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Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro tem o aspecto de uma pirâmide invertida, quando as entidades são maiores do que os clubes, que na realidade formam a sua base.

Criou-se um paradigma de que a seleção brasileira é a pátria de chuteiras, fato esse que é uma grande ilusão, desde que sem os clubes essa não existiria, como também o Circo e as federações estaduais.

No futebol europeu as agremiações são maiores do que as seleções de seus países, como de suas entidades dirigentes. Por conta disso é que aconteceu uma grande evolução.

No Brasil trata-se uma seleção como algo de outro planeta. O jornalismo juvenil se emociona com as convocações, com os treinos e as entrevistas dos atletas. Esquecem que esses pertencem aos clubes, de onde recebem os seus salários.

A base da pirâmide do futebol são os clubes, mas como o sistema foi invertido, tornaram-se enfraquecidos, e o órgão maior que o comanda cada vez mais rico.

Estamos vivendo um período de seca, pior do que a do Nordeste, com reflexo nos clubes, arrastando as competições que se tornaram medíocres, abandonadas pelos torcedores, com estádios ociosos.

Os nossos dirigentes ainda não entenderam a importância de suas agremiações e continuam se submetendo aos donos do poder, sem a menor reação para virar a pirâmide para o seu devido lugar. 

Se perguntarmos a um torcedor de futebol se esse prefere uma conquista da seleção a uma vitória do seu time, certamente um percentual de 99,9% responderá de forma favorável ao segundo item. Não temos a menor dúvida.

O modelo ultrapassado não permite a presença de investidores, como acontece na Europa em diversos clubes, que tornaram-se grandiosos.

O Brasil por falta de credibilidade está fora do mercado. Os poucos que se aventuraram a investir em nosso futebol debandaram.  Quem irá colocar 200 a 300 milhões de euros em um time, sem a garantia de um retorno positivo por conta da instabilidade jurídica do Brasil, e da esperteza de alguns cartolas? 

Segundo a consultoria Deloitte,  existe uma chance apenas ¨moderada¨ de que o times brasileiros possam estar entre os mais ricos do mundo em 2030. O Leicester da Inglaterra, um clube mediano teve uma receita de R$ 592 milhões no ano de 2016, bem acima da maior do futebol brasileiro.

Sem investimentos jamais sairemos dessa patamar, e com o modelo superado que continuamos a manter, nunca iremos sair do atoleiro, contentando-se apenas com a disputa entre os emergentes.

A referência nacional hoje é o Continente Sul-Americano, inclusive no mercado de jogadores. É muito pouco para quem deseja crescer e ingressar no verdadeiro mundo do futebol.

A falta de visão dos dirigentes emperrou o esporte da chuteira no país, contando com o apoio da imprensa e dos torcedores que preferem morrer de inanição a mudar o sistema falido, e que nunca poderá concorrer com o mundo globalizado, capitalista e mercantilista que tomou conta do setor.

Quando os cartolas irão entender de que seus clubes são os donos do futebol?

Comentários   

0 #1 RE: PIRÂMIDE INVERTIDAANTONIO CORREIA 26-01-2017 17:38
JJ: UMA ANÁLISE PERFEITA. A ESCOLHA DO TÍTULO ACERTOU NA MOSCA. OS CLUBES BRASILEIROS AINDA NÃO ENTENDERAM O PODER QUE TEM. PREFEREM A SUBMISSÃO DO QUE A LIBERDADE.
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