Quem acompanha os esportes tem a obrigação de ficar atento para os bons livros sobre o segmento, e que trazem informações proveitosas. Um desses foi lançado em 2014, e que continua atualizado, e tem como foco o que sempre estamos debatendo com os nossos visitantes, que é o das gestões dos clubes de futebol.
O estudioso de administração do futebol, Michel Mattar, é o seu autor, onde trata de temas que já foram apresentados em nossos artigos e que na verdade são importantes para os gestores do futebol nacional. O título do livro é: "Na trave, o que falta para o futebol brasileiro ter uma gestão profissional¨, e trata de forma bem clara as administrações dos clubes e a ausência da governança com relação ao poder.
Algo bem interessante, e que sempre estamos destacando, foi anotado pelo autor, quando escreve sobre a maneira como esses são dirigidos, de forma voluntária, por amigos do presidente e na maioria das vezes sem a habilitação profissional para que pudessem assumir tais cargos.
Na verdade, o nosso futebol está entregue às "famílias¨, que defendem os seus próprios interesses, com decisões que garantam a manutenção dos gestores nos cargos por mais tempo, para que possam continuar a receber suas benesses.
Vivemos numa época do compadrio, e o livro retrata muito bem o tema, onde o conflito de interesses perdura, de um lado as demandas dos amigos do poder, e do outro o mercado consumidor, que não é atendido de forma como deveria ser.
O futebol brasileiro é avaliado por resultados, e um gestor competente que esteja preparando o clube para o futuro, dando-lhe uma estrutura adequada para o crescimento, se não ganhar um título sairá execrado. Trata-se da cultura de ganhar de qualquer forma, mesmo deixando os buracos em seus balanços.
O autor dá algumas sugestões para a melhora desse esporte no Brasil, e uma delas é a criação de uma Liga forte, gerenciada por profissionais competentes, no modelo americano.
Sempre é bom lermos algo que defende as ideias que postulamos, mas continuamos pensando que as mudanças ainda irão demorar, desde que sem grandes investidores para forçarem as transformações, dificilmente iremos sair do atoleiro em que esse esporte está metido.
O futebol brasileiro tem a necessidade de aporte de recursos privados em todos os seus clubes, e com uma gestão profissional, um dia iremos sair do fundo do poço, desde que temos tudo para tal, menos gestores competentes e com credibilidade.
Nós precisamos de bons pensadores em todos os segmentos.