Por conta de um comentário de um dos mais assíduos visitantes do nosso blog, André Angelo, que citou o exemplo do Athletico para o Sport, nos motivou a um retorno ao ano de 1991 quando o rubro-negro de Pernambuco começou a passar uma modificação total no seu modelo administrativo, que o tornou uma referência no Brasil, e que durou pelo menos 10 anos, quando a debacle começou.

No ano de 1990, o Sport disputou a final da Segunda Divisão com o time paranaense, e conquistou o título de campeão.

Tal passo motivou uma união no clube, elegendo-se uma chapa única com Wanderson Lacerda como presidente e Romildo Moreira, já falecido, como vice. Atendendo um pedido do presidente assumimos o cargo de Vice-Presidente Administrativo e diretor de arrecadação.

A situação do Sport era dez vezes pior do que a atual. Preparamos um projeto de recuperação, e quatro anos após o clube fechou o seu balanço na cor verde. Houve um crescimento global em todos os setores. A credibilidade do clube atingiu o ápice. O trabalho de formação foi a base de tudo, hoje foi abandonado.

No segundo mandato assumimos o lugar de Romildo Moreira na vice-presidência executiva e o trabalho continuou. Nos dez anos da década de 90 esse permaneceu na Série A Nacional e conquistou oito estaduais. Por sua vez a década de 2000 não foi boa para o Leão e começou com a sua queda por falta de bons gestores.

Nesse mesmo período o Athletico Paranaense começou a sua jornada vitoriosa criando um patrimônio gigantesco, e no futebol a evolução tem sido positiva, com um título da Copa Sul-Americana, culminando com a quebra da famosa "imortalidade" do Grêmio pela Copa do Brasil, quando será finalista.

Pelo projeto dos anos noventa, sem duvida o Sport deveria estar na mesma situação do Furacão, mas esse teve uma gestão séria, um pouco ditatorial com Mário Celso Petraglia, enquanto o rubro-negro da Ilha do Retiro vivia atolado em crises.

O Sport perdeu quase duas décadas e necessita de uma reforma profunda em seus conceitos de gestão.

O Athletico é o clube do futuro, que saiu de uma casa pequena para uma bem confortável, marchando para habitar um palacete com investimentos chineses que estão prontos na espera da nova lei que irá permitir a transformação dos clubes em Sociedades Anônimas.

O Furacão é um dos clubes do Brasil que tem um bom trabalho de formação, inclusive com a participação de vários formados no jogo da última quarta-feira.

O Velho Leão tem uma demanda excelente, um patrimônio excelente, e que tem todas as condições de se voltar a ser um clube em evolução. O problema real tem um nome: Gestão, Gestão, Gestão.

Deveria aproveitar a volta para a Série A no final do ano, para que possa ser projetado o seu futuro.