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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O ESPORTE VAI ALÉM DO JOGO

* A morte brutal de Valdiram na Sexta-feira da Paixão finalizou a sua Via Crucis que foram os últimos seis meses de vida.

Após deixar a clinica de reabilitação em junho, ganhou uma chance do Olaria, gerido pelo seu empresário em quase toda a sua carreira, Jader Moreira, mas o recomeço no futebol não gerou mais do que uma semana internado.

O atacante ao reconhecer a sua impotência diante do vicio, deixou o clube rumo a São Paulo, onde vive a sua irmã, que lhe deu guarida, mas não houve recomeço, passando a morar nas ruas e frequentar a Cracolândia.

Foi encontrado morto com hematomas, atacado a pauladas.

Esse é o obituário de um ex-atleta de futebol, vitima da falta de um programa sério governamental de combate as drogas, e em especial dos clubes brasileiros quando recebem jovens e que visam apenas de os transformarem em um negócio futuro.

O futebol é um problema social e tem que ser entendido dessa forma.

Vende riquezas futuras, quando apenas 3% dos jogadores brasileiros ganham mais de R$ 50 mil, e conseguem formatar um amanhã mais tranquilo.

O mundo dos esportes é complicado, o dinheiro corre, mas não existe uma orientação para os atletas. Uma boa parte termina a carreira como Valdivam, sem  lenço ou documento nas mãos, e ingressam no mundo pernicioso das drogas, que é sem duvida o maior perigo para aqueles que não estão conseguindo um caminho melhor. 

Na formação, os clubes deveriam ter programas ilustrativos sobre as mazelas que poderão atacar os seus jogadores.

Lamentável.

NOTA 2- A AUTOFAGIA NO FUTEBOL BRASILEIRO

* O futebol brasileiro é autofágico, quando come até suas entranhas. Como alguém que tem um pouco de massa cerebral poderá entender que os oito times da Série A em três meses de temporada tenham demitido os seus treinadores.

Sem duvida é a maior dança das cadeiras do mundo, e um carimbo da falta de planejamento das suas gestões. Só acontece tais fatos no Sanatório Geral.

Os estaduais e a Copa do Brasil os trituraram e no último domingo foi um recorde com a musica parando e três profissionais perdendo as cadeiras.

A diretoria do Ceará e a torcida do clube já não viam Lisca com bons olhos, e a escalação do time reserva contra o Náutico pela Copa do Nordeste foi a gota d'água no copo. Após perder o estadual para o Fortaleza, dançou, deixando um retrospecto de 54 partidas, com 21 vitórias, 13 empates e 20 derrotas, aproveitamento de 51,2%.

A segunda vitima foi Alberto Valentim, técnico do Vasco, que caiu após a derrota contra o Flamengo na final do Carioca. Os torcedores fizeram pressão e a diretoria atendeu, colocando-o no triturador. Comandou o time em 41 jogos, com 18 vitórias, 11 empates e 12 derrotas, aproveitamento de 52%.

O terceiro a dançar foi Marcelo Barbieri logo após a derrota no estadual para o rival Atlético Goiano. O mais grotesco é que a sua campanha era excelente, com 73% de aproveitamento em 21 jogos, com 14 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.

Oito clubes irão começar o Brasileiro com técnicos novos, sendo que alguns ainda estão com os interinos. Apenas quatro técnicos estão em seus clubes há mais de um ano: Cruzeiro, Grêmio e Internacional. Mano Menezes e Renato Gaúcho estão nos seus cargos desde o segundo semestre de 2016, e Oldair Hellmann, desde novembro de 2017.

Além de autofágico, o futebol brasileiro é dirigido por aloprados.

NOTA 3- UM CAMPEÃO COM FRACOS NÚMEROS 

* Os números do Corinthians nos jogos realizados nos três meses de competições não foram tão expressivos e que mostram uma fraca qualidade no futebol paulista, que é o mais importante do Brasil.

PIOR APROVEITAMENTO- 3º- 52%,

PIOR MANDANTE- 4º- 61,11%,

PIOR VISITANTE- 4º- 43,59%,

MENOS VITÓRIAS- 3º- 10 em 25 jogos,

MAIS DERROTAS- 2º- 5,

PIORES ATAQUES- 3º- 27 gols,

PIORES MÉDIAS DE GOLS- 2º- 1,08 por jogo,

PIORES DEFESAS- 22 gols sofridos e,

PIORES MÉDIAS DE GOLS SOFRIDOS- 4º- 0,88%. 

Esse é o futebol brasileiro.

NOTA 4- NA ÚLTIMA DÉCADA CORINTHIANS E SANTOS DOMINARAM O ESTADUAL

* O domínio do estadual de São Paulo em 11 anos esteve nos pés de Corinthians e Santos, com 5 títulos cada um.

Ambos conquistaram um tri-campeonato.

Nesse período Palmeiras e São Paulo ficaram a ver navios.

O único clube que quebrou a hegemonia da dupla foi o Ituano em 2014.

O alvinegro paulista foi campeão em 2009,2013, 2017, 2018 e 2019.

O time da Baixada Santista tem os troféus dos anos de 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016.

Um domínio avassalador.

NOTA 5- AVAÍ CAMPEÃO COM O VAR NOS PENÂLTIS

* Um fato inédito e que só poderia acontecer no futebol brasileiro, foi o da interferência do VAR na cobrança dos pênaltis no Campeonato Catarinense.

Após empate em 1 a 1 no tempo normal, o Avaí bateu a Chapecoense nas penalidades, com a participação do VAR, para ficar com o título catarinense sete anos depois da última conquista.

A final foi de muitos erros segundo as mídias de Santa Catarina.

Jogando fora de casa, a Chape se fechou com o ônibus biarticulado e apostou nos contra-ataques, ou seja, utilizando o modelo do atual futebol brasileiro.

Os donos da casa não assumiram o protagonismo do jogo.

No primeiro tempo a equipe de Chapecó conseguiu uma brecha e abriu o marcador através de Régis.

No segundo tempo o time de Geninho acordou e passou a dominar a partida, quando aos 30 minutos o empate saiu com um gol de Alex Silva. A decisão final foi para a cobrança de penalidades.

Até nos pênaltis teve VAR. Vladimir pegou a cobrança de Aylon, e na última cobrança Bruno Pacheco mandou no travessão e a bola quicou na linha.

O VAR confirmou que essa não entrou, e o titulo foi para o avaiano.

O interessante é que a diretoria da Chapecoense irá entrar na Justiça Desportiva pedindo a anulação das cobranças, desde que o Protocolo do arbitro eletrônico não consta a sua atuação nessa situação.

São coisas do futebol brasileiro. 

Comentários   

0 #1 RE: NOTAS AVULSASRUBRO-NEGRO 23-04-2019 10:50
JJ: O titulo da Nota diz tudo. No futebol não se prepara o homem para o futuro. Os atletas são vistos como uma aplicação financeira para o futuro. A realidade é bem diferente e fatos como esse acontecem no dia a dia.
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