Flamengo e Vasco se movimentam para não liberar Reinier e Talles Magno para jogos da seleção Sub-17 que disputará a Copa do Mundo dessa categoria.
Ambos foram convocados para dois amistosos, e farão falta aos seus clubes nessa fase importante da competição. Com a convocação de Gabigol o Rubro-Negro precisa de Reinier, e Talles é a peça principal dos vascaínos. Os clubes irão entrar com um recurso na Justiça.
O tema é importante para um debate sobre o sistema do futebol brasileiro cujo calendário é grotesco. O Brasil é uma exceção à regra mundial quando o seu futebol é dirigido por uma Confederação e 27 Federações.
O continente europeu, de onde demanda o maior futebol praticado no mundo, é dirigido por Ligas, que cuidam do esporte profissional. Em nosso país continuamos entregues a uma entidade que pinta e borda com os assuntos da bola, e leva consigo a submissão das Federações e clubes.
O Circo do Futebol colocou uma armadilha e todos os segmentos que participam do futebol brasileiro caíram nela. Os clubes tornaram-se locais, enquanto a sua seleção atingiu o mundo, valorizou uma marca que a sustenta com milhões, que são mal gastos e sem nenhuma produtividade e retorno. Alguns cartolas ficaram ricos.
A profissionalização ainda está na época da Idade Média.
As entidades são tuteladas por um Capitão-mó, que tomou conta da Capitania Hereditária e nada faz pela sua evolução. O mais grave, muitos desses dirigentes não conhecem o esporte, e só estão nos cargos por interesses pessoais.
As entidades que administram o futebol no Brasil são uns cartórios, que cobram por todos os procedimentos necessários para a sua atividade. Quando alguém ingressa na Confederação e Federações, já inicia o processo, pagando taxas de acesso.
O sistema eleitoral é capenga e indecente, com o poder de voto de clubes profissionais se equiparando aos de Ligas e Clubes Amadores da Capital (no caso das Federações), e de 27 Federações, que recebem uma ajuda mensal do poder instalado com um peso maior no seu voto, sobrepujando os dos 40 clubes das divisões maiores (no caso da Confederação).
Os protagonistas do futebol brasileiro são os clubes, os jogadores e, sobretudo, torcedores, mas esses são apenas figurantes no processo, quando as suas opiniões não são ouvidas pelos donos do poder, e se calam, submetendo-se a esses. Este é o reflexo que se faz nos nossos bastidores.
Só não entendemos a razão de que todos se calam, não reagem e vão sendo tragados pela incompetência. Chegou a hora de repensar o futebol, e analisar por todos os ângulos a criação de uma Liga Profissional de Futebol, que poderia dar um novo rumo ao esporte da chuteira e, quem sabe, trazer a volta o torcedor, que é a figura central dos acontecimentos.
Sabemos que isso nunca irá acontecer, pois coragem é um produto em extinção nesse país anestesiado, onde as vacas são colocadas nos postes.
JJ, toda vez q alguns clubes falam em criar liga os cartolas trabalham para colocar como presidente o André Sanchez..já comecam errando e colocando, não uma vaca, mas um hipopótamo no poste.
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