Conversamos ontem com um ex-dirigente do Central e esse nos mostrou a dura realidade que o clube vive nos dias de hoje. Sem recursos, salários atrasados, e poucas esperanças para o futuro.
Após a conversa pensamos nos demais clubes que disputaram a primeira fase do estadual local, cujos sonhos foram apenas de ilusões.
Sonhar é um direito, mas se iludir com o sonho é um devaneio. Não são apenas palavras e mais palavras, nada mais do que palavras, e sim a realidade do futebol de Pernambuco, caracterizado pela falta de objetivo da maioria dos clubes profissionais, em especial os do interior do estado.
Se isso vem acontecendo com o Central, um clube tradicional, com sede em uma cidade importante, imagine a situação dos demais.
Durante algum tempo estivemos analisando a razão do motivo da existência de clubes apenas para uma disputa durante o ano, motivado pela irracionalidade de um calendário que no seu contexto geral é destruidor, e não objetiva o crescimento do futebol nacional.
Tentamos mudar mas fomos derrotados.
A Federação de futebol vende aos seus clubes ilusões, e com a gravidade quando transmite isso para nossas mídias, ao entregar um bagre no lugar de um salmão.
Qual o trabalho que faz a entidade local para melhorar o nosso futebol? Seus dirigentes podem entender de tudo, menos de gestão desse esporte. Os resultados estão bem latentes, quando os clubes não conseguem sair dos lugares onde estão, mas na verdade esses são culpados quando balançam as cabeças para o errado, e compram as ilusões vendidas.
Existe um roteiro para a guilhotina. Um clube do interior que irá disputar a primeira divisão local, inicia o campeonato de forma isolada, com confrontos entre si, sem a participação dos ditos grandes.
Para que isso aconteça deve formatar uma preparação antecipada. Contrata uma Comissão Técnica e atletas. Esses com custos de registros, transferências entre estados (se necessárias), além de um departamento de futebol.
Haja dinheiro para quem não tem. Como não tem atletas das divisões de base, por falta de um trabalho no setor e de um Centro de Formação, contrata pelo menos 26 jogadores para o início da competição.
Não tem receitas, não tem sócios, em muitas vezes recebem uma verba da Prefeitura, e uns trocados de um patrocinador amigo. Quando não possui tais verbas vive dos bolsos dos dirigentes.
Os jogos iniciais, sem motivação, sem grandes clubes não tem receitas de bilheterias. Recebe uma pequena cota da televisão, que não dá para cobrir as despesas.
Com poucos jogos, já há uma folha salarial para quitar. Procura as receitas e essas não existem, e o desespero bate a sua porta. O contrato com a Prefeitura é liberado, e com isso consegue liquidar alguns débitos com seus atletas, continuando com essa saga até o final do campeonato.
Uns jogam pouco, e serão eliminados, e apenas dois dão prosseguimento nessa dura jornada, quando sonham com uma melhor bilheteria, fato esse que não aconteceu na temporada atual, desde que ficaram sem os seus campos de jogo.
Como os contratos dos atletas são curtos, mesmo aquelas possíveis revelações, se por acaso o clube as tiver, estão livres e seguem de braços dados com os seus agentes, buscando um novo destino, e se esse não disputar um evento nacional, só abrirá as portas no próximo ano.
Que futebol é esse em que um clube vive de ilusões, sem passado, sem presente e sem futuro? Certamente não são profissionais, fingindo que o são, e que nada de bom trazem para a evolução do esporte no estado.
Ou o sistema muda, criando mecanismos para que os clubes que tenham uma boa estrutura vivam durante uma temporada, ou o melhor é fechar tudo, e esperar que um dia surja alguém que possa muda-lo, algo que está bem longe de acontecer.
Só nos sonhos e nas ilusões.
Comentários
0#2RE: NO MUNDO DAS ILUSÕES —
GERALDO SILVA14-04-2017 18:10
JJ: Na sexta-feira santa o blog não parou, e pelo contrário, apresenta uma análise bem esclarecedora sobre os times do interior. Tudo que está escrito é a pura verdade.
0#1Nau do Dilúvio de Noé —
Beto Castro14-04-2017 10:58
Finalmente, o nobre articulista chegou ao porto solidão de onde o Barco de Noé partirá com os casais de animais da caatinga para escapar do dilúvio. Para os nobres do comitê de reforma do luxuoso edifício de onde partem as ordens para a grande enchente no Rio de Janeiro há 30 anos, o conselho do conluio do córrego da águas espraiadas pouco se importa com as vidas e os destinos dos animais pertencentes aos povos que não existem. Esta semana, em vias da última rodada aonde o segundo maior clube da capital tem chances reais de chegar ao quadrangular final, os atletas do Auto Esporte Clube entraram em greve e se recusaram a treinar devido ao atraso de meses em seus salários. O que fez o centurião lagartixa do trem dos mortos vivos do Governo do Estado que sustenta o cemitério móvel e as mordomias dos lacertílios da morte desde 1996? Viajou ao Rio com um funerário do outro morto e em vez de exigir a expansão da Copa do Nordeste para contemplar os decepados do Estado (Treze (fundador do torneio) e Auto Esporte), concordou com autópsia do IML do segundo presunto (Campinense ou Botafogo). O que fizeram, as outras víboras da Caixa Preta das múltiplas gangues do Camelódromo Monopolista sem delatores? Aprovaram o genocídio dos clubes do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e porque não, das Federações suicidas da Bahia e do Ceará? Gostaria de saber o que fará o Fortaleza se o Ferroviário empatar domingo? Ou o Sport, um dos prováveis candidatos ao Título Regional ou o Santa Cruz, se perderem de Náutico e Salgueiro no degola-degola da funerária Rosa de Saron? As doze maiores funerárias da Brasíria Teimosa se locupletam de todos os recursos destinados à exumação dos cadáveres putrefatos desde 1986. Porque a justiça dos ímpios não funciona para os criminosos procurados pela polícia americana e internacional? O que aconteceria se o responsável pelo massacre do seu refúgio em Ipanema nas barbas da polícia federal brasileira se tornasse um delator com 30 anos de cadeia e denunciasse os seus comparsas do genocídio como fez o seu pixulequeiro de Miami para o departamento de justiça americano? Só há mãos poluídas para impedir o progresso dos brasileiros mais pobres, enquanto os comediantes stand-ups da falsa moral e da hipocrisia enxovalham a honra da República no palco onde estão escondidos os objetos roubados. Esses 108 babacas da lista da Faxina são uns verdadeiros bunda-moles que não denunciam a Midiabrecht da desgraça, o turco da pirâmide patológica e os relatórios da Juiza Loretta. O Solitário Requião se mata sozinho para construir a fábula dos Patos com cirrose do Fois Gras e denunciar as comissões sobre as vendas de nossas terras, enquanto os encapuçados se entregam aos carrascos para serem imolados. Ao contrário, até os sócios majoritários da Cândida Sociedade da Cambada da Bola continuam a postos para o cadafalso do Pitágoras Savanarola do bico grande. Coitada da Patativa silvestre assassinada, do Macaco degolado, do Carcará Iludido, da Raposa e do Galo mortos de sede e de centenas animais silvestres no cativeiro. O Ibroma e os fiscais atiradores de privadas não estão nem aí para as suas mortes do crime ecológico. A Nau do Mascate Veneziano que incendiou o império partirá para o inferno lotada somente com animais machos eunucos e duvidosos. Todos morrerão cegos, surdos e mudos na travessia da Arca do Não É. Tudo isto é muito mais do que uma Vergonha! É um verdadeiro elogio à loucura e à cegueira neste hospício acéfalo sem médicos psiquiatras.
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