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Escrito por José Joaquim

Aqueles que acompanham o blog, conhecem bem o que pensamos sobre o processo de formação do futebol brasileiro, o responsável para alimentar a renovação desse esporte.

Quantos artigos fizemos sobre o assunto, em especial nos últimos dias sobre a seleção Sub-20 do Circo Brasileiro do Futebol, analisando os seus jogos no Sul-Americano classificatório para o Mundial da categoria?

Um time desarrumado, cada um por si, e alguns atletas com olhos na Europa por orientação dos empresários. Deu no que deu.

Esse é o modelo de nossa formação. Os cartolas do Circo falam alto quando afirmam que realizam várias competições com atletas das bases, mas deveriam fazer uma analise sobre a existência ou não de um retorno positivo.

Atletas em formação não devem se preocupar com títulos e sim com uma preparação adequada para o futuro. O individual na busca de um sonho mais alto, está ocupando o espaço do coletivo.

O pai em casa já orienta o filho a pegar a bola, partir para cima dos adversários e marcar um gol, e isso irá resolver os problemas da família.

O futebol não pode e não deve ser tratado como uma tábua de salvação econômica e sim um caminho a ser percorrido para que possa chegar a tal.

A maioria dos clubes brasileiros não tem centros específicos para o trabalho de base, o que já dificulta a formação. Perdemos o maior celeiro que era representado pelos campos de peladas, e não conseguimos trazer para esses tal potencial que ficou abandonado.

A base de tudo está na escola, que começa a projetar o atleta do futuro, mas isso também não acontece por conta do sistema educacional do país, degradado e formando analfabetos.

Os clubes poderiam ter parcerias com o setor da educação para a captação de novos talentos.

O futebol de base deveria ser entregue ao que de melhor existe no setor, profissionais competentes, do mesmo nível daqueles que comandam as equipes principais. Hoje é tudo ao inverso.

Não é producente o amontoado de jogadores em alojamentos desconfortáveis como ainda acontece em boa parte do país, como gados confinados para engorda.

A maioria não frequenta a escola, que é prejudicial para o futuro, desde que quanto mais tenha conteúdo maior será a possibilidade de algo mais.

O atleta de base não pertence mais aos clubes e sim aos seus agentes, que os carregam debaixo do braço acompanhando-os em todas as atividades. Sem dúvida é algo pernicioso que deveria acabar.

Hoje o jogador em formação é clone de alguns atletas do time de cima. Cabelos, tatuagens, maneira de andar e se vestir, são os componentes que irão fazer parte de sua vida, que na verdade não é salutar. Um trabalho de base deve formar o atleta/homem em todas as suas concepções.

Os fundamentos tem que ser ensinados. Quando assistimos jogos dessas categorias observamos os atletas cabeceando com olhos fechados, marcado a bola e não o adversário, entre outros erros que vem da falta de formação.

Formar é educar o homem. O modelo atual não está procedendo dessa forma.

Quando um jovem apresenta maior habilidade, no lugar de aprimora-la, os empresários sonham com um rico contrato e suas comissões.

Um verdadeiro devaneio.

A não classificação da seleção SUB-20 já era uma morte anunciada há um bom tempo e o melhor exemplo de que a formação no futebol brasileiro é uma deformação.

Tudo isso faz parte do sistema apodrecido do futebol nacional, e se não for modificado os clubes irão continuar contratando estrangeiros para que possam suprir as vagas abertas, que não estão sendo preenchidas pelas bases.

Comentários   

0 #2 RE: A FORMAÇÃO DEFORMADACLAITON LIMA 13-02-2017 22:18
JJ: UM ARTIGO DA MAIOR QUALIDADE E QUE ABORDA UM TEMA QUE NÃO É DISCUTIDO PELAS MIDIAS. NA MAIORIA DOS CLUBES BRASILEIROS A FORMAÇÃO REALMENTE É DEFORMADA, INCLUSIVE POR FALTA DE INSTALAÇÕES ADEQUADAS.
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0 #1 Tudo ConsequênciaBeto Castro 13-02-2017 15:06
Se os milhares de diretores de si próprios a serviço dos centuriões lagartixas fizessem um pouquinho de exercício intelectual nas suas fainas de desocupados gratificados, logo chegariam à conclusão do potencial perdido do futebol brasileiro. Temos cerca de 100 clubes de massa na primeira metade do ranqueamento do Edifício sem Nome e outros 100 com potenciais à altura de se tornarem grandes clubes, além de 50 arenas de excelente qualidade nas 27 unidades federativas do país. Um estrutura futebolística do mais alto gabarito para gerar milhares de atletas todos os anos, para jogar, deslumbrar, exportar e gerar empregos e renda num setor extraordinário. A casta de dirigentes das entidades de prática e de direção, entretanto é uma lástima. Desde o topo até a base no mais longínquo Amapá, Acre, Roraima e Rondônia se espalhando por todos os Estados, as organizações são comandadas por políticos e curiosos sem expressão que se apegam aos seus salários de alto nível com a ajuda de milhares de diretores de si próprios que só fazem politicagem, bajulação e dão um expediente de duas horas no fim da tarde para complementar as suas rendas. A estrutura que citei é um patrimônio de investimentos de centenas de bilhões de reais em mãos de oportunistas que nada sabem de investimentos, capital humano, futebol moderno ou inovação e tecnologia. Trata-se do melhor dos mundos com salários do crime organizado caindo em suas contas mensalmente sem qualquer esforço. Nos dez anos que passei no Amapá, vi entrar e terminar anos a fio com os clubes locais bem estruturados totalmente paralisados e perdendo os seus parcos patrimônios pela a inação de centuriões inúteis que são verdadeiros gênios do domínio de inúmeros setores da sociedade e nada produzem (São prefeitos, deputados federais vendidos, presidentes de ligas de escolas de samba e que só vão a entidade a cada morte de Papa.) Devido a essa organização nefasta, todo o potencial do país no futebol que só alcança 17% das suas potencialidades territoriais, populacionais e econômicas no continente são jogadas no lixo da incúria e da irresponsabilidade. Os países mais avançados do mundo andam de TGV e Trem Bala, enquanto que o triângulo do funil anda de Maria Fumaça com ferroviários em greve de criatividade eterna e vitalícia. De nada reclamando, esses diretores de faz de conta podem ficar por décadas sem fim em seus cargos passeando de sala em sala de seus feudos enferrujados. Tudo a serviço do quadrunvirato da morte da corte do Estado Falido da hegemonia fraudulenta. Esse sistema corrupto só gera fungo, teias de aranha e prédios inúteis. Em vez de atletas gera apenas o fedor de sovaqueira, votos de cabresto, brincantes de clubes amadores e ligas de coisa nenhuma há trinta anos.
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