Na Espanha existem dois grandes clubes, Real Madrid e Barcelona, dois medianos, Atlético de Madrid e Sevilla. Os demais são figurantes no processo, quando no máximo lutam por uma vaga na Liga da Europa. Pensar em chegar na Champions é sem dúvida um sonho de uma noite de verão. Acontece uma vez em mil tentativas.
Na Alemanha, o futebol há anos é dominado pelo Bayern de Munique. Nas últimas cinco temporadas esse conquistou quatro títulos contra um do Borussia Dortmund. Na competição atual é o líder, tendo um clube sem grande expressão na sua cola, com pequena diferença, o RB Leipzig.
Ambos os países fazem bons campeonatos, com medias de públicos excelentes, mas na verdade quando a temporada começa, com antecedência já conhecemos o maior favorito. Na Premier League o equilíbrio é um pouco melhor, quando a variedade de clubes fortes é bem maior.
Há anos que afirmamos que a má distribuição de recursos no futebol brasileiro poderia transforma-lo em uma Espanha, por conta das diferenças de receitas entre aqueles de maior porte com os demais.
Nos estudos que procedemos através dos balancetes dos chamados grandes clubes do Brasil, chegamos a conclusão que aquele com maior capacidade de sustentação é o Flamengo, que é a resultante de um projeto que irá garantir-lhe um futuro promissor, caso o atual sistema não seja quebrado.
O Palmeiras está vivendo um bom momento, mas não é sustentável, desde que dependia do ex-presidente Paulo Nobre, e hoje está entregue a patrocinadora Crefisa, que certamente não será duradoura, caso a sua maior dirigente não consiga obter o desejo de ser presidente do clube. Uma nuvem passageira.
O modelo adotado pelo rubro-negro carioca, irá dar-lhe a liderança do nosso futebol por muitos anos, e não temos dúvidas que isso irá consolidar-se na atual temporada.
Quando passamos para Pernambuco, sentimos que as diferenças financeiras entre o Sport e os demais rivais (Náutico e Santa Cruz) são grandes, e isso já reflete no momento atual, na formatação das equipes.
O futebol de nosso estado está próximo de uma germanização, com apenas um clube forte, com receitas bem maiores do que os demais, e com maiores condições de formar um bom elenco, embora no nível nacional esteja em um patamar pequeno.
O Sport Recife terá uma receita nessa temporada superior aos R$ 100 milhões, enquanto os seus adversários não ultrapassarão R$ 25 milhões. Como poderão competir com um clube com uma diferença gritante em recursos, e que contrata jogadores de melhor qualidade e altos salários?
Não temos nenhum receio de afirmar que o time da Ilha do Retiro irá conquistar o título de campeão estadual, que na verdade não vale muita coisa, por conta das diferenças técnicas do seu elenco para os do Náutico e Santa Cruz.
O único problema para que o rubro-negro não consiga tal objetivo está dentro da sua casa, através de gestores amadores apaixonados, que não sabem separar o alho do bugalho, e que poderão jogar no lixo uma nova oportunidade de torna-lo um clube grande como aconteceu na década de 90.
Pernambuco futebolístico está sendo germanizado, com um futebol de uma nota só, exclusivamente por conta da capacidade financeira de cada um, e uma distribuição de receitas indecente. O mais grave é que tal fato está sendo reproduzido em vários estados brasileiros.
O Sport certamente não é culpado por essa brutal diferença, mas na verdade isso foi um produto de péssimas gestões no Santa Cruz e Náutico que os apequenaram e reduziram as suas capacidades de investimentos, e dos donos de nosso futebol que não criaram mecanismos para sustentabilidade dos clubes com boas demandas como os nossos.
O futebol brasileiro e mundial foram aparelhados por gangues do crime organizado igual aos presídios e aos três poderes da República. Os processos de delação de Zé das Placas apontou para os pixulecos de Zé das Vacas, que por sua vez levou ao Coleirinha de New York com a prisão e extradição dos seis mafiosos continentais e de toda a cúpula do Baú da Zurica, além de 40 chefes da Argentina até o Canadá. O futebol Europeu está dominado por lavadores com fichas criminais nada limpas ou por empresas industriais, comerciais e de serviços com intuito de sonegação e lavanderia. Se no futebol há quase 50 gatunos juramentados, a República aponta o mesmo número de delatados por furto qualificado do dinheiro público, inclusive governadores, empresários portentosos e muitos jacobitas descendentes como doleiros lavandeiros. A diferença é que as facções do futebol são doze alinhadas com magnatas da intermediação e nos presídios conflagrados são apenas quatro ou cinco. As mentes sujas são as mesmas. Portanto, essas comparações simplórias não apresentam o esgoto a céu aberto das verdadeiras causas da velhacaria decadente. O futebol brasileiro necessita de três ou quatro homens decentes com postura de estadistas e técnicos competentes com notável saber futebolístico para esvaziar a fossa e o passar totalmente a limpo. Sem Congressos bianuais reunindo toda a comunidade para o aperfeiçoamento do sistema como os realizados em 1996 e 1998, a Barbuda Monopolista do Camelódromo continuará com o seu tanque de fezes.
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