* Duas vitórias do São Paulo tornaram o hoje técnico Rogerio Ceni a bola da vez das mídias do Sudeste. Depois do resutado do jogo contra o Santos, com o placar de 3x1, todos os segmentos enalteceram o trabalho desse profissional.
Lemos algo grotesco sobre o tema, com a comparação do técnico tricolor, com o argentino Jorge Sampaoli treinador do Sevilla da Espanha.
Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar.
Achamos que pelo que observamos no comportamento de Ceni, esse sem dúvida será um bom profissional, mas coloca-lo em um patamar mais alto requer um prazo maior para que os resultados sejam analisados em um maior número de jogos.
Campeonato Estadual não é referência, serve apenas como um laboratório, e será bem importante para o seu trabalho.
De uma coisa temos certeza, a de que pelo menos o São Paulo está jogando com vontade, na busca da vitória, e nisso está o dedo de Ceni.
Vivemos em uma época em que o futebol está estagnado, e um fato novo provoca rebuliço dentro de uma mesmice patológica.
NOTA 2- ACERTAMOS EM CHEIO
* Em uma de nossas postagens afirmamos que um técnico dos clubes da capital não iria comer o peixe da Semana Santa.
Não temos bola de cristal, mas acompanhamos o futebol com outros olhos, sem paixão e sempre com a devida lógica, e detectamos algo que estava pronto para acontecer.
Aconteceu.
Após a derrota para o Guarany de Juazeiro-CE, Dado Cavalcanti deixou o Náutico, por conta das campanhas que estão sendo realizadas nas diversas competições.
Obvio que estava claro que esse fato iria acontecer, mas na verdade a culpa não pode recair apenas no treinador, já que o elenco não tem a qualidade necessária para a obtenção de sucesso.
Há um bom tempo que estamos afirmando que o Clube Náutico é uma nau sem rumo. Não tem uma torcida numerosa, não tem grandes patrocínios, o seu quadro social é reduzido, e passou muitos anos vivendo de ilusões, sem implantar um trabalho de restauração.
Os seus dirigentes precisam repensar o futuro, ou esse será bem cinza.
O técnico tem a sua parcela de culpa, mas o contexto geral é o responsável por uma ladeira vertiginosa em que o alvirrubro de Pernambuco está rolando.
Por outro lado vamos confirmar a outra previsão que tínhamos feito. Na ocasião afirmávamos que um outro técnico poderia não comer a canjica do São João.
Vamos aguardar.
NOTA 3- CANALHAS E CANALHICES
* Não sabemos até onde o futebol irá chegar com essas torcidas organizadas.
O Circo pouco se importa com o problema, os clubes com raras exceções os acobertam, o Ministério Público deseja torcida única, que é uma derrota para o estado, a Policia prende, mas logo estão soltos, e a Justiça enxuga gelo. É um roteiro desenhado há muito tempo.
O futebol brasileiro foi destruído quando foi entregue a esse tipo de torcedor, que não tem nada a ver com o clube, as vezes não torce por esse, mas usa-o para fins pessoais.
Não respeitam ninguém e tem como arma as ameaças físicas como solução final.
Recebemos um vídeo, não sabemos se foi no aeroporto do Rio de Janeiro, ou o de Fortaleza, onde um grupo de marginais com camisas do Ceará agridem moral e fisicamente com empurrões o treinador Gilmar Del Pozzo mandando-o voltar para as suas plagas.
Tudo isso por conta da derrota do time cearense no jogo da Copa do Brasil, contra o Boa Vista.
Um absurdo, e uma demonstração que a guerra foi perdida para os marginais, que tiveram uma vitória, o pedido ontem à tarde de demissão que foi feito pelo profissional.
O futebol sempre foi um lazer das famílias, mas hoje está entregue aos canalhas que formam uma minoria fascista, que domina e afugenta as pessoas do bem dos estádios.
A Copa do Brasil fez um strike, derrubou quatro treinadores com uma só bola, Marquinhos Santos, do Figueirense, Dado Cavalcanti, do Náutico, Hemerson Maria, do Fortaleza, e finalmente Dal Pozzo, do Ceará.
Esse é o futebol brasileiro de Del Nero e alhures.
São todos iguais.
NOTA 4- ¨MAIS UNIDOS QUE NUNCA¨
* Os jogadores profissionais do Uruguai, inclusive os que jogam no exterior e os jovens da seleção SUB-20 que conquistaram recentemente o titulo de campeão Sul-Americano, estão com um movimento de protesto contra a Associação Uruguaia de Futebol, Sindicato dos Jogadores Profissionais, e a Tenfield, empresa dona dos direitos de transmissão do campeonato do país.
Na semana passada 500 profissionais fizeram uma passeata pelas ruas de Montividéu, exigindo uma distribuição mais justa e transparente dos recursos dos direitos de transmissão, que é formulado de forma autoritária com a conivência do Sindicato.
A Federação está negociando com a Tenfield a renovação do contrato que vence em 2020, para 2025. Na verdade essa gente deve ter algo com a Rede Globo, com uma metodologia muito parecida.
Uma das reclamações dos atletas é o da exploração dos direitos de imagem, que é feita ao bel prazer da empresa dona dos diretos televisivos.
Um dos lideres do movimento ¨Mais Unidos do Que Nunca¨, é Diego Lugano, atleta do São Paulo.
No Brasil o BOM SENSO começou a movimentar-se pedindo mudanças para o nosso futebol, foi tragado pelo poder dos cartolas, tendo sumido.
Pelo que observamos os atletas do Uruguai tem mais capacidade de aglutinação e de luta do que os nossos, que são alienados de plantão.
NOTA 5- A NECESSIDADE DE UM ¨SOS¨
* Os números que iremos mostrar certamente irão assustar aos amigos que nos acompanham, e que mostram a morte lenta do futebol brasileiro.
Entre os anos de 1971 a 1976, a população do Brasil era de 96,8 milhões. A média de público dos primeiros Brasileiros foi de 16 mil torcedores.
Quando passamos para o período de 2012 a 2016, a nossa população chegou a 202,7 milhões. A média de público no Brasileirão foi de 15.400 pagantes, ou seja regrediu, embora a população tenha dobrado.
Isso comprova o que estamos discutindo por um bom tempo, quando afirmamos que o país do futebol virou o país do cinema.
Por outro lado, os números do estadual local, são as fotos de um esporte que foi tragado pelo tempo, sem uma única reação para recupera-lo.
Sem a contabilização dos jogos do Hexagonal da Sobrevivência, cujo nome é de uma pobreza intelectual sem limite, a soma do público é de 31.039 pagantes, com uma média de 584 torcedores por jogo.
Dificilmente iremos chegar aos 150 mil torcedores em nossos campos, que seria a pior média da história.
E tem gente que ainda diz que vai tudo bem obrigado.
Comentários
0#3RE: NOTAS AVULSAS —
ANTONIO CORREIA17-02-2017 19:51
JJ: Uma gestão de risco é para o futebol de Primeiro Mundo, não nesse subdesenvolvido como o nosso. O seu artigo é técnico e bem elucidativo.
JJ: OA NÚMEROS DA NOTA 5 SÃO ASSUSTADORES. O FUTEBOL BRASILEIRO PAROU E NINGÚÉM ANALISA E PROCURA AS RAZÕES. O PERNAMBUCANO FOI UMA ILUSÃO COM O TODOS COM A NOTA. VOLTOU A REALIDADE.
Desta vez o "O que Fura" entrará com um pedido de nacionalidade uruguaia para liderar El Bom Senso oriental. Falou em mexer com o "status quo" das doze tribos de Damasco, ele entra em cena. Sua invenção magnífica que discrimina os clube de quatro das regiões brasileiras, é intocável. Na outra reencarnação ele era um Califa herdeiro de Jacó.
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