelo, que não será aprovado, mas trata-se de um documento magnífico, que deveria ser publicada em um livro para conhecimento da sociedade brasileira, e sobretudo aproveitado pelas provas anexadas pelo Ministério Público Federal para que possa ser aberta uma investigação geral no futebol brasileiro.

O relatório contém 1024 páginas, e no final foi solicitado o indiciamento de vários personagens que prejudicam o esporte brasileiro há muitos anos, entre esses, Marco Polo Del Nero, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, J.Hawilla, entre outros. Os detalhes são estarrecedores, o que não é novidade para quem acompanha o que acontece no esporte da chuteira no país.

Alguns itens são bem explícitos, como o capítulo sobre as fraudes no registro de atletas de futebol, a promiscuidade entre o STJD e o Circo, com vários emails comprobatórios, email comprometedor do ex-diretor da Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, sobre a compra dos direitos de transmissão, além de valores altos recebidos pelos cartolas.  

Um material rico de detalhes e que não pode, nem deve ser esquecido, e sim aprofundado para que enfim possamos ter uma Lava Jato no futebol brasileiro, que envergonha o nosso país, e nos livrarmos de vez desse grupo que o domina por um longo tempo. 

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