* O futebol brasileiro é inigualável. Acontece de tudo um pouco, uma verdadeira panela misturada.
Não existe nada mais grave de que a dança das cadeiras com a troca de treinadores, fato que não acontece em nenhuma parte do mundo, e que mostra de forma clara a ausência de planejamento. Os nossos clubes tem uma folha salarial paralela para pagar os acordos feitos com tais demissões.
Como um ser inteligente poderá entender que durante uma temporada futebolística, 27 treinadores foram substituídos em 16 clubes da divisão principal, sendo que apenas cinco o foram por conta própria, e 22 demitidos?
Trata-se de um vírus mortal que contaminou a todos, com exceção do Santos com Dorival Junior, Ponte Preta com Eduardo Baptista, o campeão virtual Palmeiras, com Cuca e o Atlético-PR, com Paulo Autuori. O último foi Marcelo Oliveira, após a derrota do seu clube, Atlético-MG na Copa do Brasil.
Voltamos ao mesmo tema, o problema não está nos técnico e sim naquele que o contrata, sem uma análise detalhada do seu perfil, e se o seu método de trabalho se coaduna com o que está sendo delineado pelos clube.
A cada saída um recomeço, que poderá ter sucesso, ou a continuidade do fracasso. As estatísticas mostram que na maioria dos casos, existe uma melhora inicial e depois volta ao que era antes.
O vírus da dança das cadeiras é a dengue de nosso futebol.
NOTA 2- QUAL O PROJETO PARA O SPORT?
* Até o presente momento não ouvimos ou lemos nada com relação as plataformas dos candidatos ao comando do clube.
Qual o projeto para o seu futuro? Os clichês são os mesmos de sempre, futebol futebol, futebol, e todos sem novidades.
E o clube em geral? O que fazer para a sua refundação?
O Sport na realidade foi tragado pelo tempo por conta de gestões sem um plano a longo prazo, tornando-se apenas um time de futebol, e mesmo assim sem qualidade.
O eleitor não deveria votar pela amizade, e sim pelas propostas apresentadas, que até o momento não existem.
O que o novo presidente irá fazer pelo patrimônio destruído ao longo dos anos? Qual o projeto para trazer o sócio de volta ao clube? Qual o plano financeiro para o ano de 2017? O que poderá ser feito para equilibrar o binômio receita e despesas, para evitar prejuízos, dividas e antecipação de receitas? O que fazer com os esportes olímpicos? Qual o modelo que deverá ser aplicado na formação de atletas? Como será feita a profissionalização do clube? São alguns pontos que merecem respostas.
Na verdade a preocupação é focada apenas no futebol, na apresentação da futura diretoria, que é a repetição do dantes, com amadores apaixonados.
Os eleitores agradeceriam as respostas para essas perguntas.
NOTA 3- A MÃO QUE AFAGA, É A MESMA QUE APEDREJA
* ¨A mão que afaga é a mesma que apedreja¨. Esse é um antigo ditado brasileiro que encara uma realidade do país. Um dia aplausos, no outro vaias. O futebol é um celeiro que abriga essa realidade.
Estamos acompanhando a ¨via crucis¨ de Jorginho, treinador do Vasco da Gama, que saiu da idolatria para a fritura com azeite fervendo.
Não podemos esquecer que o técnico mesmo rebaixado com o time da Colina em 2015, terminou o ano aplaudido, por conta da recuperação sob o seu comando. Estava prestigiado por todos os segmentos, torcedores e diretoria.
Na tarde de hoje deverá ser o seu último momento à frente do clube, e com a obrigação de uma vitória para leva-lo ao acesso.
O jornalista Bruno Marinho, do jornal Extra com uma frase escancarou a realidade: ¨Do céu ao inferno, da aposta no projeto do presidente Eurico Miranda aos atritos com Euriquinho, o treinador deve escrever contra o Ceará suas últimas linhas em São Januário¨.
Na verdade o texto reflete uma realidade. O adeus poderia ter acontecido antes. O filho do presidente, e seu assessor o pressionou pela sua queda, mas o cartola o bancou até o dia final.
Desgastado por conta da fritura que influenciou de forma direta nos vestiários, refletida no diálogo com os jogadores, que sentiram o que estava acontecendo.
Com o grupo dividido entre veteranos e jovens, Jorginho perdeu a capacidade de comanda-los como antes.
Na verdade, trata-se de um profissional exemplar, sério e que foi tragado pelas intrigas internas do seu clube.
Esse é o futebol brasileiro.
NOTA 4- O RETRATO DO FUTEBOL BRASILEIRO
* Nem Freud poderia explicar algo que aconteceu no Corinthians, e que mostra de formam clara o autofágico modelo de nosso futebol. A contratação do atacante Jô, que estava livre de qualquer vínculo teve algo estranho embutido.