O Chapecoense é um exemplo para os clubes do interior, e em especial para o Central Sport Club, da cidade de Caruaru-PE, que há anos vive sem lenço e documento, tornando-se um clube sazonal como os milhares que existem em nosso país.
Caruaru é uma cidade com 347.982 habitantes, que somados aos de sua área metropolitana sobe para mais de 600 mil. Uma excelente demanda para um clube sócio-esportivo.
Chapecó, é uma cidade de Santa Catarina, com 209.563 habitantes, e uma entorno que soma mais de 500 mil. São regiões mais ou menos paralelas, com situações econômicas diferentes. O Oeste catarinense com uma economia forte, e a região do Agreste de Pernambuco sem um potencial tão elevado como esse, mas com boas condições de apoiar um clube de futebol profissional.
A Chapecoense vem mostrando algo que sempre pregamos para o crescimento de um time profissional: Organização, seriedade, e sobretudo trabalho a longo prazo, onde cada um sabe muito bem o que fazer.
A cidade de Chapecó e a região circunvizinha abraçou a ideia de um clube forte para representa-la. Construíram e ampliaram o seu estádio que hoje abriga jogos internacionais como os da Copa Sul-Americana. Recebem bem os visitantes, sem as confusões que assistimos em outros locais. O jogo da última quarta-feira foi um bom exemplo.
Vem dando certo, com um bom Brasileirão e sobretudo uma excelente Copa do Continente, com chances de conquista-la.
Enquanto isso o Central míngua. Sem um projeto a longo prazo, sem o abraço de sua população, com uma edilidade que não entende a importância de um representante que possa fazer algo parecido com o time de Chapecó, vive fingindo que é um clube de futebol.
Por outro lado, as suas diversas diretorias, com raras exceções, não souberam motivar os torcedores, através de um marketing bem estruturado. Ou seja, nem abraça, nem foi abraçado.
Há quanto tempo a nossa mídia esportiva não fala sobre a Patativa? Quando foi eliminado da Série D, as poucas notícias desapareceram.
Sem um trabalho positivo e sobretudo sério, não existe nenhuma luz no fundo do túnel, e com o agravante de não captar novos torcedores, que migram para os clubes da capital e de fora do estado.
A Chapecoense certamente não é o céu, mas sem dúvidas foi o que de melhor aconteceu nesse moribundo futebol brasileiro.
É hora dos caruaruenses acordarem, antes que o Central se torne apenas um nome na entrada do seu estádio.