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Escrito por José Joaquim

Sempre nos posicionamos de forma contrária aos estaduais brasileiros.  Esses fazem parte da história do futebol, mas foram tragados pela globalização. Devem ser reverenciados como lembrança de um passado bonito. Morreram de inanição, sem pão e sem água.

O Circo Brasileiro do Futebol insiste em manter em seu calendário esse tipo de competição, que não colabora com o sistema, com jogos que sempre terminam no vermelho, e provocam desgastes nos atletas.

Como ainda não acharam a fórmula para atender a demanda dos clubes, que poderia ser a criação de mais uma Série, de forma regional, o Brasil vai ter que suportar por três meses algo que vai do nada para o nada e que não deixa nenhum legado. 

A maioria dos clubes que participa desses eventos são sazonais. Jogam esse período e fecham as suas portas esperando o novo ano. Hibernam como ursos polares em suas cavernas. 

Qual o futuro do futebol brasileiro com apenas 100 agremiações com um calendário anual, deixando de lado centenas que fingem que fazem futebol? As alegações para essa manutenção são as mesmas, e a principal é que o Brasil é um país Continental, com 27 unidades em sua federação. Uma balela.

Na realidade o que falta ao nosso futebol são pessoas que pensem no esporte e não em interesses pessoais. Não existem armas contra a globalização, essa veio para ficar, tornando o mundo plano, e esse esporte tem que acompanhar os novos tempos. 

Clubes que tenham uma estrutura ideal deveriam ser regionais e nacionais, com os menores disputando uma competição municipal, de onde sairia o campeão de cada estado.

A municipalização ocorre em diversos países da Europa, e serve de celeiro para novos jogadores. Nos países do Velho Continente existem várias divisões, e todas com sucesso. O melhor exemplo vem do futebol da Inglaterra.

Um título estadual não serve de parâmetro para as competições maiores, e os exemplos são bem claros nos seus rebaixamentos. Que o diga o Santa Cruz. 

No caso de Pernambuco, o seu Campeonato é um monstro criado no laboratório da Rua Dom Bosco. Começou em dezembro do ano anterior, com nove clubes do interior, jogando entre si para a classificação de apenas três que disputarão o Hexagonal do Título, e os restantes estarão lutando contra a degola no Hexagonal da Morte. Os nomes são grotescos.

A interiorização foi implantada para levar os clubes da capital ao interior, servindo de estímulo para os torcedores, mas os gênios conseguiram formatar um modelo que deixou seis desses sem recebe-los. Uma marcha para a guilhotina.

Como ainda não existe um sistema que acolha os clubes menores, e os estaduais ainda servem de suporte, que pelo menos sejam bem formatados. A melhor formula é a do Mineiro, quando todos jogam em 15 datas, uma a mais do que o Pernambucano.

O exemplo de nosso estado é trágico e constrangedor. Não aconteceram vistorias serias nos campos de jogos, e o que vimos foi algo que fugiu da realidade, em especial nos gramados. Falta de água sempre existiu, mas a federação local em outros tempos era mais exigente.

Clubes de uma cidade jogando em outra, sem público. O Central de Caruaru irá jogar na Ilha do Retiro o seu jogo contra o Náutico. O Belo Jardim está atuando no Vera Cruz em Caruaru. O que se pode esperar de uma competição desorganizada, e dirigida por cartolas que não entendem do setor?

A fase final começou ontem com o jogo do Sport 3 x 0 Central, e continua hoje com um clássico equivocado entre Náutico e Santa Cruz, que pela lógica deveria ser na segunda rodada. A tabela do campeonato é a demonstração da falta de competência dos cartolas.

Quanto ao jogo do Sport, o público presente na Ilha do Retiro, de 3.821 testemunhas, é o atestado de tudo que está sendo analisado nesse artigo. Os estaduais não motivam os torcedores. 

E assim, seguimos rumo ao abismo com competições ultrapassadas e que servem apenas para alimentar os egos dos cartolas, e ao mesmo tempo destruindo o que resta de um esporte que já teve o apego do povo brasileiro, e que sofre uma debacle por falta de boas gestões. 

Lamentável, mas é a cara do Brasil da Lava-Jato.

Comentários   

0 #2 Série B JáBeto Castro 30-01-2017 17:58
Enquanto houver votos de cabresto, os clubes sovaqueiras continuarão elegendo os extralúcidos para as centúrias lagartixas regionais. Os cargos tem apelos políticos, rendem mordomias, honras, viagens, reverências, Uísque 12 anos e muitos pixulecos. Além de uma tropa de cortesãs e cortesões cobrando R$ 100 por um foto nas páginas de jornais. A única solução é a Série B Regional no âmbito de grupos estaduais e afunilamento pós a fase de grupos. Os Estaduais devem permanecer apenas nas suas fases finais com os grandes ranqueados enfrentando os melhores de cada grupo da Série B Regional para a manutenção da tradição e para indicação de apenas um clube médio ou pequeno melhor colocado para as nove únicas vagas, uma de cada Estadual para a Série A do Nordestão. A Série A da Copa do Nordeste deve ser incrementada para 32 ou 40 clubes, apenas aumentando o número de grupos para 8 ou 10 chaves de quatro clubes e o retorno financeiro das concessionárias devido ao aumento do mercado. A ditadura dos grandes clubes da Bahia e Pernambuco deve acabar antes que morram todos de inanição. Engessamento não gera o desenvolvimento econômico, algo básico em Economia.
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0 #1 RE: POBRES ESTADUAISPLINIO ANDRADE 29-01-2017 22:13
JJ: VOCÊ TEM RAZÃO. ESTADUAIS SÃO COISAS DO PASSADO. OS DOIS JOGOS QUE ENVOLVERAM OS MAIORES CLUBES DE NOSSA CAPITAL, NÃO SOMARAM 10 MIL PAGANTES.ESSE É O MAIOR EXEMPLO.
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