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Escrito por José Joaquim

Um levantamento feito nos times que estão participando da Série A Nacional, os do Nordeste são aqueles que tem menos jogadores das bases, o que na verdade mostra uma realidade que vem acontecendo por muitos anos.

Em Pernambuco a situação é a mesma.

Não existe possibilidade da construção de uma casa começando pelo telhado. Todo o processo começa pela base, que tem a necessidade de ser reforçada para que seja evitado danos futuros. Em todos os segmentos da vida esse processo é adotado, desde que ninguém começa por cima.

A escola é a base de tudo, tanto para os ricos como para os pobres. O dinheiro não compra o saber, o sistema começa com a alfabetização.

O futebol de Pernambuco é um exemplo de uma construção iniciada pelo telhado, e hoje além da precariedade dos estádios, o maior dos seus problemas é a ausência de um bom trabalho de base. Náutico e Sport tem Centros de Formação, mas produzem muito pouco.

Não existem segredos nesse processo, e basta para tal olharmos o futebol local nos anos 60 e 70. e com menor intensidade em 90, quando o futebol era feito com atletas da casa e de estados da região. Tínhamos bons jogos, bons profissionais, e excelentes públicos.

Houve uma paralisação desse trabalho na década de 2000, e dai em diante deixamos a formação para nos tornarmos um bom importador e, por conta disso a qualidade caiu e o período tornou-se o mais trágico para o futebol local, quando vivenciamos pouco a principal divisão brasileira.

Numa análise de nossos clubes, até o Porto que era um excelente formador pouco tem feito, os demais não possuem um projeto de formação e com exceção de Náutico e Sport não contemplam um Centro de Formação, que é a sapata da construção do futebol.

Os clubes do interior que poderiam ter nesse segmento um suporte, nada fazem. Começam uma competição, e saem à caça de jogadores, repetitivos ano a ano, e com custos que oneram os seus caixas, e deixam de lado o processo fundamental para o seu futuro, que é o da formação.

Não existe a menor possibilidade de um clube de menor capacidade financeira crescer, sem que tenha equipamentos esportivos para as categorias de base, e aproveitando atletas da própria região.

O capitalismo e sua mercantilização aprofundou o abismo entre os clubes brasileiros, e o único caminho que temos para diminuir esse problema está situado no trabalho que chamamos da alfabetização do esporte.

Para que se possa construir uma ponte de transição entre pobres e ricos, necessário se faz uma revolução no setor, principalmente com normas que obriguem aos clubes de terem nos seus elencos um determinado número de jogadores formados em suas casas, isso de forma estadual, como nacional.

Seria o grande passo para que as amarras que estão prendendo o nosso futebol possam ser cortadas, e para que isso possa acontecer será necessário a iniciativa e sobretudo a coragem para fazê-lo.

Ou se repensa o modelo vigente, ou iremos continuar nessa lenta agonia que cedo ou tarde empurrará a todos ao juízo final.

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