O recado dos torcedores nesse inicio dos estaduais tem que ser analisado pelo menos por aqueles que ainda pensam no futebol brasileiro, em especial de nossas mídias que sem duvida em sua boa parte vive em outro mundo, o artificial e não o real.
Na segunda rodada do tal de Hexagonal do Titulo do nosso estadual, nome grotesco e sem nenhum apelo promocional, contando com a presença dos três clubes principais, o público total foi de 7.272 torcedores, com uma media de 2.424 por partida.
No Rio de Janeiro, 1.690 pagantes assistiram o jogo do Botafogo contra o Madureira, o Fluminense colocou nas arquibancadas 3.060 torcedores ao enfrentar o Resende, um pouco menor do que Bangu e Vasco, com 4.194. O Flamengo teve o melhor público, com 8.370 pagantes, no seu jogo contra o Macaé. Um desastre.
Nos demais estados do Brasil a situação é idêntica, demonstrando de forma bem clara que o desejo de mudanças é bem latente.
Quem sustenta esse tipo de competição é a Rede Globo, que tem contratos antecipados com as maiores Federações por muitos anos, para ter um espaço no inicio da temporada antes do Brasileiro.
Para essa as arquibancadas vazias não valem nada, e sim a audiência que pode ter. Na verdade só tem retorno nos clássicos locais, e nada mais.
Se é para atender a emissora platinada que investe no futebol nacional, uma solução seria a alteração do Calendário, não compatibilizando-o com o europeu que seria o ideal, mas como isso não é permitido pelos donos do futebol, que pelo menos o Brasileiro comece em fevereiro, com a extensão de 10 meses, e com maior espaço entre seus jogos.
Devemos entender que a grande maioria dos clubes profissionais do país vive de sonhos, visto que as suas existências são apenas para uma disputa anual, que dura apenas quatro meses, e depois desaparecem do mundo esportivo.
Esse é o maior e mais contundente problema desse esporte, cujo calendário pela sua irracionalidade os deixam fora de uma atividade fim que faz parte de suas existências.
Enquanto os ¨gênios¨ que fazem o futebol brasileiro não entenderem que existe a necessidade, inclusive a obrigação legal de que os clubes joguem no mínimo 10 meses por temporada, esse esporte jamais sairá do abismo que se encontra há um bom tempo.
Pelo ranking do Circo Brasileiro de Futebol, existem 766 clubes registrados na entidade, um número igual aos que disputam uma da Copas da Inglaterra, com apenas participantes das quatro maiores divisões.
Os cartolas só pensam em sua galinha dos ovos de ouro chamada de Seleção, e deixam de lado aqueles que fazem o futebol, que são os clubes. Divisões como as Series C e D poderiam contemplar mais clubes. regionalizadas e com disputas finais entre os melhores para que se conhecesse aqueles que teriam o acesso.
O Brasil é um continente, e necessita que seja visto como tal. Desde 2003 lutamos por uma Serie E, que já é factível, que englobaria os clubes que vivem apenas para uma competição em cada temporada. Os demais seriam municipalizados.
Certamente haveria o fortalecimento e uma renovação de talentos, que fazem falta ao futebol brasileiro. Os de sempre irão dizer que faltam recursos, o que não é verdade. Para tal, bastaria que as taxas cobradas pelas Federações estaduais nos jogos das divisões do Brasileiro fossem dirigidas para o futebol, o assunto seria resolvido.
Conhecemos um projeto de um dos nossos visitantes, Beto Castro, que cria um Fundo para o Futebol, que supriria todas as despesas dessas competições.
Na verdade o calendário é pernicioso, mas o sistema existente é mais grave, que vem apequenando esse esporte, sem que os maiores interessados não reajam, para que a sua perenização seja efetivada, que é a peça chave de toda a reformulação pretendida. O problema é nacional uma vez que o interesse é de todos.
Hoje vivemos de sonhos, mas a ilusão com esses é um devaneio.
0#2RE: CAMINHOS TORTUOSOS —
CARLOS ALFREDO04-02-2017 12:15
JJ: BETO JÁ EXPRESSOU MUITAS COISAS QUE EU PODERIA ESCREVER. ESSE ARTIGO É ALGO QUE DEVERIA SER ANALISADO PELOS SETORES QUE FAZEM O FUTEBOL BRASILEIRO. INFELIZMENTE ESSE ESPORTE FAZ PARTE DA ATUAL ESTRUTURA DO PAÍS, ESSA ESTÁ APODRECIDA,
0#1Convergência de Opiniões —
Beto Castro04-02-2017 10:31
Este artigo vai de encontro em quase tudo com a minha visão do futebol brasileiro. Aumento da representatividade nas série C e D para 64 e 128 clubes e a criação de uma série E com 256 clubes em chaves estaduais. Na grandeza não engessada abolida pelos golpistas de 1986, também as séries A e B contemplariam no mínimo 32 e 48 clubes, respectivamente. Assim, teríamos 528 clubes brasileiros contemplados com um calendário mínimo de 10 meses como manda a lei. Os campeonatos municipais, como o existente no Amapá contemplaria os municípios do interior. Ainda seria possível certames distritais no interior dos munícipios para fortalecimento das ligas e clubes amadores, desde que as ligas realmente existissem. Aliás, não sei para que existem e servem as secretarias de esportes de 5650 municípios e o tal Ministério dos Esportes invisíveis do bota-fora de recursos perdidos. Minhas únicas discordâncias são com referência às séries do campeonato brasileiro que deveriam recuar para segundo semestre para que o futebol regional e dos estados possam sobreviver. Já que todos recursos do setor são açambarcados pelo Camelódromo Monopolista e suas facções criminosas, o Edifício sem nome poderia permitir a existência da Brascopa como forma de financiamento dos entes federativos, com a criação de um Fundebol bem rateado no âmbito do ranqueamento das Federações. A ampliação e aprimoramento dos certames regionais legítimos em número de oito preencheriam o primeiro semestre com uma verdadeira Copa do Brasil sem os pixulecos de Zé das Placas. A antiga Copa dos Campeões seria o modelo ideal com um intervalo providencial entre os dois semestre, em cujos meses junho e julho seriam reunidos os 16 ou 32 campeões regionais na proporcionalidade das populações (Libertadores do Brasil). Nos finais de cada ano 20 de novembro a 20 de dezembro seria realizada a Brascopa de Seleções Estaduais Nativas com uma grande e rica festa anual ao estilo Eurocopa, com cobertura mundial de TV e com direito ao hino oficial sinfônico e R$ bilhões em financiamento televisivo para formação do fundebol que incrementaria as receitas dos clubes e federações. Os clubes médios e pequenos estaduais participariam das séries B regionais para escolha do acesso e para as finais estaduais. Com Federações ricas e autônomas, clubes capitalizados e jogadores convocados altamente valorizados, o nosso futebol renasceria das cinzas da hegemonia forçada das doze tribos de quatro cidades. Para finalizar, os quatro melhores classificados da Copa dos Campões do Brasil enfrentariam os quatro melhores da Copa dos Campeões da América Espanhola numa final empolgante com apenas 8 clubes em duas versões (Libertadores e Sul-Americana - A & B) em datas marcadas no calendário ao longo do ano. O futebol brasileiro tem que ser visto de forma holística para atender todos os entes federativos do país e não de uma patotinha de marginais antipatrióticos. Chega de imitar os Murdochs e Abramovitch da vida do covil dos refugiados e terroristas islâmicos.
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