* A morte brutal de Valdiram na Sexta-feira da Paixão finalizou a sua Via Crucis que foram os últimos seis meses de vida.
Após deixar a clinica de reabilitação em junho, ganhou uma chance do Olaria, gerido pelo seu empresário em quase toda a sua carreira, Jader Moreira, mas o recomeço no futebol não gerou mais do que uma semana internado.
O atacante ao reconhecer a sua impotência diante do vicio, deixou o clube rumo a São Paulo, onde vive a sua irmã, que lhe deu guarida, mas não houve recomeço, passando a morar nas ruas e frequentar a Cracolândia.
Foi encontrado morto com hematomas, atacado a pauladas.
Esse é o obituário de um ex-atleta de futebol, vitima da falta de um programa sério governamental de combate as drogas, e em especial dos clubes brasileiros quando recebem jovens e que visam apenas de os transformarem em um negócio futuro.
O futebol é um problema social e tem que ser entendido dessa forma.
Vende riquezas futuras, quando apenas 3% dos jogadores brasileiros ganham mais de R$ 50 mil, e conseguem formatar um amanhã mais tranquilo.
O mundo dos esportes é complicado, o dinheiro corre, mas não existe uma orientação para os atletas. Uma boa parte termina a carreira como Valdivam, sem lenço ou documento nas mãos, e ingressam no mundo pernicioso das drogas, que é sem duvida o maior perigo para aqueles que não estão conseguindo um caminho melhor.
Na formação, os clubes deveriam ter programas ilustrativos sobre as mazelas que poderão atacar os seus jogadores.
Lamentável.
NOTA 2- A AUTOFAGIA NO FUTEBOL BRASILEIRO
* O futebol brasileiro é autofágico, quando come até suas entranhas. Como alguém que tem um pouco de massa cerebral poderá entender que os oito times da Série A em três meses de temporada tenham demitido os seus treinadores.
Sem duvida é a maior dança das cadeiras do mundo, e um carimbo da falta de planejamento das suas gestões. Só acontece tais fatos no Sanatório Geral.
Os estaduais e a Copa do Brasil os trituraram e no último domingo foi um recorde com a musica parando e três profissionais perdendo as cadeiras.
A diretoria do Ceará e a torcida do clube já não viam Lisca com bons olhos, e a escalação do time reserva contra o Náutico pela Copa do Nordeste foi a gota d'água no copo. Após perder o estadual para o Fortaleza, dançou, deixando um retrospecto de 54 partidas, com 21 vitórias, 13 empates e 20 derrotas, aproveitamento de 51,2%.
A segunda vitima foi Alberto Valentim, técnico do Vasco, que caiu após a derrota contra o Flamengo na final do Carioca. Os torcedores fizeram pressão e a diretoria atendeu, colocando-o no triturador. Comandou o time em 41 jogos, com 18 vitórias, 11 empates e 12 derrotas, aproveitamento de 52%.
O terceiro a dançar foi Marcelo Barbieri logo após a derrota no estadual para o rival Atlético Goiano. O mais grotesco é que a sua campanha era excelente, com 73% de aproveitamento em 21 jogos, com 14 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.
Oito clubes irão começar o Brasileiro com técnicos novos, sendo que alguns ainda estão com os interinos. Apenas quatro técnicos estão em seus clubes há mais de um ano: Cruzeiro, Grêmio e Internacional. Mano Menezes e Renato Gaúcho estão nos seus cargos desde o segundo semestre de 2016, e Oldair Hellmann, desde novembro de 2017.
Além de autofágico, o futebol brasileiro é dirigido por aloprados.
NOTA 3- UM CAMPEÃO COM FRACOS NÚMEROS
* Os números do Corinthians nos jogos realizados nos três meses de competições não foram tão expressivos e que mostram uma fraca qualidade no futebol paulista, que é o mais importante do Brasil.
PIOR APROVEITAMENTO- 3º- 52%,
PIOR MANDANTE- 4º- 61,11%,
PIOR VISITANTE- 4º- 43,59%,
MENOS VITÓRIAS- 3º- 10 em 25 jogos,
MAIS DERROTAS- 2º- 5,
PIORES ATAQUES- 3º- 27 gols,
PIORES MÉDIAS DE GOLS- 2º- 1,08 por jogo,
PIORES DEFESAS- 22 gols sofridos e,
PIORES MÉDIAS DE GOLS SOFRIDOS- 4º- 0,88%.
Esse é o futebol brasileiro.
NOTA 4- NA ÚLTIMA DÉCADA CORINTHIANS E SANTOS DOMINARAM O ESTADUAL
* O domínio do estadual de São Paulo em 11 anos esteve nos pés de Corinthians e Santos, com 5 títulos cada um.
Ambos conquistaram um tri-campeonato.
Nesse período Palmeiras e São Paulo ficaram a ver navios.
O único clube que quebrou a hegemonia da dupla foi o Ituano em 2014.
O alvinegro paulista foi campeão em 2009,2013, 2017, 2018 e 2019.
O time da Baixada Santista tem os troféus dos anos de 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016.
Um domínio avassalador.
NOTA 5- AVAÍ CAMPEÃO COM O VAR NOS PENÂLTIS
* Um fato inédito e que só poderia acontecer no futebol brasileiro, foi o da interferência do VAR na cobrança dos pênaltis no Campeonato Catarinense.
Após empate em 1 a 1 no tempo normal, o Avaí bateu a Chapecoense nas penalidades, com a participação do VAR, para ficar com o título catarinense sete anos depois da última conquista.
A final foi de muitos erros segundo as mídias de Santa Catarina.
Jogando fora de casa, a Chape se fechou com o ônibus biarticulado e apostou nos contra-ataques, ou seja, utilizando o modelo do atual futebol brasileiro.
Os donos da casa não assumiram o protagonismo do jogo.
No primeiro tempo a equipe de Chapecó conseguiu uma brecha e abriu o marcador através de Régis.
No segundo tempo o time de Geninho acordou e passou a dominar a partida, quando aos 30 minutos o empate saiu com um gol de Alex Silva. A decisão final foi para a cobrança de penalidades.
Até nos pênaltis teve VAR. Vladimir pegou a cobrança de Aylon, e na última cobrança Bruno Pacheco mandou no travessão e a bola quicou na linha.
O VAR confirmou que essa não entrou, e o titulo foi para o avaiano.
O interessante é que a diretoria da Chapecoense irá entrar na Justiça Desportiva pedindo a anulação das cobranças, desde que o Protocolo do arbitro eletrônico não consta a sua atuação nessa situação.
JJ: O titulo da Nota diz tudo. No futebol não se prepara o homem para o futuro. Os atletas são vistos como uma aplicação financeira para o futuro. A realidade é bem diferente e fatos como esse acontecem no dia a dia.
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