Um assunto que sempre temos debatido com os nossos visitantes é o da cultura do futebol nacional, com respeito à troca de treinadores quando os times não vão bem na competição.
Por várias vezes já afirmamos que o orgasmo dos cartolas acontece quando demitem seus técnicos.
O Brasileiro das Séries A e B tem sido bem pródigo na dança dos seus treinadores. A cada rodada um deles cai, para dar lugar a um novo, com métodos diferentes e um recomeço forçado.
Ao contrário da famosa frase da era da ditadura militar, de que no lugar que o futebol ia bem a Arena (partido do governo), também ia bem, no atual momento é aplicada uma outra frase, que textualiza: no futebol quando o time vai mal, o treinador vai mal e dança.
Existe uma logica perversa de que mandar embora um técnico é muito mais fácil de que mudar o elenco.
O interessante nesse sistema é de que nunca ouvimos um dirigente assumir os seus erros por contratações equivocadas de jogadores, inclusive de treinadores. Isso é uma rotina que persiste há longo tempo.
Estamos analisando mais uma vez esse assunto, por conta da demissão do treinador do time do Vitória da Bahia, Carlos Amadeu, que tomou conhecimento que tinha sido afastado no aeroporto, antes da nota oficial do clube. Vinte e quatro horas após Geninho, o quinto técnico do clube na temporada, foi contratado.
Um clube é uma empresa, queiram ou não, e tem que trabalhar como tal. A contratação de um treinador de futebol tem que ser feita segundo o planejamento que foi estabelecido para a temporada, mas pelo que assistimos no futebol brasileiro, tal fato não existe, e os profissionais são contratados de forma aleatória, sem um estudo adequado sobre o seu perfil, e se está enquadrado nos objetivos traçados.
O Rubro-Negro baiano acaba de bater um recorde mundial ao completar o quinto treinador para uma única temporada, que ainda não acabou.
Certamente algo deve estar errado nas hostes do Vitória. Os seus dirigentes não tiveram o discernimento de procederem com uma boa análise sobre cada um dos atletas contratados, os seus rendimentos, e conversaram com o treinador antes da demissão.
Seria a forma mais prudente, pois tantas mudanças vão de encontro a importante Lei das Probabilidades, pois torna-se impossível que todos os técnicos que foram contratados após a saída do que iniciou a temporada estejam errados.
O Vitória vem desafiando essa Lei, e pelo conteúdo do seu elenco, e sobretudo por uma ausência de uma estratégia para a competição, nesses meses finais iremos tomar conhecimento da queda de mais um profissional, que não será um milagreiro para transformar a água em vinho.
São coisas de um futebol profissional dirigido por cartolas amadores apaixonados.
O resto é conversa fiada para boi dormir.
Comentários
0#1RE: A SOLUÇÃO É MUDAR DE TREINADOR? —
ANTONIO CORREIA21-09-2019 11:42
JJ: Só tem uma palavra para esse modelo: Planejamento. O resultado final é o que está escrito nesse artigo.
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